sexta-feira, 21 de março de 2014

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ITAPECURU - NOSSA CULTURA, MITOS E LENDAS
                                                                                    Texto de Assenção Pessoa



       Como em todo o território brasileiro, o Maranhão também carrega uma grande herança cultural dos povos que o formou. Entre os diversos aspectos culturais, temos a literatura, a música, a dança, o teatro, as mais diversas formas de arte a culinária, que são a nossa indicação de identidade.



     Entendendo-se que Cultura é o conjunto de tradições, crenças, costumes e hábitos e tudo que envolve a vida de uma nação, estado ou município, e que passa de geração a geração, nós Itapecurueneses somos privilegiados.



    Somos todos frutos da miscigenação dos povos europeus, africanos, e indígenas. Cada um de nós herdou um pouco dessa mistura que teve início a quase quatro séculos. Desses cruzamentos formaram-se os povos mestiços, assim um povo tipicamente maranhense, migrou para Itapecuru-Mirim.

FOLCLORE



       Ao conjunto de lendas, crendices, superstições, cantigas, histórias, danças, festas, etc, conhecimentos que fazem parte da vida de um povo, conservado pela tradição, damos o nome de folclore ou cultura popular. É o nosso jeito de pensar, agir e sentir. Itapecuru-Mirim, tem essa mágica, única de se divertir, manifestar sua alegria, celebrar e agradecer.

FESTAS POPULARES



Festa do Divino Espírito Santo – Foi trazida pela cultura açoriana e que continuou a ser praticada pelos negros e mestiços, e ainda resiste até os dias de hoje. Sendo praticada na Santa Rosa. Nesta festa comemora-se a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus. É representado por uma pombinha branca e o levantamento do Mastro acontece no rufar da caixeiras e entoação de hinos de louvor.



Festas juninas. Manifestação de caráter profano e ao mesmo tempo religioso. No município de Itapecuru-Mirim são homenageados apenas os Santos da igreja Católica: Santo Antônio, São Pedro e São João.


CARNAVAL. Caráter profano. Representa um dos melhores no Maranhão.





DANÇAS POPULARES



Dança do coco -  é uma dança com um tipo de música folclórica, do mesmo nome, com diversas variantes pelo Nordeste brasileiro.


Tambor de Crioula-  Praticada para homenagear São Benedito. Oriunda da África e mantida até os dias atuais em todo o município, mas com maior ascendência na comunidade Felipa, inserida e cadastrada na Fundação Cultural do Maranhão.



São Gonçalo – De origem portuguesa, é praticada para homenagear São Gonçalo, o Santo, que segundo a lenda ajudava mulheres prostitutas a se casarem, organizando bailes públicos, criando a imagem de santo farrista, alegre, tornando-se assim o padroeiro dos boêmios, violeiros e das mulheres da vida.



Bumba-meu-boi, folguedo antigo do Maranhão, em Itapecuru-Mirim, se apresenta em forma de orquestra. É uma cultura resultado da mistura africana, indígena e europeia. É uma forma de teatro musical realizado com harmonia e alegria.



A comunidade do Oitero que antes dava cadência a cultural local, hoje  traz também o Reegae importando da capital São Luís,  para fazer parte do acervo cultural daquela região.



Capoeira – è considerada um jogo, uma dança ou luta, de acordo com o modo de quem a pratica. Uma parte das rodas de capoeira diz que esta forma de dança foi trazida por Zumbi dos Palmares, informação não constatada oficialmente. Após a abolição dos escravos, os negros jogavam capoeira para se divertir e também como uma luta de defesa.



Outras danças mais recentes: Portuguesa, cigana, dança de rua (rip-rop)

FESTAS RELIGIOSAS: São Benedito (1º de janeiro); Paixão de Cristo; Páscoa; Festa da Padroeira Nossa Senhora das Dores; Festa da Cruz; Festa de N. S. da Conceição e Natal.





TEATRO – O teatro de Itapecuru-Mirim vem tentado se afirmar no cenário local, mas a falta de incentivo por diversos setores, impede o desenvolvimento total para esta arte cutural.



LAURENTINO ALVES DOS SANTOS. É o primeiro que se tem conhecimento neste município que trouxe a arte cênica representada por bonecos em palcos que ele mesmo montava. Usava como vestimenta roupas de palhaço, pintava o rosto e usava megafone de lata e ainda agradava as crianças com bombons. Ficou conhecido com “LAURENTINO BONECA”.(Dados fornecido por Zé Paulo)


Por muitos anos TEIT – TEATRO EXPERIENTAL DE ITAPECURU, foi reconhecido e manteve-se atuante. Hoje temos outros grupos de atores a artistas do teatro Itapecuruense fazendo um trabalho rico e muito bonito....

Atualmente temos novos grupos e Companias de teatro se destacando. A exemplo temos o Ator Alisson Rilket.



PONTOS Históricos/TURÍSTICOS


     O turismo em Itapecuru-Mirim, não é muito desenvolvido e divulgado. Mas a cidade tem se desenvolvido no cenário carnavalesco do Maranhão, chegando a ser intitulado, um dos melhores. 


       Mesmo sem muita expressão em relação ao Estado e ao país, Itapecuru apresenta os seguintes pontos turísticos, por sua relevância na história da cidade. 

Veja alguns:

Antiga Cadeia Velha, hoje a Casa da Cultura

Comunidades Negras – Quilombola

 Magnífica –

Fonte da Miquilina – Era uma fonte de água límpida, quase mineral em que as pessoas utilizavam para beber.

Morro do Diogo, onde foi construída a 1ª fazenda de gado. Atualmente, está sendo construído um conjunto habitacional.

Quinta Velha, onde os jesuítas fizeram morada (ano?). Hoje é a sede da AABB.

Igreja N.S. das Dores

Palácio Municipal



CULINÁRIA

Não existem as tradicionais comidas típicas em nosso município, mas tem-se a cultura de preparar pratos deliciosos, tais como: mocotó, sarrabulho, galinha caipira, buchada de bode, arroz de cuxá, baião de dois, feijão com arroz e guisado.

O preparo de alimentos com milho: bolos, mingaus, milho cozido e assado, etc.



ARTES PLÁSTICAS E CERÂMICAS

O município é rico de artesãos, destacando-se por volta de 1990, Álvaro do Nascimento Silva Sampaio, com os trabalhos de decoração em cerâmica e azulejos.

Outras atividades desenvolvidas e organizadas em associações são: bordado, crochê e pintura em tecido; objetos e adereços de palha e cerâmica, confecções de redes manuais, entre outros.

Na pintura em tela temos atualmente se destacando no cenário municipal o artista plástico Beto Diniz.



LITERATURA


A literatura Itapecuruense trouxe grandes personagens influentes na cultura local:


João Francisco Lisboa – Jornalista


Juvenal Nascimento Araújo – Poeta, Militar, Filósofo. Nascido em Itapecuru-Mirim no dia 10 de novembro de 1905, falecendo no Rio de Janeiro. Autor de Castália Iluminada (poesia) e Luar do Maranhão (trovas)


Henrique Leal – Médico e escritor. Antônio Henrique Leal, nasceu na localidade chamada Candiba, em 1828, destacando-se pelo estudo e pesquisa sobre Antônio Francisco Lisboa.


Gomes de Sousa – Matemático. Joaquim Vieira da Silva e Sousa, o Souzinha, nasceu no dia 15 de fevereiro de 1829, na fazenda Conceição. Faleceu na Inglaterra, em Londres, no dia 1º de junho de 1803. Além de Dr. em Ciências Matemáticas e Físicas pelo Rio de Janeiro e em Ciências Médicas em Paris, também recebeu vários outros títulos por sua dedicação e estudos.


Mariana Luz – Poetisa e Professora. Nasceu no dia 10 de dezembro de 1879, na cidade de Itapecuru-Mirim, falecendo em 1960.


João Silveira – Professor

ESCRITORES DA ATUALIDADE COM PUBLICAÇÃO
Assenção Pessoa
Samira Diorama 
Alberto Júnior 
Pe. Meireles
Inaldo Lisboa
Josemar
Benedito Buzar, etc.

Itapecuru-Mirim, já conta com a Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes - AICLA.



DESTAQUE NA MÚSICA

O município conta com a Escola de Música Joaquim Araújo, hoje bastante comprometida no seu desenvolvimento, por falta de investimentos voltados à cultura do município. Foi fundada em 1989. Fio dirigida pelo maestro Gonçalves Martins e Álvaro do Nascimento. Nos últimos anos foi dirigida pelo músico José Santana.
O cantor de musica erudita Professor Silas tem se destacado no cenário maranhense.



Biblioteca – a primeira biblioteca pública que o município teve foi a Biblioteca Henrique Leal, com um acervo de 1.084 livros. (dados de 1997). Atualmente temos a Biblioteca Benedito Bogéa Buzar.



LENDAS E MITOS

A lenda da Serpente Itapecuruense

Outras lendas: Do Saci-pererê,  mãe d’água, mula sem cabeça, do homem que virava bicho; da mulher que virava uma porca e aterrorizava a cidade.


Contribua: dê sua opinião, complemente. Estamos abertos à sua participação.

terça-feira, 4 de março de 2014

ITAPECURU-MIRIM. EM FIM, NASCE UMA CIDADE!




       CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO. 
ELEVAÇÃO A CIDADE E TERRITÓRIO. 


                                                                                 Mercado Público


      Pela Provisão Régia de 21 de julho de 1870, Lei Provincial nº 919, a Vila de Itapecuru-Mirim, foi elevada à categoria de cidade, sendo criado o Município do mesmo nome com extensão territorial de 2.612,50 Km².

     Em 24 de setembro 1952, perdeu ainda mais da metade deste território com a criação do município de Cantanhede pela lei 757, que desmembrou deste município 1.460 Km².
Itapecuru ficou com uma extensão territorial de 1.152,50) KM². (VER: hoje já perdeu mais terras)

Está formado o desenho de um novo limite:
Ao Norte –  Santa Rita e Presidente Jucelino;
Ao Sul –  Cantanhede
A Leste – Presidente Vargas e Vargem Grande
A Oeste – Miranda do Norte e Anajatuba

FORMAÇÃO JUDICIÁRIA

A Comarca de Itapecuru-Mirim foi criada em 29 de abril de 1835, pela Lei Provincial nº 7. É uma comarca de Entrância, tendo por termo os municípios de Anajatuba, Cantanhede, e atualmente Miranda de Norte. Apresenta a seguinte configuração: 03 Juízes de Direito; 03 Promotores públicos; 03 Tabeliães; 06 oficiais de Justiça; 03 escreventes e 01 (hum) Cartório Eleitoral (hoje, Fórum eleitoral)

ETIMOLOGIA DA PALAVRA ITAPECURU-MIRIM
                                                                 AV. Brasil

 A origem da palavra Itapecuru-Mirim é Tupy Guarany.
Segundo Frei Francisco dos Prazeres Maranhão, na sua Coleção “Etimologia Brasileira, diz que: Itapycuru ou Itapecuru vem de “ita”, pedra, /’pucuru”, púcaro. “Mirim”, pequeno. Afirmando que “Itapecuru” significa púcaro de pedra.  “Itapecuru-Mirim”, púcaro de pedras pequenas.

No entendimento do Dr. Domingos José Gonçalves de Magalhães, em seu trabalho “Notas sobre a história da revolução do Maranhão”, a grafia correta é Itapecuru e que é o modo etimológico, único de grafá-la. A palavra compondo-se da seguinte forma: “Ita”, pedra, “pe", caiminho, via, “curu”, curatem, cura, muita influência. “Mirim”, pequeno. Com a nova análise fica: “Itapecuru-Mirim”, caminho pequeno ou estreito de muitas pedras, ou inçado pequeno de muitas pedras.

Os franceses, por exemplo, chamavam em seus escritos, ora Itapecuru, ora Maranhão ou rio Itapecuru. Atualmente fazemos referência a Caminho de pedras miúdas para designar Itapecuru-Mirim.

CARACTERÍSTICA URBANÍSTICA

 Itapecuru-Mirim era uma vila decadente de ruas estreitas e casarões de taipas sem estética urbanística, quando da elevação á cidade.


                                    CE Itapecuru Mirim
 
SURGIMENTO DO ENSINO

O ENSINO surgiu no município, final de século XIX e início do século XX, por meio de escolas particulares, pelos professores Severo castelo Branco, Thiago Ribeiro, Mariana Luz, Manfredo Viana, Almerinda Araújo, Zumira Fonseca, Professor Newton Neves, João Rodrigues.

    

                                         Manfredo Viana
 
Manfredo Viana fundou a Escola Santo Expedito, que segundo Buzar, em seu livro “No Tempo de Abdala era assim”, era a melhor escola de alfabetização em matéria de ensino da época, seguida pelo Instituto Rio Branco (escola de ensino primário), sob a direção do renomado Professor Newton Nogueira Neves.

No período de 1928 a 1930 nasceu a primeira escola de ensino para as crianças. Inicialmente funcionava com escola de Freguesia, ou seja, “as casas”. Primeiro, na casa do Sr. Velho Zuza. Seguido pelo SR. José Carlos Bezerra, na casa da família Nogueira, na praça da Cruz, em terreno de sua propriedade. As primeiras professoras: Zulmira Fonseca e Maria de Lourdes Cassas. Com aumento do número de alunos, a escola passou a funcionar em duas casas: na casa de Áurea Nogueira, na Av. Gomes de Sousa (hoje prédio residencial). A professora Zulmira Fonseca, ensinava lá. O inspetor quando vinha visitar a escola também ficava lá por ser mais confortável e ter mais cômodos.

A segunda parte da escola funcionava na própria casa da professora Maria de Lourdes Cassas, isto é, na casa de D. Graciete Cassas, rua da Boiada, hoje, Senador Benedito Leite, pois também eram muito grande e confortável.

A escola cresceu e passou a se chamar escola Grupada, Mais seria intitulado “Grupo Escolar Gomes de Sousa”, em homenagem ao seu filho mais ilustre – o “Sousinha”.

OS NEGROS

Em época posterior a Balaiada, houve o chamado ciclo do açúcar no Maranhão que se estendeu até a abolição dos escravos, em 13 de maio de 1888. Itapecuru-Mirim era um dos eixos desse plantio, contribuindo para alavancar a economia dessa região e do Maranhão.
A entrada crescente de escravos africanos no Maranhão culminou com a chegada de 41 mil pessoas entre 1812 e 1820. Como resultado, às vésperas da Independência, 55% dos habitantes do Maranhão eram escravos. Tal número correspondia a mais alta porcentagem de população escrava do Império. Ela concentrava-se nas fazendas situadas na baixada ocidental e nos vales dos Rios Itapecuru, Mearim e Pindaré.

                                 Restos do cais à margem do Rio Itapecuru, mão de obra negra.

Esses locais tinham uma grande quantidade de matas, rios e riachos. Tal aspecto foi decisivo no momento de ocupação dos territórios pelos colonizadores: os espaços foram utilizados de forma bastante rarefeita. Essa conformação criou condições para o surgimento de quilombos em cabeceiras de rios e locais mais distantes nas florestas. Tratava-se de lugares que escapavam ao controle do Estado, permitindo que os quilombos multiplicassem e suas populações se sentissem relativamente seguras.
Mesmo que não seja possível precisar a quantidade de quilombos que existiu desde esse período até a Abolição, afirma-se que no Maranhão havia poucas fazendas escravistas sem quilombos à sua volta.

Era comum, principalmente na primeira metade do século XIX, que pequenos grupos de escravos fugidos se escondessem nas matas que cercavam as propriedades. Essas fugas ocorriam principalmente em locais que reuniam um bom número de fazendas e escravos, como Alcântara, Viana, Vitória do Mearim, Itapecuru-Mirim, Rosário e Manga do Iguará.

Diante da multiplicação dos quilombos, as autoridades maranhenses organizaram vários tipos de forças policiais para enfrentá-los. Governo e fazendeiros contavam também com os serviços dos capitães-do-mato para combater os quilombos. Porém, diante de um território imenso, o número de soldados e de capitães-do-mato sempre foi insuficiente para desarticular de forma definitiva os quilombos.


Com a abolição dos escravos, a lavoura passou a enfrentar problemas com a grave falta de mão de obras, principalmente na indústria açucareira. Houve uma crise financeira na região e no estado.
Os negros também foram descriminados, humilhados, maltratados. Trabalhavam da doze a quatorze horas por dia, tinham condições sub-humanas de sobrevivência. Ganhavam péssimos salários. Passaram a morar em cortiços ou ocupava pequenos pedaços de terra onde cultivavam roças de subsistência e onde podiam ser expulsos a qualquer momento.

Em 15 de novembro de 1889, se deu a Proclamação da República, pelo então, Marechal Deodoro da Fonseca.

                                                                     babaçu


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sábado, 1 de março de 2014

CONHEÇA A HISTÓRIA DE ITAPECURU-MIRIM



 CONHEÇA A HISTÓRIA DE ITAPECURU-MIRIM NOS TEXTOS DE ASSENÇÃO PESSOA, PUBLICADOS NESTE BLOG.

A VILA ITAPECURU-MIRIM E A ADESÃO A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL


                                                          Biblioteca Benedito Buzar


         Na Batalha do Jenipapo, formada pelos grupos dos independentes na vila de Campo Maior, Ceará, junto ao rio Jenipapo, teve o início de suas operações iniciadas em direção a Caxias, Itapecuru-Mirim, São Bernardo e Brejo.

        Com a situação extremamente delicada, a Câmara Municipal de Itapecuru-Mirim, posicionou-se a favor da Independência do Brasil, ao decidir que o Tenente Coronel Pinto Magalhães com suas tropas fiéis ao domínio português não poderia desembarcar nesta Vila. As tropas vinham debandadas de Caxias para São Luís, e queria aportar na Vila a pretexto de doenças entre os homens.

            A Campanha Libertadora, outro movimento a favor da Independência do Brasil, iniciada em Parnaíba, Piauí, teve repercussão em Itapecuru-Mirim, que quase sofreu uma invertida moral. Por conta desse fato o negro João Pereira de Couto, Capitão do Mato, do Distrito de Manga do Iguará, que atendia pelo apelido de “João Bunda’, após cometer as maiores atrocidades para que a vila aderisse à independência e assassinar o Capitão Manoel José Magalhães estava preparado para invadir a Vila de Itapecuru-Mirim e repetir a dose”. A população encontrava-se apavorada e só foi salva devido à chegada providencial do chefe geral dos independentes, Salvador de Oliveira, com suas tropas e que impediu a invasão e ainda colocou “João Bunda” sob suas ordens.

         Em 09 de junho de 1823, o Tenente-Coronel Ricardo José Coelho (contrário à independência do Brasil), refugiado em Itapecuru-Mirim há nove dias, tentou retirar-se para a capital São Luís, mas, sem sucesso, pois todas as saídas estavam bloqueadas, decidiu enviar alguns parlamentares aos independentes para negociar sua rendição pacificamente. Quem ditou as regras para sua rendição foi o ex-comandante da guarnição da Vila de Itapecuru-Mirim, Tenente-Coronel José Felix Ferreira de Burgos, que o mesmo havia sido substituído e que por essa razão, passara para o lado dos independentes.

        Itapecuru-Mirim foi cercada a não resistiu ao assédio. No dia 18 de junho de 1823 rendia-se a Salvador de Oliveira.

          Salvador de Oliveira permitiu a retida do oficial Tenente-Coronel José Felix Ferreira de Burgos para a Capital e promoveu a reintegração de posse da Vila no dia 19 de junho de 1823.

            Em São Luís, após a Adesão do Maranhão à Independência do Brasil, em 28 de julho de 1823, no dia 07 de agosto do mesmo ano, após Ato de Juramento à Independência. Sendo assim, o Maranhão deixa de ser Estado Colonial de Portugal e passa a ser Província do Império do Brasil. Então se procedeu a eleição dos representantes de São Luis na junta provisória anteriormente já constituída na Vila de Itapecuru-Mirim.

            O tenente-coronel José Felix Ferreira de Burgos foi nomeado Barão do Itapecuru-Mirim, devido a seus serviços prestados à causa da independência. Mais tarde Comandante das Armas do Baré e logo depois, Ministro.

COSME BENTO, A BALAIADA E ITAPECURU-MIRIM.

                                                                Fórum Eleitoral

           A Balaiada foi um dos maiores conflitos ocorridos no Brasil. Entre 1838 e 1840, o Maranhão foi palco de uma insurreição popular em que os quilombolas tiveram participação decisiva.

       A Balaiada ocorreu em consequência da luta entre liberais, conhecidos como bem-te-vis, e conservadores. Naquele momento, os liberais encontravam-se impedidos, pelos conservadores, de participar das decisões políticas. Os bem-te-vis desencadearam violenta oposição ao Presidente da Província (Santos, 1983: 74).

       Considera-se que a Balaiada começou com o ataque à prisão na vila da Manga, próximo a Vargem Grande, em dezembro de 1838. Naquele momento, o vaqueiro Raimundo Gomes e nove parceiros libertaram vários homens presos para o alistamento. Um mês antes, Manoel Francisco dos Anjos Ferreira, conhecido como Balaio, já havia libertado seu filho, igualmente detido para servir às mesmas tropas.

       No momento de eclosão da Balaiada já havia uma guerra entre os mocambeiros e a sociedade escravista. Em novembro de 1839, escravos liderados por Cosme Bento das Chagas iniciaram uma insurreição em várias fazendas da região de Itapecuru-Mirim. Os escravos rebelaram-se contra os seus senhores, pegaram em armas e proclamaram-se livres. Diante disso, os fazendeiros fugiram de suas propriedades. Tal circunstância permitiu que os escravos se aquilombassem com mais facilidade.
Cosme Bento das Chagas nasceu na cidade de Sobral, na província de Ceará. Era prisioneiro de vários crimes. Foragido da penitenciária de Alcântara se integrou a Balaiada. O preto Cosme liderava mais de 3.000 escravos fugidos e e organizou uma base na fazenda da Lagoa Amarela. Cosme julgava-se uma pessoa importante, saqueou várias igrejas, vestia-se com trajes religiosos, era carregado em andor como se fosse nobre Poderoso. Assinava seu nome da seguinte forma: “D. Cosme Tutor: o Imperador das Liberdades Bem-ti-vis”. Tinha aproximadamente 40 anos por ocasião da Balaiada, era alfabetizado e sabia da importância da alfabetização. A prova disso é que criou uma escola na Lagoa Amarela, em pleno conflito. Também tinha visão política, já que buscou a união com os outros rebeldes da Balaiada. É certo que alguns líderes da rebelião posicionaram-se veementemente contra a discriminação dos escravos, como o próprio Raimundo Gomes.

        Com a chegada de Luís Alves de Lima, o futuro duque de Caxias, o conflito entrou em uma nova etapa. Lima contava com grande tropa e recursos, e conseguiu dissipar os grandes grupos de bem-te-vis. Os líderes balaios, perseguidos pelos soldados, tiveram de escolher: ou se rendiam, tirando proveito da anistia concedida pelo governo imperial, ou continuavam a luta aproximando-se dos escravos insurgidos. Cosme passava a ser a figura mais importante do conflito.

         Diante desse quadro, Luís Alves de Lima utilizou duas estratégias. De um lado, atacava os rebeldes e a base de Lagoa Amarela. De outro, tentava impedir a união de rebeldes livres e escravos. O sucesso de Lima ocorreu, todavia, quando convenceu o chefe rebelde Francisco Ferreira Pedrosa a atacar os quilombolas de Lagoa Amarela.

            Cosme tentou fundar outro quilombo em Guadalupe, localidade situada entre Lagoa Amarela e a vila do Brejo. Naquele momento, porém, outros líderes rebeldes aceitaram a anistia do imperador em troca da captura de escravos fugidos. Segundo o próprio Lima, essa ação tinha dois fins: antecipar o fim da revolta e provocar o ódio entre escravos e pobres livres.

         Os escravos insurretos ficaram sob a mira das tropas de Lima e dos ex-rebeldes, bons conhecedores do terreno. Cosme Bento das Chagas, vendo seu grupo ser dizimado, tentou atravessar o rio Itapecuru, fugindo para as matas com os que restaram. Contudo, foi sitiado em fevereiro de 1841 no Mearim.

     
Cosme foi preso às margens do rio Mearim em 1842 e transportado para a Cadeia Pública de Itapecuru-Mirim, onde aguardou julgamento. Recebeu a sentença de sua execução, pelo Governador do Maranhão, Venâncio Lisboa, em 20 de setembro de 1842. Na época foi escolhido o prisioneiro criminoso mais bárbaro para enforcá-lo na Praça do Mercado onde existia o Pelourinho, construído em 1818.
Dizem que Cosme antes de ser enforcado, olhou para o céu e disse: “meu Deus, eu me arrependo de todos os crimes que cometi”. Este fato se deu em 20 de setembro de 1842.

Balaiada (1838-1841) – guerra ocasionada pela grave crise econômica causada pela queda da produção de algodão, aumento da miséria, o descontentamento das classes pobres maranhenses. Escravos, camponeses e vaqueiros uniram-se na luta contra os abusos das autoridades civis e militares.

ECONOMIA PÓS BALAIADA

          Em época posterior a Balaiada, houve o chamado ciclo do açúcar no Maranhão. Itapecuru-Mirim era um dos eixos desse plantio, contribuindo para alavancar a economia dessa região e do Maranhão.

E os limites ficaram assim distribuídos após ser criada a vila de Itapecuru-Mirim:
Ao Norte – Nossa Senhora do Rosário, num lugar chamado Poções;
 (atualmente Santa Rita e Presidente Jucelino);
Ao Sul – A Freguesia Nossa Senhora da Piedade do Coroatá, na foz do Rio Perirtoró; (Atualmente o município se limita com Cantanhede);
A Leste – Freguesia São Sebastião da Vargem Grande, paragem denominada Leite (Pela resolução de 19-04-1833, desmembrada do município de Itapecuru-Mirim o distrito de Vargem Grande. Elevado à categoria de vila.)
A Oeste – Freguesia de Santa Maria de Anajatuba, no lugar chamado Jaivara ou Jaibara.


                                                    Centro de Ensino Itapecuru Mirim


OBS.: As imagens são dos dias atuais, portanto somente para ilustração, e para que o leitor conheça um pouco mais dessa bela cidade do interior do Maranhão.


Os textos são baseados em pesquisas.