A RIBEIRA DO ITAPECURU
Texto de Assenção Pessoa
A PARTICIPAÇÃO INDÍGENA
NA FORMAÇÃO DA CIDADE DE ITAPECURU-MIRIM
A Ribeira do
Itapecuru era ocupada por duas tribos indígenas:
* A dos Barbados (derivativo por usarem a barba grande), que viviam
nas terras que também eram chamadas de Barbados (Hoje, São João dos Campos
dos Pombinhos, município de Cantanhede). Os Barbados viviam à margem do rio
Mearim, no Maranhão.
* A dos Tapuias, localizada no lugar conhecido atualmente por Morro do
Diogo, situado há 3 km do vilarejo que seria a cidade de Itapecuru-Mirim, nos
limites do perímetro urbano. (Com o desenvolvimento da localidade e a extensão
populacional, o local se transformou num conjunto habitacional, num bairro próspero
de Itapecuru-Mirim).
* Morro do Diogo, para alguns historiadores, em homenagem a Diogo
Álvares Corrêa, o Caramuru, e também ao chefe, Diogo Felipe, espanhol criador
da primeira fazenda de gado, ali residentes. Essa localidade também foi ponto estratégico na guerra da Balaiada,
seus líderes e seus aliados.
Em 1649, os índios
Tapuias Uruatis, ainda não domesticados, sob a chefia de Botiram, assaltaram um
dos engenhos do Itapecuru, resultando no falecimento dos padres jesuítas,
Francisco Pires e Manoel Muniz e do religioso Gaspar Fernandes.
Com a chegada de novos
colonos portugueses, os índios foram forçados a se deslocaram para diferentes
pontos do interior da Ribeira, iniciando-se assim com os novos ocupantes, a
formação do vilarejo. Um processo lento, onde os colonos se localizaram no Arraial,
depois “Feira”, a 1 Km do Rio Itapecuru.
ASPECTOS CULTURAIS
DOS ÍNDIOS Tabajaras, os Cahy-Cahy (Caiacaizes), os Barbados.
Na Agricultura:
Cultivavam:
* Amanim (algodão),
cujos pés eram podados de seis em seis meses. Com os fios de algodão teciam
suas uni (redes de dormir) e suas puçá (redes de pescar).
Avati (milho),
cultivado em pequena quantidade/escala do qual era feito o “cauin”, espécie
de beberagem.
* Mandioca, da qual
produziam uma bebida chamada de caracu.
* Macacheira, da qual
produziam a bebida cauim-eté.
Religião.
Os Pajés eram
feiticeiros e mandeiros, nunca sacerdotes. Tupã personificava o Bem e
Jeropari, o Mal.
Na sua crença, os
índios bons que morriam, iriam para além das montanhas, onde viveriam
cantando e dançando, enquanto os covardes e traçoeiros, após a morte seriam
eternamente atormentados por Anhanguá, que era a segunda pessoa de Jeropari.
O trovão era a voz de
Tupã.
CARACTERÍSTICAS
ANTROPOLÓGICAS
Esses índios, após
matarem seus inimigos por vingança de seus antepassados ou irmãos, não os
comiam tão gulosamente como os tapis. Primeiro cevavam, para depois,
despelados e cortados em pedaço, assados e mosqueados, comerem. Contudo
vomitavam por não suportar a carne humana. (ver outras literaturas)
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