VOCÊ
GOSTA DE CARNAVAL? OU NÃO?
DE
QUALQUER FORMA SAIBA DE ONDE VEIO.
Carnaval, nome oficial Entrudo
Texto de Assenção Pessoa
Bisbilhotando pela internet
descobrir algo interessante sobre as origens dessa festa tão tradicional e
popular que chamamos de Carnaval. Resolvi então dividir com você, amigo leitor
e curioso igual a mim, algumas curiosidades sobre o Carnaval.
A palavra carnaval se origina do latim, carnis levale ("carnis",
significa carne e "valles", prazeres), cujo
significado é retirar a carne.
Quer dizer que após o carnaval, as pessoas passavam por um grande
período de abstinência e jejum. Para a sua
preparação havia uma grande concentração de festejos populares. Cada lugar e
região brincava a seu modo e geralmente de uma forma extravagante, de acordo
com os costumes de cada região. A palavra "Carnaval" está
desse modo, relacionada com a ideia de deleite dos prazeres da carne.
De onde surgiu?
A História do Carnaval nos
reporta à Antiguidade, tanto na Mesopotâmia quanto na Grécia e em Roma.
Na Grécia, surgiu em meados dos anos 600 a 520 a.C.(antes de
Cristo). Era uma celebração na qual os gregos realizavam seus cultos em
agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Daí então, passou
a ser uma comemoração adotada também pela Igreja Católica em 590 d.C. (depois
de Cristo) antes da Quaresma.
Esse período de período de festas eram regidos pelo ano lunar pelo cristianismo na Idade Média.
Na
antiga Babilônia, havia duas festas que poderiam ter originado o
que hoje chamamos atualmente de carnaval:
A primeira era as Saceias,
uma festa onde havia a inversão das posições sociais. O
prisioneiro representava por alguns dias a figura do Rei, alimentando-se
fartamente como ele, vestindo-se e podendo dormir com as esposas do Rei. Ao
final das Saceias o prisioneiro era chicoteado e depois enforcado ou empalado (é um método de tortura e execução que consistia na inserção
de uma estaca pelo ânus, vagina, ou umbigo até a morte do torturado.).
A segunda festa era um ritual realizado pelo rei
nos dias que antecediam o equinócio da primavera (ou outono), período de comemoração
da entrada do ano novo na região. O rito ocorria no templo de Marduk, um dos
primeiros deuses mesopotâmicos, onde o rei perdia seus emblemas de poder e era
surrado na frente da estátua de Marduk. Essa humilhação servia para demonstrar
a submissão do rei à divindade. Em seguida, ele novamente assumia o trono.
O que havia de comum nas duas
festas era o fato de está ligado ao caráter, a de subversão de papéis
sociais, isto é, a transformação temporária do prisioneiro em rei e a
humilhação do rei frente aos deuses.
Nos carnavais medievais, no período fértil para a
agricultura, homens jovens se fantasiavam de mulheres saíam às ruas e campos
durante algumas noites. Diziam-se habitantes da fronteira do mundo dos vivos e
dos mortos e invadiam os domicílios, com a aceitação dos que lá habitavam,
fartando-se com comidas e bebidas, e também com os beijos das jovens das casas.
Possivelmente daí a ideia de
inversão desses papeis até os dias de hoje, como os homens vestindo-se de
mulheres e vice-versa.
As associações entre o carnaval e
as orgias podem ainda se relacionar às festas de origem greco-romana, como os bacanais (festas dionisíacas, para
os gregos). Seria festas dedicadas ao deus do vinho, Baco (ou
Dionísio, para os gregos), marcadas pela embriaguez e pela entrega aos prazeres
da carne.
Havia ainda em Roma, as Saturnálias e as Lupercálias. As primeiras ocorriam no solstício
de inverno, em dezembro, e as segundas, em fevereiro, que seria o mês das
divindades infernais, mas também das purificações. Tais festas duravam dias com
comidas, bebidas e danças. Os papeis sociais também eram invertidos
temporariamente, com os escravos colocando-se nos locais de seus senhores, e
estes se colocando no papel de escravos.
Tais festas eram pagãs
e a igreja já não as via com bons olhos. Com o fortalecimento de seu poder, na
concepção do cristianismo, havia a crítica da inversão das posições sociais,
pois, para a Igreja, ao inverter os papéis de cada um na sociedade, invertia-se
também a relação entre Deus e o demônio. E
dessa forma o demônio poderia ocupar o lugar de Deus, ficando assim ameaçado o
poder da Igreja Católica.
* Ilustração
medieval simbolizando um carnaval do período
No período renascentista, cidades
italianas, criaram a commedia
dell'arte, que eram os teatros improvisados cuja popularidade ocorreu
até o século XVIII.
