sábado, 1 de março de 2014

CONHEÇA A HISTÓRIA DE ITAPECURU-MIRIM



 CONHEÇA A HISTÓRIA DE ITAPECURU-MIRIM NOS TEXTOS DE ASSENÇÃO PESSOA, PUBLICADOS NESTE BLOG.

A VILA ITAPECURU-MIRIM E A ADESÃO A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL


                                                          Biblioteca Benedito Buzar


         Na Batalha do Jenipapo, formada pelos grupos dos independentes na vila de Campo Maior, Ceará, junto ao rio Jenipapo, teve o início de suas operações iniciadas em direção a Caxias, Itapecuru-Mirim, São Bernardo e Brejo.

        Com a situação extremamente delicada, a Câmara Municipal de Itapecuru-Mirim, posicionou-se a favor da Independência do Brasil, ao decidir que o Tenente Coronel Pinto Magalhães com suas tropas fiéis ao domínio português não poderia desembarcar nesta Vila. As tropas vinham debandadas de Caxias para São Luís, e queria aportar na Vila a pretexto de doenças entre os homens.

            A Campanha Libertadora, outro movimento a favor da Independência do Brasil, iniciada em Parnaíba, Piauí, teve repercussão em Itapecuru-Mirim, que quase sofreu uma invertida moral. Por conta desse fato o negro João Pereira de Couto, Capitão do Mato, do Distrito de Manga do Iguará, que atendia pelo apelido de “João Bunda’, após cometer as maiores atrocidades para que a vila aderisse à independência e assassinar o Capitão Manoel José Magalhães estava preparado para invadir a Vila de Itapecuru-Mirim e repetir a dose”. A população encontrava-se apavorada e só foi salva devido à chegada providencial do chefe geral dos independentes, Salvador de Oliveira, com suas tropas e que impediu a invasão e ainda colocou “João Bunda” sob suas ordens.

         Em 09 de junho de 1823, o Tenente-Coronel Ricardo José Coelho (contrário à independência do Brasil), refugiado em Itapecuru-Mirim há nove dias, tentou retirar-se para a capital São Luís, mas, sem sucesso, pois todas as saídas estavam bloqueadas, decidiu enviar alguns parlamentares aos independentes para negociar sua rendição pacificamente. Quem ditou as regras para sua rendição foi o ex-comandante da guarnição da Vila de Itapecuru-Mirim, Tenente-Coronel José Felix Ferreira de Burgos, que o mesmo havia sido substituído e que por essa razão, passara para o lado dos independentes.

        Itapecuru-Mirim foi cercada a não resistiu ao assédio. No dia 18 de junho de 1823 rendia-se a Salvador de Oliveira.

          Salvador de Oliveira permitiu a retida do oficial Tenente-Coronel José Felix Ferreira de Burgos para a Capital e promoveu a reintegração de posse da Vila no dia 19 de junho de 1823.

            Em São Luís, após a Adesão do Maranhão à Independência do Brasil, em 28 de julho de 1823, no dia 07 de agosto do mesmo ano, após Ato de Juramento à Independência. Sendo assim, o Maranhão deixa de ser Estado Colonial de Portugal e passa a ser Província do Império do Brasil. Então se procedeu a eleição dos representantes de São Luis na junta provisória anteriormente já constituída na Vila de Itapecuru-Mirim.

            O tenente-coronel José Felix Ferreira de Burgos foi nomeado Barão do Itapecuru-Mirim, devido a seus serviços prestados à causa da independência. Mais tarde Comandante das Armas do Baré e logo depois, Ministro.

COSME BENTO, A BALAIADA E ITAPECURU-MIRIM.

                                                                Fórum Eleitoral

           A Balaiada foi um dos maiores conflitos ocorridos no Brasil. Entre 1838 e 1840, o Maranhão foi palco de uma insurreição popular em que os quilombolas tiveram participação decisiva.

       A Balaiada ocorreu em consequência da luta entre liberais, conhecidos como bem-te-vis, e conservadores. Naquele momento, os liberais encontravam-se impedidos, pelos conservadores, de participar das decisões políticas. Os bem-te-vis desencadearam violenta oposição ao Presidente da Província (Santos, 1983: 74).

       Considera-se que a Balaiada começou com o ataque à prisão na vila da Manga, próximo a Vargem Grande, em dezembro de 1838. Naquele momento, o vaqueiro Raimundo Gomes e nove parceiros libertaram vários homens presos para o alistamento. Um mês antes, Manoel Francisco dos Anjos Ferreira, conhecido como Balaio, já havia libertado seu filho, igualmente detido para servir às mesmas tropas.

