domingo, 14 de fevereiro de 2021

ÚLTIMA PUBLICAÇÃO DA SÉRIE: ALFREDO MENEZES, O CARA! (A FAMÍLIA)

 

ÚLTIMA PUBLICAÇÃO DESSA SÉRIE

ALFREDO MENEZES, O CARA



UM DEDICAÇÃO ESPECIAL: A FAMÍLIA



   
    Um grupo social primário importante da formação humana. Ligações biológicas, ancestrais, legais, afetivas. Não importa a origem, a formação. A família é sempre aquela que escolhemos ou não, para ser nossa. Cercada de carinho, amizade, respeito, união, cumplicidade. Alfredo significava tudo isso. Por essa razão, essa última publicação da Séria Alfredo Menezes é um convite para conhecê-lo um pouco mais no interior do seu seio familiar. Uma série que representa a passagem de seu aniversário de vida, no último dia 11 de fevereiro de 2021.  

  

 
Conceição de Maria (Concita), uma jovem de fibra, estudou em São Luís, a capital do Estado do Maranhão. Formou-se em Enfermeira por vontade dos pais, mas nunca exerceu a profissão. Voltando para Itapecuru Mirim, Concita conheceu o jovem promissor cearense Alfredo João de Menezes. Trouxe na bagagem as profissões de Marceneiro, Carpinteiro e Músico. Casaram-se e constituíram uma grande família. Dessa união nasceram Maria da Paz Nhazinha, Consuelo, Socorro, Alfredo Filho, Ribamar, Irisdalva e Valda.


  
    Alfredo que sempre teve
ascendência sobre Ribamar, o influenciou em vários comportamentos inclusive, para torcer pelo time do Rio de Janeiro, o Botafogo, e o Sampaio Correa em São Luís. Alfredo, óbvio, escolheu o Vasco da Gama e o Maranhão Atlético Clube. Enquanto seu irmão mais novo tinha um imenso respeito e um carinho de um irmão que é também um pouco pai. Alfredinho também tinha um imenso respeito por Ribamar, tendo um comportamento de irmão-pai para com ele. Então, Alfredinho cuidava, zelava, protegia o irmão, e sempre juntos. A separação só veio quando precisaram ir para a capital estudar. Alfredo foi primeiro. 


    
Mas Alfredo também foi cuidado, protegido por sua irmã Consuelo que era mais velha que ele. Consuelo sempre teve cuidado de mãe com Alfredo. Alfredinho sempre respeitou as irmãs mais velhas, mas Consuelo era a sua segunda mãe, pode-se dizer assim. Essa consideração foi desde criança até sua despedida do meio terreno. Alfredinho ainda costumava pedir a bênção para suas duas irmãs Consuelo e Nhazinha. 

     Sua mãe, Concita sempre foi uma mulher guerreira. Apoiou Alfredinho quando decidiu ir para a capital São Luís, para estudar. Seus Padrinhos Raimundo e Antônia Cardoso o receberam como a um filho. E Alfredinho só aperfeiçoou esse amor e esse respeito pela família. Foram dois exemplos, a família biológica, seus pais e irmãos, e a família que o acolheu, seus padrinhos, dando-lhe a oportunidade de ter novos irmãos, os filhos de Antônia e Raimundo.

   

 
Assim, Alfredo soube cativar sua mãe oferecendo-lhe amor, respeito e gratidão. Sempre demonstrou essa gratidão às duas famílias. E foi assim que Alfredinho mesmo sem ter sido pai biológico, sem ter adotado oficialmente nenhuma criança como filho, ainda assim, Alfredinho foi muito mais que um tio, um padrinho. Alfredinho foi um paizão. Um pai amoroso, preocupado com a formação de seus sobrinhos e afilhados, um pai atencioso. Tanta dedicação era fruto de tudo que tenha recebido de seus padrinhos e de sua mãe.


  
 
1º de janeiro. Dia de São Benedito. É festejo em Itapecuru Mirim. E Alfredinho está lá para acompanhar a procissão, para assistir a missa. Para rever amigos, as irmãs, os sobrinhos e afilhados. Nunca falhou um 1º de janeiro. Chega outubro. Ano de Eleição e Alfredinho está lá em Itapecuru Mirim para exercer sua cidadania. Nunca pediu a transferência de seu título de eleitor para São Luís. Era oportunidade de está com os seus em sua cidade natal. E, Alfredinho era assim, aniversários, casamentos, formaturas, finais de semana, folgas do trabalho e ele estava lá com a família, seja em Itapecuru Mirim, seja em São Luís. 

