terça-feira, 7 de março de 2017




COMPORTAMENTO
MULHER: ONTEM, HOJE E SEMPRE
                                                        *Professora Assenção Pessoa


           A sociedade humana existe desde que, mundo é mundo, e suas mudanças ocorrem em função do desenvolvimento social e do progresso patriarcal em que foram submetidas através dos tempos. A produção de alimentos, a busca pelo conforto e facilidade de aproximação dos povos e dos valores levara a mudanças também das normas sociais vigentes atualmente.

           Desde o período das sociedades agrícolas têm-se papéis definidos para homens e mulheres. Enquanto a mulher era tratada com do lar, marcada por seu papel de procriadora, por que era ela que “paria” e amamentava os filhos, os homens eram tidos como provedores.

Nos tempos pré-capitalistas, o modelo de família era multigeracional onde todos contribuíam na economia de produção. O mundo do trabalho e o mundo doméstico eram coincidentes.  Mas a mulher foi ficando com uma função de subordinação, uma cultura que em muitos países ainda resiste. Um poderio machista patriarcal a tornou incapaz para cargos de chefia ou direção de alguma coisa. Ao contrário do homem, que era forte e detinha o poder me mando. Assim surgem as sociedades patriarcais. Assim, a força e sexualidade da mulher foram sendo anulada. A função da mulher foi sendo restrita ao mundo doméstico, submissa ao homem.

 Incorporada a sociedade patriarcal, surge a sociedade industrial e o formato família nuclear ─ pai, mãe e filhos ─.  No século XIX a consolidação do sistema capitalista trás inúmeras mudanças. Com a evolução do sistema tecnológico, boa parte da mão de obra feminina foi transferida para as fábricas. As lutas entre homens e mulheres trabalhadoras estão presentes em todo o processo da revolução industrial. A luta contra o sistema capitalista de produção aparecia permeada pela questão de gênero.

            Assim, nasceu à luta das mulheres por melhores condições de trabalho. Um movimento de mulheres reivindicando direitos trabalhistas, igualdade de jornada de trabalho para homens e mulheres e o direito de voto. A mulher passou a ter uma dupla jornada de trabalho. Cuidar da casa, dos filhos, e também do trabalho fabril.  Uma nova luta se iniciou pela remuneração da mulher trabalhadora, que era sempre inferior à do homem. E também vieram lutas por escolas, creches e o direito a maternidade.

Historicamente nessa sociedade capitalista, a mulher era biologicamente mais frágil, e menos capazes, sua sexualidade era restrita e tida como propriedade do homem. Tudo isso acabou por provocar uma nova luta por direitos iguais, liberdade de expressão, e contra toda e qualquer forma de violência e opressão contra as mulheres.

            O Feminismo se consolidou como um discurso de caráter intelectual, filosófico e político que busca romper os padrões tradicionais, acabando assim com a opressão sofrida ao longo da história da humanidade pelas mulheres. A mulher aparece nas fábricas, nos hospitais, nas escolas, na agricultura, nas creches, frente de pesca, nos serviços domésticos, enfim, entre 1940 e 1970 a força dos movimentos feministas cresceu e se juntaram a movimentos sindicais no Brasil o que alavancou as bases de sustentação pela igualdade social da mulher. O homem deixou de ser o chefe da família e a mulher passou a ser considerada um ser tão capaz quanto o homem. Estava criada a Primeira Onda Feminista, onde as mulheres lutavam por conquista de direitos políticos. Seguindo a Segunda Onda Feminista que é reconhecida por estar compreendida no período que se estende da década de 1960 até a década de 1980, as feministas estavam preocupadas especialmente com o fim da discriminação e a completa igualdade entre os sexos.

Em 1.962, com a entrada em vigor do Estatuto da Mulher Casada, a mulher foi liberada do autoritarismo masculino, que culminou com a promulgação da Constituição Federal de 1.988, que efetiva as conquistas das mulheres brasileiras.

Faz meio século que a mulher brasileira deixou de padecer de uma das amarras que pontuaram a sua trajetória. Fruto do ativismo feminino, essa conquista soa absurda aos ouvidos das jovens que já nasceram sob a égide da emancipação. Essas mulheres têm como bandeira a liberdade e a diversidade e se arvoram para defender o direito das minorias, tudo com um toque de ousadia e irreverência, próprios de sua faixa etária. E o topless nunca esteve tão no front das manifestações quanto agora. (REVISTA ISTO É, EDIÇÃO  Nº 2464 03.03).

Em 1911 surge luta pelo direito ao voto marca a primeira onda feminista do mundo e em 2012 as Ativistas nuas em frente à Torre Eiffel, em Paris, pelo fim da violência Sexual. Esse é o neofeminismo.


A Lei Maria da Penha surge no Brasil para garante a proteção das mulheres contra qualquer tipo de violência doméstica, seja física, psicológica, patrimonial ou moral.  A lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006, alterou o Código Penal brasileiro, fazendo com que os agressores sejam presos em flagrante ou que tenham a prisão preventiva decretada, caso cometam qualquer ato de violência doméstica pré-estabelecido pela lei.

Hoje a mulher pode ser o que ela quiser; empresária, mãe, esposa, chefe de Estado... Hoje a mulher ainda não tem os mesmos direitos de fato, mas a luta ainda continua. O combate à violência contra mulher é incansável. Mas a maior luta é contra ela mesma: mulher com sua sexualidade bem resolvida, mulher que ama o seu corpo, mulher que se respeita, com certeza será uma mulher plena, realizada e feliz.

Feliz Dia das Mulheres. Feliz 08 de Março


*Licenciada Esp. Em Biologia e Gestão, escritora, poeta e Membro da Academia Itapecuruense de Ciências Letras e Artes, AICLA.


Itapecuru Mirim, 07 de Março de 2017.




Ressurreição artística das mulheres.



               A MÃO DA MULHER

A mão que abraça é a mesma que da terra cuida
A mão que ensina é a mesma que protege e luta
A mão do trabalho diverso, a mão que encanta
É a mão da mulher que sutil desponta.

A mão do lar, a mãe das fábricas
Dos filhos abandonados, e dos amados
A mãe que fica nove meses a esperançar
Ou, o filho e o marido da guerra voltar

A mãe da revolução, mas, que não impediu
A mão da violência, da força patriarcal
Sob a mão da bondade, do trabalho fabril
Escondido num manto de dor covarde, vil.

Mulher altaneira que pelas mãos levanta
Um exemplo de luta, um exemplo de altivez
Uma voz que brava um grito de basta,
─ Mulher: agora é a sua vez.


      Homenagem da Professora Assenção Pessoa 
pelo dia Internacional da Mulher.

Itapecuru Mirim, MA. 08 de Março de 2017.