UM
OLHAR SOBRE A CIDADE
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ncontro-me
a contemplar o pôr-do-sol sobre a ponte do rio que faz a minha cidade dormir, e
nos meus 50 e poucos anos, nas idas e vindas pelas vias da minha profissão, “sou professora”, o que me rendeu uma
grata e satisfatória experiência de sala de aula à gestão escolar, em dois
municípios deste Estado, cujo sol, vento, a brisa, por vezes, o calor nos
abraça de forma a provocar olhares e a convivência com multi pessoas,
tramitando por uma diversidade e adversidade sob todos os aspectos natural e
social, sinto a gratidão ao acolhimento e ao respeito, carinho e ternura com
que me tratam os munícipes de minhas relações em ambas cidades.
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ilha
de Itapecuru Mirim, também sou de Pirapemas, uma cidade que une e reúne as
pessoas de forma calorosa e amável. Hoje em foco, um olhar é a essa acolhedora
cidade, de múltiplas facetas, ruas largas, e clima agradável, meu olhar é sobre
os vários ângulos e sob a postura de quem só observa os passantes pela ponte,
os que ficam de um lado, ou do outro.
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nesse vai e
vem de pensamentos, me inquieto sobre o “ser itapecuruense”. Itapecuru
Mirim cidade incomparável, modesta, mas, altiva e que faz parte da planície
Fluvial dos rios Munin, Pindaré, Mearim, Grajaú e Itapecuru. Mesclada com uma
vegetação típica de babaçu, provocando nesse entrelaçado mágico a sintonia e a
perfeição, do seu banho no rio de mesmo nome, onde brota o sorriso farto das
crianças e dos jovens, o desejo eterno dos amantes, os amores secretos e a
calmaria dos que se embriagam de paixão por essa cidade.
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er
itapecuruense é um estado de espírito, é sentir a vida de uma forma apaixonada,
e ter consciência de morar em um patrimônio natural abençoado, por Nossa
Senhora das Dores. É receber e compartilhar o espírito itapecuruense, com todos
os que aqui fazem pousada.
S
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er
itapecuruense é se maravilhar com o clarear do dia com este sol, este céu e
rio, infinitamente belo. É curtir a alegria de se reunir com amigos nos finais
de tarde, finais de semana, ou, de está com a família a perambular por suas
pracinhas cheias de graça.
S
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er
itapecuruense é se sentir feliz com o churrasco na calçada, onde o sol beija o
rio o ano inteiro; é se deliciar com os petiscos dos bares com uma loira
estupidamente gelada. É se emocionar com o entardecer e ter a confiança e a fé
de um novo resplandecer no dia vindouro.
O
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itapecuruense é hospitaleiro, sabe conviver
alegremente com as diferenças sem preconceitos, e apreciar o desfilar de uma
bela mulher sob as calçadas largas de suas ruas. Em sintonia com as dificuldades
e desafios, transforma seu sofrimento em alegrias e têm orgulho e felicidade de
ser desta cidade de tantos Silas Gomes, Juceys Santanas, Beneditos Buzares,
Alissons Rilkets, Josés Santanas, Betos Dinizes, Brennos Bezerras, Gonçalos
Amadores, Marias Sampaios e muitos outros itapecuruenses que encantam a todos
com seus talentos e irreverente alegria contagiante, unindo o erudito e o
popular em suas representações que põe à mostra toda nossa miscigenação nas
rodas do tambor de crioula, nas lendas e mitos, no São Gonçalo, no Reggae, no
Bumba-meu-boi e nas festas do Divino Espírito Santo de nossa cidade e dos seus
povoados, num arco íris magnífico, que proporciona ao povo
brasileiro/maranhense, a sua diversidade como sendo sua maior riqueza e identidade
cultural.
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ançando
meu olhar sobre a cidade também percebo que ser itapecuruense é se lamentar por
suas perdas, como a fonte da miquilina, o morro do Diogo, a quinta velha, a
memória de sua história destruída pelos novos conjuntos arquitetônicos, a perda
de suas matas e animais nativos, e principalmente de ver um rio que corre em
direção ao mar, mas que agoniza pela falta de cuidado, zelo e amor para com
este. A própria arquitetura dos prédios que ainda resistem como a Igreja N. S.
Das Dores, a Prefeitura, o Mercado Central, a Casa da Cultura, a Escola
Paroquial, o antigo prédio dos Buzar, dos Negueiras sofrendo transformações ao
longo do tempo e perdendo sua identidade cultural e histórica.
O
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lho-te,
Itapecuru, deitado por seus 198 anos de vila e 146 de cidade numa dinâmica
exaustiva de um vaivém que se repete todos os dias, dentre as muitas ações que
teus filhos constroem, através das múltiplas habilidades nas artes, no
comércio, na vida onde todos se transformam em instrumentos de construção e
mudança. Vejo-te, ainda, como berço de pessoas inteligentes, como o nascedouro
de homens e de mulheres ilustres, cujas histórias não estão somente nas
lembranças, nem no passado das pessoas, mas sim, muitas assumiram formas em
livros que narram, desde a 1ª cruz fincada, até o momento oportuno da chegada
de tua ascensão atual que te inclui nas renovações e nas inovações necessárias,
dentro dessa globalização que faz as cidades se tornarem uma grande e
providencial exigência no seu crescimento e engrandecimento.
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uando
debruço um olhar sobre ti, Itapecuru percebo uma mistura de vontades iguais e
diferentes, o que, naturalmente, precisa ser respeitado e trabalhado, sobretudo
se essas vontades dizem respeito ao progresso de que precisas, à valorização
dos munícipes e à qualidade de vida como a maior responsabilidade social que
dispensa quaisquer outros interesses, principalmente, quando estes não são
coletivos.
P
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arabéns
Itapecuru Mirim que sem sombra de dúvidas, por seu povo alegre e hospitaleiro,
com certeza é uma cidade abençoada por Deus. Parabéns por seus 146 anos.
I
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tapecuru
Mirim, paraíso das águas do rio Itapecuru, das quebradeiras de coco babaçu,
mulheres guerreiras, assim eu te vejo e te louvo e te agradeço por ter nascido
tua filha e te descoberto no contemplar de um pôr-do-sol sobre a ponte do rio
que faz a minha cidade dormir, nos meus 50 e poucos anos de idade.
Pôr do Sol, Itapecuru Mirim
Assenção
Pessoa
lagusa-ita-ma.blogspot.com.br
Maria da
Assenção Pessoa é Professora Licenciada em Biologia com Especialização na mesma
área e em Supervisão, Gestão e Planejamento. É Membro Fundador da Academia
Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes - AICLA – Cadeira de Nº 13, Patrono:
Manfredo Viana. Trabalhos literários: Recordações, 2011; José e as Três
Mosqueteiras e A Princesa Sarah e o Sapo, 2015; Itapecuru Mirim, sua gente, sua
história, 2015. Teve as seguintes participações: Antologia da Academia
Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes, 2013; Mil Poemas para Gonçalves
Dias, 2013. Mil poemas para Óscar Alfaro, LIBRO VIRTUAL.ORG./ 2013; Mil Poemas
para Gonçalves Dias: Diário de Viagem, 2014. Participação com poemas na Revista
virtual Varal do Brasil, ed 28/29, 2014 e 2016.
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