  

 
Lembro de Alfredinho sempre presenteando os nascidos na família com os presentes do Vasco de Gama, eram redes de dormir, toalhas, camisas. Às vinham acompanhados de uma peça de ouro, uma figa, 
pulseira, coisas do tipo. Nunca deixava passar os Natais sem presentes para toda a família. Eram cortes de tecido, camisas, e outros presentes que eram o jeito dele. Já nos últimos anos eram comuns os brinquedos para os menores, mas ele gostava mesmo era de presentear roupas. 

  

Os aniversários de seu Alfredo Menezes nunca passava despercebido por seus sobrinhos, irmãos, afilhados e amigos. Todos os anos era celebrado com um almoço ou um jantar em família.  

  

Outra missão de Alfredinho era nunca esquecer mandar celebrar as missas para seus entes já falecidos: seus pais, padrinhos, (...) e para sua sobrinha Alana, essa pequenina DOWN que ficou entre nós por 01 ano e 03 meses. Religiosamente, não esquecia um familiar falecido.

Alfredo Menezes era um homem católico, bastante religioso. Era uma preciosidade na família e ele sabia disso. Todos nós sempre demonstramos esse carinho, esse respeito. Tínhamos gratidão. Essa é a palavra: GRATIDÃO.

    Nossos encontros eram sempre carregados de uma paz, alegria, uma felicidade que não sabemos explicar. Esse era o nosso Alfredinho. Um anjo na terra para alentar nossa vida. 


Alguns dos centenas de registros de Alfredinho em família.


Alfredo e sua última afilhada Isadora de 04 anos de idade.



































"As pessoas especiais que partem da nossa vida, nunca nos deixam por completo. E hoje, recordando o aniversário do seu nascimento, lembro como você foi e sempre será importante para todos nós. Ainda guardo no meu coração lindas memórias de tudo que vivemos. As saudades são muitas e crescem cada vez mais, mas também persiste em mim a certeza de que eu jamais esquecerei você". (Concinha, sobrinha)


Assenção Pessoa, professora, escritora.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

SÉRIE ALFREDO MENEZES, O CARA!

             

                    ALFREDO MENEZES, O CARA!


SYDNEY (2000), A COROAÇÃO E O RECONHECIMENTO

(Da reportagem “Na expectativa de ir a Sidney” e depoimentos, do Jornal O Estado do Maranhão, 14/08/2000, Caderno Esporte)

 

Das mais diversas coberturas jornalísticas que Alfredo Menezes realizou, a Paraolímpica de Sidney foi a que mais o marcou, a qual ele gostava de conversar e mostrar suas lembranças.

As paraolimpíadas de Sydney foi para Alfredo Menezes um novo paradigma na sua vida profissional. Do ponto de vista de uma competição olímpica, Sydney foi a coroação do seu legado no jornalismo desportivo do Maranhão. O momento histórico na vida de Alfredo Menezes.

É o reconhecimento ao Jornalista internacional, onde Alfredo Menezes tendo seu ápice estar nas Paraolimpíadas de Sydney/Austrália, em 2000. Atendendo prontamente ao convite do Comitê Olímpico Brasileiro, Alfredo tratou logo de arrumas as malas e afinar seu inglês. Essa foi a sua primeira cobertura internacional, um prêmio por seu trabalho e sua competência dentro do esporte do Maranhão.

A rota visitou a capital de cada estado da Austrália e tal como a tocha olímpica foi igualmente foi centrada na região metropolitana de  Sydney, dando prioridade ás comunidades que não receberam o revezamento da Tocha Olímpica.

Depoimentos ao Jornal o Estado, em 14 de agosto de 2000, quando da ida de Alfredo às Paraolimpíadas de Sidney demonstra o valor desse profissional para o esporte e os desportistas maranhenses.

“Minha ligação com Alfredinho é antiga. Nossos pais foram compadres, ele era o afilhado. Morou conosco e desde e sempre se mostrou muito pacato, criterioso, sério, poucas amizades. Tinha o ideal de ser jornalista e assim conseguiu. Itapecuru e particularmente nós, seus irmãos, nos sentimos horados em tê-lo como o principal editor de esporte amador do jornal O Estado do Maranhão. Sua ida a Sidney vem coroar seus 30 anos de trabalho”.