       No momento de eclosão da Balaiada já havia uma guerra entre os mocambeiros e a sociedade escravista. Em novembro de 1839, escravos liderados por Cosme Bento das Chagas iniciaram uma insurreição em várias fazendas da região de Itapecuru-Mirim. Os escravos rebelaram-se contra os seus senhores, pegaram em armas e proclamaram-se livres. Diante disso, os fazendeiros fugiram de suas propriedades. Tal circunstância permitiu que os escravos se aquilombassem com mais facilidade.
Cosme Bento das Chagas nasceu na cidade de Sobral, na província de Ceará. Era prisioneiro de vários crimes. Foragido da penitenciária de Alcântara se integrou a Balaiada. O preto Cosme liderava mais de 3.000 escravos fugidos e e organizou uma base na fazenda da Lagoa Amarela. Cosme julgava-se uma pessoa importante, saqueou várias igrejas, vestia-se com trajes religiosos, era carregado em andor como se fosse nobre Poderoso. Assinava seu nome da seguinte forma: “D. Cosme Tutor: o Imperador das Liberdades Bem-ti-vis”. Tinha aproximadamente 40 anos por ocasião da Balaiada, era alfabetizado e sabia da importância da alfabetização. A prova disso é que criou uma escola na Lagoa Amarela, em pleno conflito. Também tinha visão política, já que buscou a união com os outros rebeldes da Balaiada. É certo que alguns líderes da rebelião posicionaram-se veementemente contra a discriminação dos escravos, como o próprio Raimundo Gomes.

        Com a chegada de Luís Alves de Lima, o futuro duque de Caxias, o conflito entrou em uma nova etapa. Lima contava com grande tropa e recursos, e conseguiu dissipar os grandes grupos de bem-te-vis. Os líderes balaios, perseguidos pelos soldados, tiveram de escolher: ou se rendiam, tirando proveito da anistia concedida pelo governo imperial, ou continuavam a luta aproximando-se dos escravos insurgidos. Cosme passava a ser a figura mais importante do conflito.

         Diante desse quadro, Luís Alves de Lima utilizou duas estratégias. De um lado, atacava os rebeldes e a base de Lagoa Amarela. De outro, tentava impedir a união de rebeldes livres e escravos. O sucesso de Lima ocorreu, todavia, quando convenceu o chefe rebelde Francisco Ferreira Pedrosa a atacar os quilombolas de Lagoa Amarela.

            Cosme tentou fundar outro quilombo em Guadalupe, localidade situada entre Lagoa Amarela e a vila do Brejo. Naquele momento, porém, outros líderes rebeldes aceitaram a anistia do imperador em troca da captura de escravos fugidos. Segundo o próprio Lima, essa ação tinha dois fins: antecipar o fim da revolta e provocar o ódio entre escravos e pobres livres.

         Os escravos insurretos ficaram sob a mira das tropas de Lima e dos ex-rebeldes, bons conhecedores do terreno. Cosme Bento das Chagas, vendo seu grupo ser dizimado, tentou atravessar o rio Itapecuru, fugindo para as matas com os que restaram. Contudo, foi sitiado em fevereiro de 1841 no Mearim.

     
Cosme foi preso às margens do rio Mearim em 1842 e transportado para a Cadeia Pública de Itapecuru-Mirim, onde aguardou julgamento. Recebeu a sentença de sua execução, pelo Governador do Maranhão, Venâncio Lisboa, em 20 de setembro de 1842. Na época foi escolhido o prisioneiro criminoso mais bárbaro para enforcá-lo na Praça do Mercado onde existia o Pelourinho, construído em 1818.
Dizem que Cosme antes de ser enforcado, olhou para o céu e disse: “meu Deus, eu me arrependo de todos os crimes que cometi”. Este fato se deu em 20 de setembro de 1842.

Balaiada (1838-1841) – guerra ocasionada pela grave crise econômica causada pela queda da produção de algodão, aumento da miséria, o descontentamento das classes pobres maranhenses. Escravos, camponeses e vaqueiros uniram-se na luta contra os abusos das autoridades civis e militares.

ECONOMIA PÓS BALAIADA

          Em época posterior a Balaiada, houve o chamado ciclo do açúcar no Maranhão. Itapecuru-Mirim era um dos eixos desse plantio, contribuindo para alavancar a economia dessa região e do Maranhão.

E os limites ficaram assim distribuídos após ser criada a vila de Itapecuru-Mirim:
Ao Norte – Nossa Senhora do Rosário, num lugar chamado Poções;
 (atualmente Santa Rita e Presidente Jucelino);
Ao Sul – A Freguesia Nossa Senhora da Piedade do Coroatá, na foz do Rio Perirtoró; (Atualmente o município se limita com Cantanhede);
A Leste – Freguesia São Sebastião da Vargem Grande, paragem denominada Leite (Pela resolução de 19-04-1833, desmembrada do município de Itapecuru-Mirim o distrito de Vargem Grande. Elevado à categoria de vila.)
A Oeste – Freguesia de Santa Maria de Anajatuba, no lugar chamado Jaivara ou Jaibara.


                                                    Centro de Ensino Itapecuru Mirim


OBS.: As imagens são dos dias atuais, portanto somente para ilustração, e para que o leitor conheça um pouco mais dessa bela cidade do interior do Maranhão.


Os textos são baseados em pesquisas.

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