Artigo de
Opinião: Cristo, Confraternização e Fraternidade
O
episódio do nascimento de Cristo, o que se declara como início da era cristã,
se deu com vários eventos astronômicos, religiosos e sociais. Os antigos
doutores da Igreja por meio de suas práticas e doutrinas criaram o evento da Grande
Fraternidade Branca. Para isso, tiveram que criar passagens e princípios
relacionados à vida e obra de Jesus Cristo e adaptá-las às cerimônias
praticadas por seus patriarcas. Assim, foi consolidada uma nova teologia que
firmava algumas novas doutrinas. No entanto, por outro lado, ignoravam-se fatos
importantes na vida do povo hebreu e que tornariam suas decisões
inconsistentes.
Um dos
pontos de discordância foi o fato de que os três pastores que guardavam o
menino Jesus, e que saíram direto do campo de onde pastoravam seus rebanhos,
para seguir a estrela e visitar o pequeno rei, seria pouco provável, pois
os pastores a qual a Bíblia se refere, não poderiam está no campo, já que era
inverno nesta época do ano na Palestina.
Outro
ponto de discórdia foi a de que Jesus viera ao mundo em abril ou maio.
A data 25
de dezembro teria sido escolhida pelos patriarcas devido ao conhecimento que
através dos séculos precedentes de que todos os Grandes Avatares, isto é, Grandes
Mestres nascidos de virgens e que eram Filhos de Deus e considerados Salvadores
ou Redentores, haviam nascido 25 de dezembro, ou em data próxima. Jesus não foi
o primeiro nem o único, a nascer nesta data, e ser considerado o Salvador,
filho de Deus, segundo a própria história relata. Podem ser pesquisado e
constatado fatos, que confirmam os episódios desde V a.C.. Temos como exemplos
o nascimento de deuses egípcios que nasceram dia 25 de dezembro, Osíris, filho
da santa virgem e deusa Nut e Hércules.
Na China,
séculos antes da Era Cristã, no dia 24 ou 25 de dezembro era celebrado o
Solstício de Inverno, onde, fechava-se o comércio. Assim como os antigos persas
celebrava grandiosas cerimônias em homenagem a Mitra, cujo nascimento também
ocorrera em 25 de dezembro. Na Índia, este período já era comemorado na forma
de um festival religioso, durante o qual o povo ornamentava suas casas com
flores e as pessoas trocavam presentes com amigos e parentes.
Portanto,
25 de dezembro vêm sendo considerada um dia místico muito antes do nascimento
de Jesus por diferentes povos.
De acordo com a mitologia romana, o dia 25 de dezembro seria o
aniversário do deus que representava o sol. Com a união dos povos pagãos aos
povos cristãos, essa data foi introduzida para celebrar nascimento de Jesus.
Fato este propício para os antigos, e ideal na atualidade para o comercio. No entanto
existem divergências de opinião e são
principalmente sobre a confiabilidade de fatos históricos
em contra partida com relatos do Antigo e Novo
Testamento em relação à interpretação da suas intenções e
eventos.
Mas, o
mais importante do que comemorar uma data, o Natal, é importante que se reflita
que olhemos para dentro de nós mesmos e que os sentimentos natalinos sirvam
para alimentar o espírito fraternal por todo o ano vindouro, seguinte, e não
apenas no mês de dezembro ou na semana natalina.
Então,
onde está o espírito de fraternidade?
Fraternidade,
termo oriundo do latim “frater”,
que significa "irmão". Por
esse motivo, fraternidade significa parentesco entre irmãos. A
fraternidade universal designa a boa relação entre os homens, em que se desenvolvem
sentimentos de afeto próprios dos irmãos de sangue. A Fraternidade é o laço de
união entre os homens, fundado no respeito pela dignidade da pessoa humana
e na igualdade
de direitos entre
todos os seres humanos.
Na
fraternidade é praticado a amizade, companheirismo, camaradagem e outros
princípios básicos de amor fraterno. Está presente no trabalho em equipe, no
respeito ao ser humano, no amor aos animais e à Natureza.
Como
conceito filosófico, a fraternidade está ligada aos ideais promovidos pela
Revolução Francesa em 1789 embasados na busca de liberdade, igualdade e fraternidade.
