quinta-feira, 21 de julho de 2016

HOJE É DIA DE iTAPECURU




UM OLHAR SOBRE A CIDADE






E

ncontro-me a contemplar o pôr-do-sol sobre a ponte do rio que faz a minha cidade dormir, e nos meus 50 e poucos anos, nas idas e vindas pelas vias da minha profissão, “sou professora”, o que me rendeu uma grata e satisfatória experiência de sala de aula à gestão escolar, em dois municípios deste Estado, cujo sol, vento, a brisa, por vezes, o calor nos abraça de forma a provocar olhares e a convivência com multi pessoas, tramitando por uma diversidade e adversidade sob todos os aspectos natural e social, sinto a gratidão ao acolhimento e ao respeito, carinho e ternura com que me tratam os munícipes de minhas relações em ambas cidades.

F
ilha de Itapecuru Mirim, também sou de Pirapemas, uma cidade que une e reúne as pessoas de forma calorosa e amável. Hoje em foco, um olhar é a essa acolhedora cidade, de múltiplas facetas, ruas largas, e clima agradável, meu olhar é sobre os vários ângulos e sob a postura de quem só observa os passantes pela ponte, os que ficam de um lado, ou do outro.

E
  nesse vai e vem de pensamentos, me inquieto sobre o “ser itapecuruense”. Itapecuru Mirim cidade incomparável, modesta, mas, altiva e que faz parte da planície Fluvial dos rios Munin, Pindaré, Mearim, Grajaú e Itapecuru. Mesclada com uma vegetação típica de babaçu, provocando nesse entrelaçado mágico a sintonia e a perfeição, do seu banho no rio de mesmo nome, onde brota o sorriso farto das crianças e dos jovens, o desejo eterno dos amantes, os amores secretos e a calmaria dos que se embriagam de paixão por essa cidade.


S
er itapecuruense é um estado de espírito, é sentir a vida de uma forma apaixonada, e ter consciência de morar em um patrimônio natural abençoado, por Nossa Senhora das Dores. É receber e compartilhar o espírito itapecuruense, com todos os que aqui fazem pousada.

S
er itapecuruense é se maravilhar com o clarear do dia com este sol, este céu e rio, infinitamente belo. É curtir a alegria de se reunir com amigos nos finais de tarde, finais de semana, ou, de está com a família a perambular por suas pracinhas cheias de graça.

S
er itapecuruense é se sentir feliz com o churrasco na calçada, onde o sol beija o rio o ano inteiro; é se deliciar com os petiscos dos bares com uma loira estupidamente gelada. É se emocionar com o entardecer e ter a confiança e a fé de um novo resplandecer no dia vindouro.

O
 itapecuruense é hospitaleiro, sabe conviver alegremente com as diferenças sem preconceitos, e apreciar o desfilar de uma bela mulher sob as calçadas largas de suas ruas. Em sintonia com as dificuldades e desafios, transforma seu sofrimento em alegrias e têm orgulho e felicidade de ser desta cidade de tantos Silas Gomes, Juceys Santanas, Beneditos Buzares, Alissons Rilkets, Josés Santanas, Betos Dinizes, Brennos Bezerras, Gonçalos Amadores, Marias Sampaios e muitos outros itapecuruenses que encantam a todos com seus talentos e irreverente alegria contagiante, unindo o erudito e o popular em suas representações que põe à mostra toda nossa miscigenação nas rodas do tambor de crioula, nas lendas e mitos, no São Gonçalo, no Reggae, no Bumba-meu-boi e nas festas do Divino Espírito Santo de nossa cidade e dos seus povoados, num arco íris magnífico, que proporciona ao povo brasileiro/maranhense, a sua diversidade como sendo sua maior riqueza e identidade cultural.



L
ançando meu olhar sobre a cidade também percebo que ser itapecuruense é se lamentar por suas perdas, como a fonte da miquilina, o morro do Diogo, a quinta velha, a memória de sua história destruída pelos novos conjuntos arquitetônicos, a perda de suas matas e animais nativos, e principalmente de ver um rio que corre em direção ao mar, mas que agoniza pela falta de cuidado, zelo e amor para com este. A própria arquitetura dos prédios que ainda resistem como a Igreja N. S. Das Dores, a Prefeitura, o Mercado Central, a Casa da Cultura, a Escola Paroquial, o antigo prédio dos Buzar, dos Negueiras sofrendo transformações ao longo do tempo e perdendo sua identidade cultural e histórica.

O
lho-te, Itapecuru, deitado por seus 198 anos de vila e 146 de cidade numa dinâmica exaustiva de um vaivém que se repete todos os dias, dentre as muitas ações que teus filhos constroem, através das múltiplas habilidades nas artes, no comércio, na vida onde todos se transformam em instrumentos de construção e mudança. Vejo-te, ainda, como berço de pessoas inteligentes, como o nascedouro de homens e de mulheres ilustres, cujas histórias não estão somente nas lembranças, nem no passado das pessoas, mas sim, muitas assumiram formas em livros que narram, desde a 1ª cruz fincada, até o momento oportuno da chegada de tua ascensão atual que te inclui nas renovações e nas inovações necessárias, dentro dessa globalização que faz as cidades se tornarem uma grande e providencial exigência no seu crescimento e engrandecimento.



Q

uando debruço um olhar sobre ti, Itapecuru percebo uma mistura de vontades iguais e diferentes, o que, naturalmente, precisa ser respeitado e trabalhado, sobretudo se essas vontades dizem respeito ao progresso de que precisas, à valorização dos munícipes e à qualidade de vida como a maior responsabilidade social que dispensa quaisquer outros interesses, principalmente, quando estes não são coletivos.

P
arabéns Itapecuru Mirim que sem sombra de dúvidas, por seu povo alegre e hospitaleiro, com certeza é uma cidade abençoada por Deus. Parabéns por seus 146 anos.

I
tapecuru Mirim, paraíso das águas do rio Itapecuru, das quebradeiras de coco babaçu, mulheres guerreiras, assim eu te vejo e te louvo e te agradeço por ter nascido tua filha e te descoberto no contemplar de um pôr-do-sol sobre a ponte do rio que faz a minha cidade dormir, nos meus 50 e poucos anos de idade.

                                              Pôr do Sol, Itapecuru Mirim

Assenção Pessoa
lagusa-ita-ma.blogspot.com.br
      


Maria da Assenção Pessoa é Professora Licenciada em Biologia com Especialização na mesma área e em Supervisão, Gestão e Planejamento. É Membro Fundador da Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes - AICLA – Cadeira de Nº 13, Patrono: Manfredo Viana. Trabalhos literários: Recordações, 2011; José e as Três Mosqueteiras e A Princesa Sarah e o Sapo, 2015; Itapecuru Mirim, sua gente, sua história, 2015. Teve as seguintes participações: Antologia da Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes, 2013; Mil Poemas para Gonçalves Dias, 2013. Mil poemas para Óscar Alfaro, LIBRO VIRTUAL.ORG./ 2013; Mil Poemas para Gonçalves Dias: Diário de Viagem, 2014. Participação com poemas na Revista virtual Varal do Brasil, ed 28/29, 2014 e 2016.








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