(José Raimundo Cardoso foi bancário e cantor profissional)


 

AS NOTÍCIAS DO ESPORTE AMADOR

 

A coluna Esporte Amador, como o próprio nome já diz, era um espaço do jornal O Estado do Maranhão voltado para dá credibilidade, visibilidade e crescimento de todas as modalidades do esporte maranhense.

 

Parceiro das diversas gerações de profissionais de jornalismo Alfredo Menezes soube cativar todos os Clubes, Ligas, Associações esportivas sociais e olímpicas, bem como seus atletas iniciantes e profissionais dentre as mais diversas modalidades e categorias.

 

O espaço bem usado por este jornalista e colunistas deu ampla divulgação aos torneios de interbairros, como, os campeonatos de futebol Master da Maioba, do Anil, Bairro de Fátima, Parque Pindorama, Vila Embratel, Vila São Luís, chegando a Paço do Lumiar e muitos outros.

 

Eram divulgados, incentivados a crescer:

 

Os Campeonatos Society (Tigre, Primavera, Marília, Vera Cruz, etc.), Campeonatos Master, Rodoviários, os torneios Infantis, os Interbairros de futebol amador. Clássicos como os da Vila Famosa, Vila Nova, O Tênis de Mesa. Era sempre destaques, a Arena Viva Águas, no Renascença II e os Jogos Escolares (JEMs). Desde campeonato de botão e boliche ao futebol, o mestre dos mestres no esporte, Alfredo dava sempre destaque em sua coluna, sem discriminação ou supervalorização de um ou outro esporte.

 

Os Vitaminados, um grupo clássico de futebol amador de São Luís, os Catuabas, o Narigão (Associação Atlética Narigão) eram sempre notícias do momento.

 

A Copa Primavera de Voleibol promovida pela Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB) tinha um sabor esportivo especial, pois ainda leva como prêmio o Troféu Alfredo Menezes, homenagem que ganhou por mérito e dedicação, assim como, a Copa Alfredo Menezes de Handebol, promovido pela Federação Maranhense de Handebol.

 

Noticiava as corridas sócias educacionais e ecológicas, como por exemplo, a corrida Trânsito sem fratura promovida pela Sociedade Brasileira de ortopedia e Traumatologia Regional do Maranhão (SBOT-MA). Todas as atividades desenvolvidas no SESC, no Ginásio Costa Rodrigues, no Colégio Dom Bosco, Centro Universitário Estácio. Razão de tanto zelo lhe rendeu várias homenagens por estas instituições. Na Faculdade Estácio tem a quadra esportiva que leva o nome Alfredo Menezes.

 

 

Tinha atenção especial pelos esportes olímpicos, uma vez em que eles são importantes principalmente por despertarem o interesse da população pelas práticas esportivas além de trazer inúmeros benefícios tanto para o corpo quanto para a mente, passando uma mensagem de união entre as nações e despertando o espírito de fraternidade entre os atletas. Foi com essa visão que Alfredo Menezes sempre destacou o Atletismo, o Ciclismo, a Ginástica, as Lutas como o Judô e o Karatê, a Natação, e várias outras modalidades enaltecendo seus atletas e técnicos, bem como seus clubes e escolas.

 

Alfredo também procurava agradar os familiares e os atletas publicando em sua coluna mensagens de um feliz aniversário. Nessas mensagens eram incluídos os filhos dos atletas, os sobrinhos, os afilhados que tinham alguma ligação com o esporte. Era uma forma de enaltecer e estimular os atletas a sempre buscar o melhor.

 

Mesmo aposentado continuou sendo considerado uma referência na seara do esporte amador, pois contribuiu muito com sua simpatia, humildade e experiência para marcar a vida de muitos esportistas e atletas amadores, incentivando e sendo homenageado com muitos torneios amadores com o seu nome, como a Medalha Alfredo Menezes da Academia Viva Água. Fez da sua vida jornalística uma doação, um defensor de todos os esportes, sobretudo o amador.

 

Da coluna Esporte Amador, Alfredo viu crescer e se profissionalizar muitos dos seus pupilos e pupilas iniciantes, viu tornarem-se atletas estaduais, nacionais e internacionais. E cada um desses atletas deve muito agradecer a esse colunista que deu oportunidade e visibilidade quando divulgava e engrandecia cada atleta na sua categoria, agregando valores aos seus currículos e elevando-os até o grau maior de sua profissionalização e reconhecimento. É impossível não reconhecer esse mérito de Alfredo Menezes, esse ilustre senhor ‘Gentileza’, senhor ‘Generosidade’, o ‘seu Alfred'.



