terça-feira, 4 de março de 2014

ITAPECURU-MIRIM. EM FIM, NASCE UMA CIDADE!




       CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO. 
ELEVAÇÃO A CIDADE E TERRITÓRIO. 


                                                                                 Mercado Público


      Pela Provisão Régia de 21 de julho de 1870, Lei Provincial nº 919, a Vila de Itapecuru-Mirim, foi elevada à categoria de cidade, sendo criado o Município do mesmo nome com extensão territorial de 2.612,50 Km².

     Em 24 de setembro 1952, perdeu ainda mais da metade deste território com a criação do município de Cantanhede pela lei 757, que desmembrou deste município 1.460 Km².
Itapecuru ficou com uma extensão territorial de 1.152,50) KM². (VER: hoje já perdeu mais terras)

Está formado o desenho de um novo limite:
Ao Norte –  Santa Rita e Presidente Jucelino;
Ao Sul –  Cantanhede
A Leste – Presidente Vargas e Vargem Grande
A Oeste – Miranda do Norte e Anajatuba

FORMAÇÃO JUDICIÁRIA

A Comarca de Itapecuru-Mirim foi criada em 29 de abril de 1835, pela Lei Provincial nº 7. É uma comarca de Entrância, tendo por termo os municípios de Anajatuba, Cantanhede, e atualmente Miranda de Norte. Apresenta a seguinte configuração: 03 Juízes de Direito; 03 Promotores públicos; 03 Tabeliães; 06 oficiais de Justiça; 03 escreventes e 01 (hum) Cartório Eleitoral (hoje, Fórum eleitoral)

ETIMOLOGIA DA PALAVRA ITAPECURU-MIRIM
                                                                 AV. Brasil

 A origem da palavra Itapecuru-Mirim é Tupy Guarany.
Segundo Frei Francisco dos Prazeres Maranhão, na sua Coleção “Etimologia Brasileira, diz que: Itapycuru ou Itapecuru vem de “ita”, pedra, /’pucuru”, púcaro. “Mirim”, pequeno. Afirmando que “Itapecuru” significa púcaro de pedra.  “Itapecuru-Mirim”, púcaro de pedras pequenas.

No entendimento do Dr. Domingos José Gonçalves de Magalhães, em seu trabalho “Notas sobre a história da revolução do Maranhão”, a grafia correta é Itapecuru e que é o modo etimológico, único de grafá-la. A palavra compondo-se da seguinte forma: “Ita”, pedra, “pe", caiminho, via, “curu”, curatem, cura, muita influência. “Mirim”, pequeno. Com a nova análise fica: “Itapecuru-Mirim”, caminho pequeno ou estreito de muitas pedras, ou inçado pequeno de muitas pedras.

Os franceses, por exemplo, chamavam em seus escritos, ora Itapecuru, ora Maranhão ou rio Itapecuru. Atualmente fazemos referência a Caminho de pedras miúdas para designar Itapecuru-Mirim.

CARACTERÍSTICA URBANÍSTICA

 Itapecuru-Mirim era uma vila decadente de ruas estreitas e casarões de taipas sem estética urbanística, quando da elevação á cidade.


                                    CE Itapecuru Mirim
 
SURGIMENTO DO ENSINO

O ENSINO surgiu no município, final de século XIX e início do século XX, por meio de escolas particulares, pelos professores Severo castelo Branco, Thiago Ribeiro, Mariana Luz, Manfredo Viana, Almerinda Araújo, Zumira Fonseca, Professor Newton Neves, João Rodrigues.

    

                                         Manfredo Viana
 
Manfredo Viana fundou a Escola Santo Expedito, que segundo Buzar, em seu livro “No Tempo de Abdala era assim”, era a melhor escola de alfabetização em matéria de ensino da época, seguida pelo Instituto Rio Branco (escola de ensino primário), sob a direção do renomado Professor Newton Nogueira Neves.

