Assenção Pessoa
Foi-se os dias de orgias, culto ao corpo e festa pagã. Chegou o primeiro dia da Quaresma, a Quarta Feira de Cinzas.
No calendário gregoriano, também sendo designada por Dia das Cinzas, é uma data
com especial significado para a comunidade cristã.
A Quaresma compreende 40 dias de reflexões e
penitências que os cristãos católicos respeitam todos os anos e é uma
referência aos 40 dias que Jesus passou no deserto suportando a tentações.
A origem é puramente religiosa. Neste dia, é celebrada a
tradicional missa das cinzas. As cinzas utilizadas neste ritual provêm da
queima dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior. A estas cinzas
mistura-se água benta. De acordo com a tradição, o celebrante desta cerimônia
utiliza essas cinzas úmidas para sinalizar uma cruz na fronte de cada fiel,
proferindo a frase:
A Igreja abre solenemente o
tempo de penitência, chamado Quaresma, em preparação para a celebração da
Páscoa. Atualmente, a Quarta-feira de Cinzas, já está também bastante prejudicada pela influência do carnaval.
Neste
dia, após a Liturgia da Palavra, em que se proclama o trecho do Evangelho em
que Cristo recomenda a oração, o jejum e a esmola como exercícios de conversão
(Mt 6,1-18), realiza-se o rito da imposição das cinzas. Elas são sinal de
penitência, no sentido de conversão. A conversão consiste, sobretudo, no
reconhecimento de nossa condição de criaturas limitadas, mortais e pecadoras.
Durante a Quaresma a Igreja veste seus ministros com vestimentas
de cor roxa, que simboliza tristeza e dor. A quarta feira de cinzas é um dia
usado para lembrar o fim da própria mortalidade. É costume serem realizadas
missas onde os fiéis são marcados na testa com cinzas. Essa marca normalmente
permanece na testa até o pôr do sol. Esse simbolismo faz parte da tradição
demonstrada na Bíblia, onde vários personagens jogavam cinzas nas suas cabeças
como prova de arrependimento.
Na Bíblia, o número 40 aparece com bastante frequência, para
representar períodos de 40 dias ou quarenta anos, que antecederam ou marcaram
fatos importantes, como por exemplo, os 40 dias do dilúvio, 40 dias de Moisés ao Monte Sinai,
40 dias de Jesus no deserto antes de começar o seu ministério, 40 anos de
peregrinação do povo de Israel no deserto.
Durante o período da Quaresma é proposto aos Católicos o ato de
jejuar, para que possam ter a mesma experiência de Jesus, que jejuou no
deserto. Na Sexta-feira da Quaresma é proposto também a abstinência de carne.
Na Sexta-Feira Santa e na Quarta-Feira de Cinzas é proposto o jejum por um dia
inteiro.
Jejuar é praticar
o jejum, ou seja, ficar sem se alimentar desde o dia
anterior. É não comer nada, durante um determinado período de
tempo.
No sentido figurado, jejuar é abster-se de alguma coisa. É ficar
um longo período sem exercer ou praticar determinada atividade.
Para a Igreja
Católica a prática do jejum é seguida em determinados dias, como penitência. O
catolicismo distingue o jejum da abstinência. O jejum é a ausência total da
comida e da bebida (com exceção de água), e a abstinência é abster-se de alguma
coisa que faz parte da cobiça, do desejo.
Aqui vale a pena lembrar uma
lenda egípcia: A Fênix era uma ave fabulosa que durava muitos séculos e,
queimada, renascia das próprias cinzas. Sendo assim ela foi identificada como o símbolo da
ressurreição de Cristo e dos que aceitam viver sobre os ideais de Cristo.
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