COPA PRIMAVERA DE VOLEIBOL – TROFÉU ALFREDO MENEZES

(fonte: reportagem do jornal O Estado do Maranhão, 08/11/2013, outros esportes)

 

A Copa Primavera de Voleibol – Troféu Alfredo Menezes é uma competição promovida pela Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB) desde a sua criação em 2008. Foi idealizado pelo casal de ex-atletas Ivan Sarney e Janaina Ribeiro.

Janaina Ribeiro, atleta do voleibol maranhense, atuou na Escola Freitas Figueiredo, nos Jogos Escolares Maranhense, além da Seleção Maranhense em todas as categorias.

Ivan Sarney pratica artes marciais, como o judô, karatê e jiu-jítsu, além de outras modalidades como atletismo, basquete, vôlei, futsal, handebol, natação e capoeira.

A Copa é um evento que faz parte das atividades comemorativas de aniversário de fundação da Associação e que congrega todos os funcionários do Banco do Brasil. Tem como apoio a Federação Maranhense de Voleibol.

O troféu que leva o nome Alfredo Menezes é o grande destaque de premiação final dos jogos. Alfredo Menezes foi escolhido por sua grande atuação no esporte amador e profissional, sendo ele na verdade o grande homenageado por ter se destacado como o profissional do esporte que congrega profissionalismo, respeito e amizade por todos os atletas de todas as modalidades esportivas. Uma pessoa ímpar que sempre valorizava e dava visibilidade aos clubes e atletas amadores e profissionais de São Luís/Ma.

 

 OUTRAS HOMENAGENS


Alfredo recebeu várias premiações e homenagens por seu desempenho no jornalismo esportivo, dentre eles:

A Medalha do Mérito Esportivo Fausto dos Santos, em 1987; Diplomas de Honra ao Mérito, pelos serviços prestados à Sociedade Maranhense, em 1996 e 1998; o Prêmio Simão Estácio da Silveira, em 2000 (maior horaria do município de São Luís); Diploma de Homenagem Especial, em 2013, pela Câmara Municipal de São Luís.

Recebeu do Governo do Estado do Maranhão em 1987, a Medalha de Honra ao Mérito Desportivo e a Medalha da Ordem dos Timbiras, o grau de Comendador do IV Centenário de São Luís, admitidas a personalidades que se destacaram por relevantes serviços ao Estado do Maranhão, especialmente nas áreas humanas.

Pela Federação Maranhense de Karatê Point, em 1997, o Certificado de Honra ao Mérito, pela divulgação e apoio ao desenvolvimento do Esporte Amador em São Luís.

Ainda em 1997, Alfredo recebeu carinhosamente da Federação Municipal de Departamentos Autônomos de Desporto e Clubes de São Luís o Certificado de Agradecimento pelo grande apoio jornalístico, da Academia Lecrisfer de Karatê o Certificado de Amigo do Karatê e da Federação Maranhense de Culturismo e Musculação o Certificado de Convidado Especial do III Campeonato Maranhense – 1997.

Certificado de Amigo do Atletismo pela Federação de Atletismo do Maranhão (FAMA), em 2004.

Homenagem Especial, Melhores do Ano, em 2005, pela Federação Maranhense de Futebol de Salão.

Mérito Esportivo Rubem Goulart. Pelos serviços prestados ao esporte, o Conselho Estadual de Esportes do Maranhão (CEEMA) confere a Alfredo Menezes o Diploma da Comenda da Ordem do Mérito Esportivo Rubem Goulart, no ano de 2003.

Alfredo declarou na época: “Ser premiado com a medalha que leva o nome de um dos ícones do esporte maranhense é uma alegria. É o reconhecimento pelos meus 31 anos de jornalismo”. (Jornal O Estado do Maranhão – Esporte, São Luís 20/12/2003, por Flávia Lopes Vieira)

O Mérito Esportivo Rubem Goulart é considerado o Oscar do esporte maranhense.

Foram muitas menções de reconhecimento pelo seu desprendimento e dedicação ao Esporte, principalmente o Esporte Amador.






HOMENAGEM PÓSTUMA

    O Estádio Municipal Nhozinho, o gigante da Vila Passos, após ser reformado, na sua reinauguração quando é entregue à população de São Luís, em 05 de setembro de 2020, o Prefeito Edivaldo Holanda homenageou nomes que fizeram história na crônica esportiva maranhense. Alfredo Menezes, dentre outros jornalistas, que se notabilizou no esporte e assinava a coluna diária do Esporte Amador do jornal O Estado, recebe em sua homenagem e em reconhecimento do seu relevante legado com uma Cabine de Transmissão que leva seu nome.