No
Brasil, a Campanha da Fraternidade (CF), promovido anualmente pela Igreja
Católica é um movimento solidário. O objetivo dessa campanha, desenvolvida
todos os anos, é a reflexão da população sobre alguns temas problemáticos da
realidade social brasileira. A data definida para o anúncio do tema da campanha
é sempre a Quarta-Feira de Cinzas.
O Dia da Fraternidade Universal,
também conhecido como o Dia da Confraternização Universal ou o Dia da Paz
Universal. Nesse dia, as pessoas trocam votos de alegria,
de paz e de felicidade para o ano que se inicia. O papa Paulo VI,
em 08 de dezembro de 1968, escreveu
uma mensagem propondo a criação do Dia Mundial da Paz, para ser festejado no
dia 1º de janeiro de cada ano. Mas o papa não queria que a comemoração se
restringisse apenas aos católicos, para ele, a verdadeira celebração da paz só
estaria completa se envolvesse todos os homens, não importando a religião.
Seu desejo de que esta iniciativa ganhasse adesão ao redor do mundo com “caráter sincero e forte de uma humanidade
consciente e liberta dos seus tristes e fatais conflitos bélicos, que quer dar
à história do mundo um devir mais feliz, ordenado e civil”. Portanto, O Dia
da Paz Mundial é um dia a ser celebrada pelos “verdadeiros amigos da Paz”, independente de credo, etnia, posição
social ou econômica.
O
primeiro dia de cada ano, portanto, tem sido reservado à reflexão de como
queremos que o mundo seja nos próximos 365 dias que ainda estão por vir. Também
é o dia em que são trocados votos de paz, felicidade, saúde e prosperidade para
o ano que se inicia.
Tradicionalmente
há uma vigília na noite de 31 de dezembro, quando se comemora com muita festa a
passagem do ano. Atualmente a palavra francesa Réveillon que significa “acordar”, usada no Sec. XVII, para
designar jantares longos e chiques realizados durante o ano. Com o tempo,
acabou popularizando-se como sinônimo da festa de passagem de ano.
A
comemoração do Ano Novo tem sua origem intimamente ligada à Natureza. Dois mil
anos antes da Era Cristã, os antigos babilônios festejavam a entrada de um novo
ciclo anual no início da primavera no hemisfério norte, que equivaleria ao dia
23 de março do calendário cristão. Nessa
época, era feita a plantação de novas safras, daí a noção de reinício,
preservada até hoje.
Já
os gregos celebravam o início de um novo ciclo entre 21 e 22 de dezembro, mas o
ritual também representava o espírito da fertilidade. A festa era pelo renascimento anual do deus Dionísio, a quem se
homenageava desfilando com um bebê em um cesto. Os egípcios comemoravam o Ano
Novo quando a estrela Sírius surgia no horizonte de Mênfis, a cidade dos
primeiros faraós.
Diferentes
datas e sentidos iguais. Cineses, judeus, islâmicos, independentemente de
crença ou data, o começo de um novo ciclo é um convite para que se repense e se
qualifique a relação com o próximo e com o mundo. Esse é o verdadeiro
sentido do nascimento de Cristo e sua relação com a fraternidade e um novo
ciclo de vida.
A confraternização e a fraternidade ligada ao ciclo da vida,
ao nascimento do Salvador e ao renascimento dos corações endurecidos e
incrédulos. Confraternizar é brindar um novo recomeço, é promover a paz, uma
condição para uma sobrevivência com dignidade para todos nós.
Mas, se continuarmos com essa sociedade de competição, de
liberdade só para quem tem poder e dinheiro, de produção da miséria, destruição
da natureza, certamente caminharemos aceleradamente para a destruição mútua e
geral de todos os seres vivos, incluindo nós. Muitas nações ainda lutam
entre si. Às vezes, que ironia, em nome de Deus, Deuses ou Deusas. Tudo o que
deveria unir, esse sentimento de obediência e respeito ao Criador, acaba sendo
motivo de desunião, de desamor, de não confraternização.
O diálogo entre as nações é de fundamental
importância para o caminho de uma cultura da paz. Segundo a ONU, que atua como um centro para a solução dos
problemas que a humanidade enfrenta, promover o diálogo e a tolerância é o
melhor caminho para uma vida fraterna.
O primeiro dia do ano pode significar uma nova esperança, com
uma nova atitude. Será que não é possível que nós humanos nos entendamos
definitivamente? A Paz e a Confraternização Universal merecem uma reflexão!
Feliz Ano Novo!
Assenção Pessoa
30 de dezembro de 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário