TEXTO DE: Assenção Pessoa.
(Itapecuru-Mirim, MA. 03/10/2013)
Dizem que um intelectual é uma
pessoa que usa seu intelecto para estudar, refletir ou especular sobre ideias,
pensamentos e fatos, de modo que esse intelecto possa servir para o bem comum.
Dizem que os acadêmicos das Academias
de Letras, Ciências ou Instituições similares são verdadeiros intelectuais, por
defenderem posicionamentos próprios sobre a complexidade da vida, da ciência,
das letras, das artes, enfim, defendem o modo do ser humano se expressar e
definir o que julga melhor para sua existência. Essa complexidade estabelece
uma trajetória social dos acadêmicos, definida pelo meio social e pelo seu
grupo de interesse.
Mas, como ser um intelectual
acadêmico, sendo desprovida de conhecimento científico a base da sua
intelectualidade?
A ideologia do intelectual,
desprovida do conhecimento técnico/científico é como um mar sem peixes ou um
céu sem estrelas.
Na ação de pensar a educação, por
exemplo, temos na nossa história Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro, Paulo Freire,
etc. Assim também temos pensadores na política, ciência, religião, em todos os
campos do saber. E nas academias? Como tem se refletido a ação do pensar? A
ação reflexiva do intelectual, portador da autoridade científica, que quando se
expressa demonstra bom senso, sabedoria e status social?
Os verdadeiros acadêmicos
envolvidos com seu compromisso vão além do status social. Estas relações de
poder e de saber se conflitam com a vaidade, o egocentrismo e o comprometimento
e a simplicidade.
Um acadêmico deve antes de
qualquer coisa, está a serviço do conhecimento e engrandecimento da humanidade
à sua volta. Suas ideias devem servir para que a sociedade onde estejam inseridos
seja beneficiada coletivamente.
Portanto, um acadêmico não pode
ser volúvel, convencido, orgulhoso que só pensem em suas próprias vaidades e
nos tributos que poderá receber. Sendo assim, vejo a espiritualidade como a
base mais segura para o desenvolvimento de uma personalidade acadêmica tendo em
vista que a Espiritualidade é base
para o desenvolvimento da Intelectualidade. Nas grandes Academias já é
percebido esse comportamento de acadêmicos intelectuais. E nas recém academias
de todo país? Com está se dando o seu crescimento?
Um bom acadêmico, atuante, possui um conjunto
de faculdades intelectuais, cognitivas, pelas quais as impressões tangíveis ou
intangíveis, percebidas pelos seus sentidos, se tornam inteligíveis. Essas
faculdades desenvolvidas os qualificam ou capacitam a perceber interpretar,
analisar, compreender, aprender e penetrar com mais agudeza e perspicácia em
investigações, posicionamento e ideais, respeitando o pensamento, o sentimento e
o conhecimento do outro. Na academia todos são iguais e ao mesmo tempo,
singular, o que os tornam únicos e especiais, mas nunca acima ou melhor que o
outro.
A capacidade de ser acadêmico
deve ser entendida como o desenvolvimento do espírito para a compreensão
universalizada do todo. Sendo assim, promover e sustentar pela maestria da
espiritualidade a sua intelectualidade. Um
verdadeiro acadêmico deve, sobretudo, trabalhar pelo crescimento de sua
instituição, participar de suas atividades de alguma forma, envolver-se e
conduzir a capacidade criativa do grupo, colaborando com seu ponto de vista e
sua capacidade de perceber o crescimento social, cultural, científico e
artístico de sua comunidade em foco. A academia é auto sustentada pela
participação coletiva do grupo de intelecto a qual fazem parte.
Não devemos confundir o acadêmico
de uma academia de letras, ciências, artes, ou instituições similares com academismo, ou seja, o aprendizado das áreas do conhecimento individualizado que
tão bem as instituições de ensino nos impõem. Nem mesmo com o aprendizado
através da via autodidata. Nesse ponto, para desenvolver a atividade acadêmica
dentro das academias deve ser levado em consideração a inteligência individual
e coletiva dentro do grupo, respeitando, as capacidades e as limitações dos
nossos confrades e confreiras.
O belo e a beleza dos
comportamentos dos acadêmicos estão em suas ações firmes e respeitosas para com
o companheiro ou companheira. Portanto, todo acadêmico deve está de acordo com
a base da espiritualidade e dela brotarem a sua intelectualidade. A espiritualidade
é base que preenche a sensibilidade, o bom senso, e a sabedoria. Dá vida e
significado à intelectualidade. A espiritualidade ilumina a intelectualidade,
permitindo aos acadêmicos uma compreensão clara de irmandade, união,
cumplicidade e lealdade. Ter conhecimento nem sempre vem acompanhado dessas
bases. Mas, é necessário buscá-las se queremos ser um verdadeiro acadêmico.
Um acadêmico é um homem valoroso,
desde que dê valor à vida e ao direito de expressão nas mais diversas fontes do
saber através das ciências humanas, da natureza, das letras, das artes e da
teologia. O acadêmico deve respeitar seu grupo e atuar com convicção da sua
função, dentro da instituição a qual faça parte. Além de cumprir os
regulamentos, devem acima de tudo, compreender porque está ali, ocupando uma
cadeira, defendendo um patrono.
Devem compreender sua relevante
função social/acadêmica frente aos serviços prestados por esta instituição. Devem
valorizar pessoas, ideias, conhecimentos e desprezar picuinhas, guerra de
valores e baixa estima. Compreender que
nem sempre as suas ideias serão aceitas, mas que não é por esta razão que se
deve sair da intelectualidade e parti para as agressões morais e palavreados
que diminuem o suposto opositor dessas ideias, provocando descrédito na “casa” a
qual fazemos parte provocando uma situação desconfortável diante dos colegas.
Também não deve ser motivo para afastar-se dos seus compromissos como
acadêmicos, deixando de se interessar pelas reuniões, atividades e projetos
dentro da academia. As academias precisam de pessoas com perseverança, poder de
diálogo e alto conhecimento crítico que seja capaz de conviver com as
diferenças ali existentes e promover o engrandecimento individual e coletivo.
As Academias precisam crescer de
dentro para fora. Ou seja, se estruturar com uma base sólida e a parti daí
mostrar para a sociedade trabalhos significativos e interessantes para sua
clientela. Sejamos, portanto verdadeiros acadêmicos das Academias de Letras,
Ciências, Artes e Instituições similares.
Principais atitudes e comportamentos dos bons
acadêmicos
É importante que um acadêmico,
procure estar sempre preparado para o trabalho na academia. Portanto, a seguir vou discorrer sobre algumas
das características que entendo servir também para os bons profissionais de uma
academia:
- Preparado para mudanças
As academias buscam por acadêmicos
preparados para o mundo moderno. As tecnologias, as relações de convivência, os
valores e o modo encontrar soluções para os problemas mudou, enfim tudo mudou
significativamente nos últimos anos e continuarão mudando. Portanto temos de
acompanhar o ritmo das mudanças. Os acadêmicos não podem fazer as mesmas coisas
e do mesmo modo durante toda a vida, pois correm o risco de ficarem obsoletos.
- Competência
Competência é uma palavra de senso
comum, utilizada para designar uma pessoa capaz de realizar alguma coisa.
Diplomas servirão para dar referencial ao profissional ou até mesmo para
enfeitar a parede da sua sala, mas a competência é o fator chave que atrelada à
diplomação lhe dará subsídios profissionais para ser bem sucedido. Por isso
podemos afirmar categoricamente que a competência não é composta pelo diploma
por si só, apesar de que ele contribui para a composição da competência.
- Espírito empreendedor
As academias com visão moderna, bem
como, seus colaboradores ou parceiros precisam ter uma visão empreendedora. Isso
significa que os seus membros devem perceber possibilidade de maiores
contribuições da organização, garantindo assim o comprometimento da equipe na
busca de resultados positivos e relevantes.
- Equilíbrio emocional
De modo simples, o equilíbrio
emocional é o preparo psicológico para superar adequadamente as adversidades
que surgirão na instituição e fora dela. É necessário que tenhamos equilíbrio
emocional, pois não importa quais problemas tenhamos de caráter pessoal, no
trabalho, enfim, as demais pessoas como um todo não tem culpa deles e não
podemos descarregar esses problemas neles. Quando falamos em equilíbrio
emocional é importante avaliar também as situações adversas pelas quais todos
os acadêmicos passam. É justamente aí que surge o momento da verdade: mostrar
que se tem equilíbrio emocional. Aprender a ser e a conviver é o ponto
central do indivíduo.
- Marketing Pessoal
O marketing pessoal pode ser definido
como o conjunto de fatores e atitudes que transmitem uma imagem da pessoa.
Dentre esses fatores, se incluem vestimentas, comportamentos pessoais, o modo
de falar e a postura de profissional diante dos demais membros, dentro ou fora
da instituição. Os acadêmicos representam a “cara” da academia, portanto
é interessante que valorize seu marketing e venda sua imagem da melhor forma
possível. Mas não queira demonstrar o que não o é de fato. Tenha uma
personalidade própria, simplificando: seja você mesmo.
Comportamentos que devem ser evitados. Isso vale para qualquer ambiente:
Aquele que fala demais:
Já viu aqueles profissionais
que são os primeiros a propagar as notícias ou as “fofocas” dentro da empresa?
Costumo chamar tais profissionais de locutores da “rádio peão”. Recebem uma
informação, sequer sabem se são confiáveis, mas passam adiante e o que é pior,
incluindo informações que sequer existiam inicialmente, alterando totalmente a
informação recebida. Cuidado para não ser um destes.
Aquele que fala mal dos outros:
Aos profissionais, quando há
profissionalismo, evitam falar sobre seus colegas de trabalho, longe destes é
claro, aquilo que com certeza não seriam capazes de falar na frente deles. Por
isso, a regra é: Se você não tem coragem de falar algo na frente do seu colega,
nunca fale pelas suas costas.
Aquele que vive mal-humorado: Como está seu humor hoje?
Esses são, sem dúvida, uns dos mais evitados.
Existe algo pior do que conviver com quem vive reclamando da vida ou que vive
de mau humor? Pessoas de “mal com a vida”, repelem as outras pessoas de perto
delas. Ninguém tem a obrigação de estar sorrindo todos os dias, mas isso não
significa que temos o direito de estar sempre de mau humor.
Aquele que não respeita os demais:
O respeito é fundamental para o
convívio em grupo. Somente quando aprendemos a respeitar as ideias é que
crescemos com o grupo.
Aquele que é egoísta:
O egoísmo é algo difundido nas
empresas até mesmo porque a competitividade interna é muito grande. Pensar
somente em si mesmo o tempo todo não é a melhor alternativa para o
profissional. Em uma academia o que deve prevalecer é o coletivo e a
coletividade. “A união faz a força”. Unidos somos vencedores, separados...
vencidos.
Aqueles que são inflexíveis:
Já observou aqueles
profissionais que são os únicos que se acham certos? Pois bem, isso é um grande
problema para a convivência em grupo. É importante que todos nós tenhamos em
mente que não estamos certos o tempo todo e nem tampouco precisamos fazer valer
perante os outros as nossas próprias ideias a todo o momento.
As qualificações profissionais, os comportamentos
e as atitudes dos bons acadêmicos são muito importantes nesse contexto para uma
nova academia, aberta a mudanças. Sempre quem procura o auto-aprimoramento
estará mais bem preparado para tornarem-se excelentes membros de qualquer
instituição social. Espero que este texto possa servir para o crescimento
e engrandecimento das novas academias de Ciências, Letras, Artes e Instituições
Similares que todos os dias são fundadas por este Brasil a fora.