AS PAIXÕES

 

 

Paixão esse sentimento forte de atração por uma pessoa, uma atividade ou um tema. Sentimento intenso, envolvente, um entusiasmo ou um desejo forte por qualquer coisa ou causa. Um ávido interesse ou admiração por um ideal.

Assim era Alfredo Menezes. Esse homem de poucas palavras e muitas emoções. Solteiro por convicção, por escolha. Mas não se pode dizer que Alfredinho não tenha experimentado de pequenas e grandes paixões.

A primeira paixão se registra pelo seu Clube de Futebol, o Clube de Regatas Vasco da Gama. Vascaíno roxo, Vascaíno doente, como bem coloca Edvaldo Pereira e Tânia Biguá, era do tipo que ficava zangado quando o clube perdia na mesma proporção em que caçoava de todos em dias de vitória. 

Assistir ao rei Roberto Carlos. Alfredinho era um fã das músicas do cantor Roberto Carlos. Uma das músicas que lembra o Alfredo era Como é Grande o meu amor por Você. Todas as vezes que havia show do rei em São Luís, Alfredo ia assistir e ainda costumava ofertar ingressos para os irmãos, sobrinhos e afilhados.

Outra paixão de Alfredo, a família. Alfredinho era uma pessoa que preservava a família. Sua mãe era sua grande referência. Dedicou-se extremamente aos sobrinhos e aos afilhados. Era tradição celebrar seu aniversário, bem como e de todos os irmãos em família. Mesmo sem festas, Alfredo costumava ir almoçar como os irmãos. Quantas vezes viajou para sua cidade Itapecuru Mirim só para almoçar, ou jantar com suas irmãs, e mesmo com seus sobrinhos e afilhados?

A profissão. Alfredo se dedicou tanto à sua profissão que não sabia mais separar o homem do profissional. Ele vivia para o Jornal onde trabalhou nos seus últimos 37 anos, até que veio a aposentadoria. Alfredo não era somente o jornalista, o editor, ele se preocupava com o atleta, respeitava, fazia amizades e era respeitado.


Em família





De sua sobrinha Terezinha de Jesus

 

            O Alfredinho era uma pessoa muito querida por todos nós, um tio amado, uma pessoa que, para ele, tudo estava bem e bom. Gostava de brincar, era serio também quando seu time do coração, o Vasco, perdia para outro time, principalmente para o Flamengo.

            Quando se juntava com os irmãos gostava do passado e da infância. Contavam lorotas e ele sempre dizia: “isso é coisa de Cecelo e Siba”... E nós que estávamos a ouvir essas conversas, perguntávamos para ele: “e porque não é coisa de tia Nhá também? Ela é a mais velha e lembra-se de tudo?”...Então seu Alfredo com aquela voz mansa, nos respondia: “Nhá, não. Tira Nhá dessas invenções de vocês”, e assim, todos nós acabávamos na risada.

            O tio Alfredinho para nós seus sobrinhos representava um papel de pai, mesmo para aqueles que ainda tinham pais vivos. Sempre primava pela união da família, por que ele achava importante.

            Um fato que vai ficar guardado nas nossas lembranças foi nosso último passei no povoado Filipa/Itapecuru Mirim, onde fomos recebidos por dona Nielza e seu Bernadino no dia 17 de janeiro de 2020. Foi muito bom e divertido. Voltar ao lugar onde Alfredo viveu parte de sua infância foi muito gratificante, principalmente por vê-lo alegre com aquele reencontro.

            O amor que ele demonstrava pelos irmãos, sobrinhos e afilhados era grande demais. Ele não teve filhos, mas a retribuição desse amor já compensava esse vazio. São essas lembranças que vamos guardar para sempre em nossas memórias e em nossos corações.

            Não tenho palavras para descrever o Alfredo Menezes. Ele era tudo de melhor que existe em um ser humano. Lutou muito para chegar aonde chegou. Um dos seus sonhos, conhecer Sidney, Austrália, o que foi plenamente realizado quando ele foi para cobrir as Paraolimpíadas em 2000. Conhecer todas aquelas pessoas com deficiência lutando por seus objetivos, foi uma grande emoção para ele.

            Eram um jornalista esportivo considerado um dos melhores no Maranhão. E jamais esta memória será esquecida pelos atletas e pelos clubes que ele ajudou, tanto os de Itapecuru Mirim, como os de São Luís.

             Alfredinho era realizado a cada homenagem que recebia. Hoje só nos resta a saudade e as lembranças, que como disse, jamais serão apagadas de nossos corações e pensamentos.

Como dizia o próprio Alfredo: “Eu sou o cara”, e nós reafirmamos: “Você é o cara, tio querido”.

 

 


De sua afilhada Laiza Mirella

 

Do meu padrinho só guardo bons momentos. Ele que me acompanhou desde que eu nasci. Acompanhou minha educação até o último momento. Hoje, olhando para trás, revendo nossos bons e únicos momentos, dentre tantas coisas que ele fez por mim, dentre tanta manifestação de zelo por mim, por meus pais, meu pai Hugo, seu sobrinho, eu só tenho a agradecer a Deus por ter tido o privilégio de ser sua afilhada. Seu amor por mim foi incondicional, foi de um segundo pai. Lembro, estivemos juntos, o dia todo em São Luís, antes do meu aniversário de 15 anos, fazendo fotos para um book, ideia de minha avó (risos). Lembro, nesse dia, foi muita chuva na Ilha, estávamos no Reviver, e meu Padrinho ali, tranquilo, paciente e muito atencioso. Ele tinha levado seu Bené, um fotógrafo amigo dele para fazer as fotos. Foi um dia incrível. No meu aniversário de 15 anos foram os nossos últimos momentos juntos. São lembranças e saudades que se completam e se misturam. Meu padrinho Alfredo Menezes foi um anjo na minha vida.

 

 

 

De Mário Alex (sobrinho) - 09 anos

 

Meu tio Alfredinho foi um cara muito legal. Eu gostava de passar a mão naquela carequinha dele. Ele era muito bonzinho, alegra e divertido. Eu gostava a companhia dele. Eu ainda sinto muita falta dele.

 




Por Eduardo Lindoso Moraes

Jornalista. Coluna Cidades do jornal O Estado do Maranhão

 

Quando entrei no jornal O Estado, em 2008, como estagiário, fui trabalhar na editoria de cidades, e, por questões de divisão de horário e funções editoriais, não tive muito contato com o Seu Alfredo, me desculpe a informalidade, mas eu sempre o chamei desta maneira e acredito que assim ele flutua com mais clareza no meu imaginário. Pois bem, porém, mesmo não trocando muitas palavras, sempre o via, nos momentos de descontração, discutindo pelo seu amado Vasco da Gama ou falando sobre algum dos inúmeros esportes que ele era apaixonado. Sabia que na hora que ele me desse um espaço, seriamos bons amigos de redação, mesmo eu sendo flamenguista, por se tratar de dois apaixonados por esportes. Um ano depois, enfim, ganhei a oportunidade e fui trabalhar diretamente com ele. Daí, fui saber que aquele baixinho era muito mais do que apenas um fã de esportes – se tratava de um ser humano especial.

 

O primeiro contato foi o melhor possível, ele me acolheu, me ensinou, teve paciência e, acima de tudo, sempre fez questão de me incentivar, palavras que são clichês, mas, de fato, são os verbos que não terei como fugir para descrever esse início de amizade e companheirismos profissional. Trabalhamos juntos por mais de 10 anos, aí vieram as pequenas rusgas do dia a dia, o puxão de orelha mais ríspido, e situações normais entre pessoas que convivem e trabalham por tanto tempo.

Seu Alfredo (ou Alfredinho, como os mais velhos da redação o chamam até hoje), era rígido, sério, até um pouco turrão, porém é impressionante lembrar neste momento, aqui escrevendo sobre ele, o quanto ele era protetor. Cobrava bastante, era intolerante com atrasos e falta de agilidade, mas me defendia com unhas e dentes fora do nosso setor na redação – o baixinho era brabo, mas tinha um coração que não cabia naquele corpo.

Às vezes, eu pensava como alguém tão calado, tímido, como era Seu Alfredo, reunia tantas pessoas que gostavam dele? Já que nós partimos da lógica social de que as pessoas mais descontraídas e falantes tendem a ter mais amigos. Foi aí que comecei a entender, em uma visão bem particular, como aquele baixinho, de poucas palavras, e bastante observador, arrancava a admiração de tanta gente. Cheguei à conclusão que ele era mais apaixonado pelas pessoas do que pelo esporte, uma de suas paixões, é lógico, e usava sua ferramenta profissional para se aproximar e cuidar de forma bem carinhosa dos outros.

