segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

NOSSA CULTURA, MITOS E LENDAS





A Lenda da Serpente




Contavam nossos antepassados que na localidade chamada Feira, hoje, Itapecuru-Mirim, existiu uma jovem de família pobre que viveu uma grande história de amor. Mas quando engravidou seu namorado não assumiu o amor dos dois, por que, como era de família abastarda, seus pais não aceitaram aquela união. Então a jovem, sendo obrigada a esconder sua gravidez de todos foi com seus pais morar na beira do rio Itapecuru. Seus morrera de tanto desgosto, ficando a jovem sozinha no mundo.

 Assim que a criança nasceu, a jovem pensou em dá-la para uma família, mas se arrependeu. Toda vez que a criança ia dormir, chorava muito com vontade mamar, mas a jovem nunca se levantara à noite para alimentar a criança. Um dia, não pensou duas vezes, e resolveu jogar a criança nas águas do rio Itapecuru sem que ninguém soubesse. Com medo que a criança morresse então a colocou dentro de uma caixa de madeira que flutuava e colocou-a no leito do rio.




Como castigo a criança não morreu, pelo contrário, ela se encantou, transformou-se numa forma diabólica, ou seja, numa enorme serpente de sete cabeças. Seu tamanho era tão grande, que media mais de 500 metros de comprimento. Sua peçonha  podia matar apenas com uma injetada de toxina. Todos os animais primitivos que habitavam nessa região foram devorados pela serpente por sua enorme fome devastadora. Como seu corpo era muito grande, parte dele se perdia na vegetação nativa da região, a ponta da sua calda, a parte mais frágil misturava-se por entre as matas estendendo-se até o rio.

Há quem diga que a igreja da vila, hoje N. S. das Dores, foi construída sob uma parte de sua moradia. Na igreja matriz está o rabo. O corpo passa por baixo do relógio e suas cabeças em baixo da ponte.

Quando o padre foi celebrar a 1ª missa na vila, ainda ao ar livre, onde hoje é a Praça da Cruz, e lá reuniu todos os moradores o padre avisa que ao final da celebração entraria uma criatura, mas que não queria o mal das pessoas. Que ninguém se assustasse, pois esta criatura só queria encontrar sua mãe.

Quando a serpente entrou todos ficaram apavorados ao ver aquela figura diabólica. Ao entrar, começou cheira os pés de todas as mulheres, até encontrar sua mãe. Ela estava tanto medo, pois ali ninguém sabia de sua triste história e nem de sua gravidez.  Mas, que a serpente não a encontrou, pois a mulher fugiu dali e nunca mais se soube notícias dela. Todos ficaram abalados com o que viram e foram para suas casas com muito medo.
A serpente sumiu na mata. Para alguns moradores a serpente não morreu, apenas adormeceu com o próprio veneno, pois picou sua própria cauda, desesperada por não ter encontrado sua mãe. Abriu-se então uma enorme cratera que a engoliu completamente. Depois de certo tempo esta cratera se fechou sem deixar vestígios na mata.

Muitos dizem que a serpente vive até hoje. Está adormecida. Relatam que se alguém tirar a imagem de Nossa Senhora das Dores do seu lugar no altar da igreja, a criatura despertará, a cratera onde está enterrada irá se abrir e a cidade de Itapecuru-Mirim vai desaparecer.



Diz ainda a lenda, que apenas uma vez a sua cauda se mexeu, abalando as paredes da igreja e depois se acomodou caindo novamente em sono profundo. Dizem que se ela voltar a se mexer a torre da igreja cai.

O encanto só termina quando a serpente encontrar sua mãe e mamar no seio dela. 


                                          Fim

2 comentários:

  1. Cresci ouvindo essa lenda aí em Itapecuru ... E sou apaixonada nessa lenda , porém não sabia com detalhes , só sabia o resumo dessa lenda fantástica.

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  2. Amei conhecer essa história. Minha mãe contava mais não com ricos detalhes...

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