No período de 1928 a 1930 nasceu a primeira escola de ensino para as crianças. Inicialmente funcionava com escola de Freguesia, ou seja, “as casas”. Primeiro, na casa do Sr. Velho Zuza. Seguido pelo SR. José Carlos Bezerra, na casa da família Nogueira, na praça da Cruz, em terreno de sua propriedade. As primeiras professoras: Zulmira Fonseca e Maria de Lourdes Cassas. Com aumento do número de alunos, a escola passou a funcionar em duas casas: na casa de Áurea Nogueira, na Av. Gomes de Sousa (hoje prédio residencial). A professora Zulmira Fonseca, ensinava lá. O inspetor quando vinha visitar a escola também ficava lá por ser mais confortável e ter mais cômodos.

A segunda parte da escola funcionava na própria casa da professora Maria de Lourdes Cassas, isto é, na casa de D. Graciete Cassas, rua da Boiada, hoje, Senador Benedito Leite, pois também eram muito grande e confortável.

A escola cresceu e passou a se chamar escola Grupada, Mais seria intitulado “Grupo Escolar Gomes de Sousa”, em homenagem ao seu filho mais ilustre – o “Sousinha”.

OS NEGROS

Em época posterior a Balaiada, houve o chamado ciclo do açúcar no Maranhão que se estendeu até a abolição dos escravos, em 13 de maio de 1888. Itapecuru-Mirim era um dos eixos desse plantio, contribuindo para alavancar a economia dessa região e do Maranhão.
A entrada crescente de escravos africanos no Maranhão culminou com a chegada de 41 mil pessoas entre 1812 e 1820. Como resultado, às vésperas da Independência, 55% dos habitantes do Maranhão eram escravos. Tal número correspondia a mais alta porcentagem de população escrava do Império. Ela concentrava-se nas fazendas situadas na baixada ocidental e nos vales dos Rios Itapecuru, Mearim e Pindaré.

                                 Restos do cais à margem do Rio Itapecuru, mão de obra negra.

Esses locais tinham uma grande quantidade de matas, rios e riachos. Tal aspecto foi decisivo no momento de ocupação dos territórios pelos colonizadores: os espaços foram utilizados de forma bastante rarefeita. Essa conformação criou condições para o surgimento de quilombos em cabeceiras de rios e locais mais distantes nas florestas. Tratava-se de lugares que escapavam ao controle do Estado, permitindo que os quilombos multiplicassem e suas populações se sentissem relativamente seguras.
Mesmo que não seja possível precisar a quantidade de quilombos que existiu desde esse período até a Abolição, afirma-se que no Maranhão havia poucas fazendas escravistas sem quilombos à sua volta.

Era comum, principalmente na primeira metade do século XIX, que pequenos grupos de escravos fugidos se escondessem nas matas que cercavam as propriedades. Essas fugas ocorriam principalmente em locais que reuniam um bom número de fazendas e escravos, como Alcântara, Viana, Vitória do Mearim, Itapecuru-Mirim, Rosário e Manga do Iguará.

Diante da multiplicação dos quilombos, as autoridades maranhenses organizaram vários tipos de forças policiais para enfrentá-los. Governo e fazendeiros contavam também com os serviços dos capitães-do-mato para combater os quilombos. Porém, diante de um território imenso, o número de soldados e de capitães-do-mato sempre foi insuficiente para desarticular de forma definitiva os quilombos.


Com a abolição dos escravos, a lavoura passou a enfrentar problemas com a grave falta de mão de obras, principalmente na indústria açucareira. Houve uma crise financeira na região e no estado.
Os negros também foram descriminados, humilhados, maltratados. Trabalhavam da doze a quatorze horas por dia, tinham condições sub-humanas de sobrevivência. Ganhavam péssimos salários. Passaram a morar em cortiços ou ocupava pequenos pedaços de terra onde cultivavam roças de subsistência e onde podiam ser expulsos a qualquer momento.

Em 15 de novembro de 1889, se deu a Proclamação da República, pelo então, Marechal Deodoro da Fonseca.

                                                                     babaçu


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