Era muito legal ver a relação que ele tinha com atletas, que em sua maioria ele acompanhou a carreira desde criança, os país desses atletas, e familiares. Essas pessoas ligavam, e ligam até hoje, posso dizer que herdei até algumas amizades, para falar com Seu Alfredo. Era uma relação de carinho mesmo, ele visitava esses amigos, recebia visitas, tinha a admiração de todos. Não à toa era festejado como poucos ao chegar às competições, principalmente as dos esportes olímpicos, e eu fui testemunha deste carinho nas vezes que cheguei com ele nos ginásios e outras praças esportivas. Seu Alfredo era adorado pela galera do vôlei, do futsal, do basquete e por aí vai – vários campeonatos, inclusive, levavam o seu nome, e isso sempre me despertava uma enorme admiração, afinal de contas eu tinha o privilégio de trabalhar com ele.

Enfim, me reservei a falar sobre Seu Alfredo no seu ambiente de trabalho, onde nós mais nos relacionamos, porém não posso esquecer às vezes que almoçamos na casa da família da jogadora de handebol, medalhista olímpica, Ana Paula, na Liberdade, bairro que ele viveu por muitos anos também. Acabei conhecendo muita gente através deste eterno companheiro de trabalho, e até hoje me lembro do quanto ele era admirado por todos, o que me leva à seguinte conclusão: “É, realmente eu estava certo, precisava me aproximar daquele baixinho birrento”.







Por Seu Bené Moraes

Benedito de Moraes da Conceição. Fotógrafo e amigo. Trabalhou no jornal O Estado do Maranhão

 

Alfredo eu o conheci quando fui trabalhar no jornal O estado do Maranhão, que até então, só o conhecia de nome, em de outros trabalhos como em rádios. Quando o conheci pessoalmente, e fizemos amizade, vi que ele era uma pessoa extraordinária.

            Aprendi muito com ele. Passei a cobrir o esporte amador à noite, então toda noite tinha pauta. E ele era aquela pessoa simples, até para pedir, o cara tinha aquela humildade, uma forma diferenciada, “seu Bené eu só vou querer 5 minutos só, destaque fulano, fulano, fulano, faça uma do técnico, da mesa, juízes, aí o senhor está liberado”, nas reportagens dele, ele sempre falava de todos ali, envolvidos.

Não era aquela pessoa exigente, arrogante, sempre muito tranquilo. A partir daí passamos a ficar mais amigo, eu frequentava sua casa, convivia com sua família, e ele a minha casa. Ele gostava muito do meu trabalho, quase todos os registros da família, dos afilhados e sobrinho era eu quem fazia. Além do nosso contato do trabalho, passamos a sermos amigos.

É muito difícil falar assim de Alfredo sem se emocionar, ele era um cara extraordinário. Pera mim foi um prazer enorme ter conhecido Alfredo, foi de uma alegria imensa ter convivido com ele, uma cara muito homenageado, condecorado. O bom é que Alfredo teve a oportunidade de ver seu trabalho reconhecido e respeitado. Aqui em São Luís eu acredito que não teve um repórter mais homenageado do que ele.

Uma boa lembrança: Uma das coisas que me chamava atenção era o fato dele ir caminhando do jornal até o Costa Rodrigues caminhando. Mesmo oferecendo carona, ele preferia caminhar. Ele ficava no jornal, quando dava entre 18 e 19 horas, a gente já ia saindo, e ele vinha pro o Costa Rodrigues, e vínhamos também pra fazer a matéria. No caso, eu, Valdirene, Vania Rodrigues, Ana Coaracy, a Jaqueline, a Flora, (todos nós trabalhávamos com Alfredo)... E nós o chamávamos ele carinhosamente de ‘seu Alfred’. E nós sempre oferecíamos uma carona, “seu Alfred, não quer uma carona”, e ele sempre respondia, “não, não”, sempre muito tranquilo. E ele vinha com aquela caminha dele do jornal até o Costa Rodrigues, e do Costa Rodrigues, ele ia para casa, sempre caminhando. E isso era rotina.

O dia 27 de abril de 2020: foi uma surpresa tão grande, quando recebi a notícia pelo WhatsApp. Com 15 dias antes, eu já tinha saído do jornal, mas estava na Secretaria de Comunicação do Município de São Luís, e eu pego o ônibus em frente ao terminal, sentido a Praia Grande. Encontrei com Alfredo, ficamos conversando, pegamos o mesmo ônibus, chegando às Cajazeiras, ele desceu, seguindo aquele jeito dele tranquilo, calmo. 15 após, recebo essa fatídica notícia do seu falecimento. O que me fez mais triste da perda do meu amigo, foi não poder tê-lo visto pela última vez. Com essa Pandemia do Coronavírus, não podemos velar seu corpo, chegar perto. Foi isso que mais me entristeceu, até hoje quando lembro me emociono, me custa acreditar que Alfredo partiu.