Em Florença, canções foram
criadas para acompanhar os desfiles, que contavam ainda com carros alegóricos, chamados
de trionfi.
Em Roma e Veneza, os
participantes usavam a bauta,
uma espécie de capa com capuz negro que encobria ombros e cabeça, além de
chapéus de três pontas e uma máscara branca.
Com a criação da quaresma a igreja
resolveu interferir nas comemorações dessas festas. A partir
da implantação da Semana Santa, no século XI,
antecedida por quarenta dias de jejum, chamados de Quaresma.
Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas
festividades nos dias que antecediam a Quarta feira de cinzas, o primeiro dia da
Quaresma.
Antes o Carnaval tinha a duração de três dias, os dias que antecedem
a Quarta feira de cinzas. Atualmente, no
Brasil, duram em média cinco dias, com festas ainda na quarta-feira de cinzas. Em
contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, estes dias são
chamados "gordos", em especial a terça-feira, Terça-Feira Gorda,
também conhecida pelo nome francês Mardi Gras sinônimo de Carnaval.
O
carnaval passou a ser considerado uma das festas populares mais animadas e
representativas do mundo. No Brasil, tem sua origem no entrudo português, uma
festa de rua, onde, no passado, as pessoas jogavam uma nas outras, água, ovos e
farinha, iniciada no período colonial. O entrudo (bonecos gigantes) era
praticado pelos escravos e acontecia num período anterior à quaresma e,
portanto, tinha um significado ligado à liberdade. Este sentido permanece até
os dias de hoje no Carnaval.
Depois
surgiram os cordões e ranchos, as festas de salão, os corsos e as escolas de
samba. Afoxés, frevos e maracatus também passaram a fazer parte da tradição
cultural carnavalesca brasileira. Marchinhas, sambas e outros gêneros musicais
também foram incorporados à maior manifestação cultural do Brasil.
Figura importante
nos carnavais brasileiros foi a emblemática
Chiquinha Gonzaga, a primeira compositora popular do Brasil, autora da primeira
marchinha carnavalesca brasileira chamada de “Óh! Abre Alas”. Sendo também a primeira mulher a reger uma
orquestra no Brasil.
Carnaval em São Luís, Maranhão
As primeiras
manifestações momescas (Relativo à Momo ou ao carnaval) teriam aparecido
em São Luís entre o final do século XVIII e o início do século XIX. E o representante maior das
referidas manifestações, principalmente na segunda metade do século XIX, teria
sido a brincadeira do Entrudo.
Segundo Carlos Brazil, São Luís, uma cidade histórica,
colonial, que mantinha uma bela tradição de Carnaval, chegou a deixar de lado
essa tradição por um bom tempo. Até os anos 60, São Luís tinha uma tradição de
Carnaval de rua, em que as famílias se reuniam para brincar e dançar nas
estreitas vielas do centro histórico. Havia o corso, formado por caminhões e
carros que percorriam várias artérias do centro histórico. Mas resgatou o
melhor de seu Carnaval a partir da segunda metade dos anos 80.
O Carnaval de São Luís é marcado por características que se
revelam nos batuques, nas brincadeiras e nos personagens que tomam conta das
ruas nos dias de folia. Sua
dança e a animação ficam garantidas com os sons dos blocos carnavalescos,
grupos afros, escolas de samba, bandinhas e charangas. O desfile
das escolas de samba de São Luís é tão antigo quanto à do Rio de Janeiro. Antigamente,
havia bailes tradicionais em São Luís, que eram feitos em casarões alugados
especificamente para essa finalidade. Havia uma série de bailes, em que as
mulheres iam mascaradas. Tinham nomes característicos, como o Baile do
Bigorrilho, Saravá, Gruta de Satã, Rei Pelé, etc. Na década de 70 esses bailes
foram proibidos. Essa tradição também está sendo resgatada.
Em Itapecuru Mirim, os antigos bailes carnavalescos
aconteciam na residência de Áurea Helena Nogueira, minha tia por sinal, e os salões eram enfeitados com
bonecos, baianas, tamborins, fofões, mascaradas, Pierrot, Colombinas. Tinha os bailes tradicionais, os vesperais,
dois blocos tradicionais do Tusca e Selé. Depois surgiram outros blocos e até
uma escola de samba, onda Adalgisa Almeida teve participação memorável. Hoje
resiste ainda o bloco dos Piratas e o carnaval de marchinhas na AV. Beira Rio.
E as fantasias? E os reis Momos? Bem, essa é outra história!
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Créditos e referências
Wikipédia, a enciclopédia livre
PINTO, Tales Dos Santos. "História do carnaval e suas
origens"; Brasil Escola. Disponível em .
Acesso em 04 de fevereiro de 2016
imagens da internet.
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