 

Mensagem: A dedicação e amor pelo esporte amador. Esse foi grande legado de Alfredo Menezes.

 

 

Por Bruna Castelo Branco

Bruna Maria Paixão Castelo Branco, Jornalista. No Jornal O Estado Do Maranhão Desde 2007.

 

“Comecei como estagiária”.

Conheci Alfredo na Redação do Jornal. Ele sempre foi uma pessoa gentil. Assim que entrei, ele estava fazendo uma cobertura dos 50 anos do jornal, e eu já saí na coluna dele, uma foto que tínhamos feito, e ele a colocou na sua coluna de forma muito surpresa e foi bacana, pois, assim de cara, como estagiária e já ser percebida por ele e ter o respeito dele, ver meu trabalho já ser valorizado por um companheiro de redação foi muito legal. Eu tinha acabado de entrar, Alfredo já era referência, como colunista... eu lembro que fiquei muito feliz (risos).

 

Alfredo era uma referência, sempre presenciei as pessoas virem na redação falar com ele, e teve uma vez, alguém relacionada à natação infantil, o procurou na redação. A moça até se emocionou com a recepção de Alfredo, pois foi um dos primeiros a incentivar e falar sobre o tema na coluna dele. Isso me marcou. Uma lição de vida eu presenciei ali. Ele era um grande incentivador do esporte maranhense como um todo. A prova disso é a quantidade de prêmios e troféus que leva o nome dele. Ele era muito respeitado na sua área e aqui na redação. Para mim, o que fica mesmo era a sua gentileza, a forma de como cumprimentava todos na redação. Outra marca de Alfredo era o fato de está sempre muito bem vestido, de roupa social e gravata, impecável. Isso era muito marcante. Tem pessoas que são muito marcantes. Alfredo Menezes era uma dessas pessoas.

Embora ele não fosse de muita conversa pelos corredores, ele nutria ato de carinho especial com todos, a prova disso é que mesmo ele já estando aposentado, nós já não tínhamos mais tanto contato, e mesmo assim, ele foi assistir a um filme que tinha feito. O filma tratava da trajetória de José Louzeiro (1932-2017), escritor e jornalista maranhense, colaborador do jornal, e obviamente que Alfredo o conheceu. Achei um gesto tão carinhoso, de tanta consideração, foi realmente muita consideração para comigo.

(Noite de homenagem a José Louzeiro: Academia Maranhense de Letras exibe no dia 13 de junho de 2019 o curta-metragem José Louzeiro: Depois da Luta, da cineasta Maria Thereza Soares e da pesquisadora e argumentista Bruna Castelo Branco).

Uma referência: Dentre tantas referências de Alfredo, a mais marcante era o Vasco. Sempre que nascia o filho de um dos colegas de trabalho aqui da redação, o presente que ele dava eram presentes do Vasco, eram toalhas, redes, independente de a pessoa torcer por outro time ou não, seus presentes eras lembranças do Vasco. Eu me lembro da Carla, ela é flamenguista, e quando seu bebê nasceu ele trouxe uma rede do Vasco, mas ela adorou a rede. Foi um gesto de carinho. Era uma marca dele. Outro fato que lembro muito é quando tinha jogo do Vasco da Gama, (risos) e nós tínhamos a mania de ficar atentando seu Alfredo, principalmente quando o time dele jogava com o Flamengo. Mas quando o Vasco fazia um gol, ele vibrava muito dentro da redação. Era muito engraçado, porque nós já esperávamos essa explosão dele.

Mensagem: Eu acho uma pena para quem está começando não ter mais essa referência aqui no Jornal. Alfredo era um grande nome do esporte e era uma pessoa extremamente solidária a ponto de compartilhar a seu conhecimento com os demais colegas novatos que chegavam à redação. É um nome muito importante da história recente do esporte do Maranhão. Fiquei muito contente que uma das cabines do Nhozinho Santos leva o nome dele. É um nome que não pode ser esquecido. Que seu legado seja eternizado assim, nas referências esportivas mesmo, que era onde ele atuava, e atuava muito bem. 





















Assenção Pessoa. Professora, escritora.