Encontrei este texto na internet. Achei
interessante. Por essa razão estou postando pra que você, eleitor leia com
bastante atenção. Veja em qual categoria está o seu candidato?
Publicado
por lintomass.
... O que será que leva um cidadão a decidir seu
voto por um candidato”?
Pergunta de difícil resposta e, entretanto
fiquei incucado com esta pergunta, passei a “bolar” uma resposta., e após mais
de um ano de raciocínio e pesquisa nas planilhas dos resultados dos votos das
eleições, notadamente proporcionais (vereadores e deputados), e usando o método
do “geral para o particular”, consegui classificar o perfil dos candidatos
eleitos, dos mais votados aos menos votados, buscando um perfil de suas respectivas
inserções sociais e nível de influência na decisão do voto do eleitor, de onde
pude estabelecer uma tabela de nível de eleitos de 1ª. até 6ª. categoria, como
chances de se ganhar a eleição, cuja tabela por ordem de importância pode ser
assim classificada:
1ª. Categoria. Candidatos da Fama.
A primeira e maior chance de eleição,
está com os candidatos famosos na sociedade, que atuam na mídia do rádio ou
televisão, onde se incluem atletas, comunicadores, cantores ou atores, desde
que famosos junto ao povão e que detenham alta aprovação no índice de audiência
de seus programas ou apresentações.
Aqui em Curitiba e no Paraná, temos diversos
exemplos históricos de eleitos nesta categoria de comunicadores; Luiz Carlos
Martins, Carlos Simões, Íris Simões, Algaci Túlio, Ratinho (o pai e o filho),
Jocelito Canto, Marcelo Rangel (de Ponta Grossa), Alborgueti, Barbosa Neto e
Belinati (de Londrina), e seguem tantos outros, sempre bem votados a exemplo do
radialista “Pinga Fogo”, famoso em rádio no norte do Paraná, que se elegeu
deputado federal. Renunciou seu mandato em grande estilo. No Plenário da Câmara
Federal ele era mais um dos mais de 500 deputados federais.
No País tivemos exemplos clássicos de eleitos com
tranqüilidade com o uso da fama, como o cantor Moacir Franco, que se elegeu
deputado federal só uma vez e se arrependeu amargamente da experiência.
Aguinaldo Timóteo também se elegeu e continua na política. Ficou famoso
quando mandou um “tcháu” para sua mamãe em plena entrevista em Brasília.
2ª. Categoria. Candidatos da Grana.
Neste patamar está a turma que compra votos
na eleição. É a turma da “grana” que se elege a peso de ouro. Esta categoria de
candidato tem que ter muito dinheiro mesmo, pois o retorno do “investimento” em
nível de votos ronda mais ou menos vinte por cento, ou seja; para cada cem
votos comprados dá para contar com uns vinte votos na urna. Este jogo é pesado.
Alguns buscam preencher o espaço vazio de suas
vidas, outros buscam proteção da lei (com a imunidade parlamentar), para
postergarem condenação na justiça, até por sonegação fiscal e outros crimes
graves.
Aqui em Curitiba, tivemos exemplos marcantes com
uma candidata a vereadora (milionária), e um candidato irmão de outro
milionário com alto poder de fogo no poder legislativo do Paraná, que sem
trabalho nenhum junto ao eleitorado, elegeram-se com votação média, com altos
investimentos em cabos eleitorais, larga folha de auxiliares (lideranças de
bairros), e até presentes (relógios de parede), para as donas de casa com
bonita mensagem, e muita reunião com a famosa “lingüiça de campanha”, de
terceira qualidade e bem barata.
Acompanhei pessoalmente um caso destes. Um grande
empresário de Curitiba (já falecido), se elegeu a deputado federal e desancou a
gastar grana a granel na campanha. Tinha que se eleger para se livrar de
processos em andamento na Justiça.
Durante a eleição, fui a uma igreja na região norte
de Curitiba e levei um susto! Ao lado da Igreja tinha surgido uma construção
enorme de um grande ginásio de esportes que nasceu da noite para o dia.
Perguntei aos amigos da região; “que milagre era aquele”? A resposta foi
curta e grossa. O líder da igreja tinha feito um acordo com o dito candidato
para a comunidade votar nele em troca do ginásio! E assim foi feito o
acordo, cumprido por ambas as partes.
O candidato se elegeu foi para Brasília, nada fez
pelo Paraná, e passou a ser protegido pela “imunidade parlamentar”, que era o
que buscava para usar o cargo e negociar os impostos que devia para o Governo
Federal e Estadual, sem ser processado, é óbvio que colocou seu voto na Câmara
à disposição do Governo.
3ª. Categoria. Candidatos de Proposta
Ideológica e Programática.
Neste patamar se encontram os candidatos que
deveriam estar no 1º. Patamar, pois são os candidatos que acreditam em uma
proposta política que é veiculada e propagada durante anos e anos. Demoram a
convencer os eleitores já que seus nomes são construídos ao longo de anos.
Perdem muita eleição até convencer o eleitor, pois a mídia pouco espaço lhes
dá.
No Paraná tivemos exemplos nos nomes de
ex-deputados federais, Alencar Furtado e Hélio Duque. O Requião é um típico
exemplo, pois sempre vendeu a idéia da moralidade pública. No PT diversos nomes
estão nesta categoria, tais como o deputado Rosinha, o Vanhoni e tantos
outros.. No País incluímos o Lula que peregrinou pelo Brasil todo, até vencer a
eleição para Presidente da República.
4ª. Categoria. Nome famoso.
Esta chance de se eleger é para poucos, pois
exige que o candidato tenha um pai ou tio famoso e popular que possa transferir
seu prestígio para o parente próximo, filho, irmão, neto ou sobrinho.
Em Curitiba o exemplo mais clássico é do Vereador
Derosso, que dominou os votos do Alto Boqueirão por décadas, com bom
trabalho, até que resolveu se aposentar e lançou o filho João
Cláudio Derosso na sua sucessão. Muitos eleitores votaram no filho, pensando
que votavam no pai, Derosso. O filho Cláudio se firmou e se consolidou.
O Beto Richa, prefeito de Curitiba, na sua primeira
candidatura a vereador (foi 1º. Suplente), pegou carona no nome do pai, o
ex-governador José Richa. Isto aconteceu com o Gustavo Fruet, (no prestígio do
pai Maurício), com o Ratinho Junior (no prestígio do Pai Ratinho).
Há alguns casos de que o filho não emplacou, o que
põe em dúvida o poder de transferência do voto do pai, que embora famoso,
não pode estar desgastado. Temos também que considerar que o “afilhado”, tem
que corresponder durante a campanha a um mínimo do que espera o eleitor dele.
Caso contrário, mesmo famoso o nome do pai, o “afilhado” poderá não chegar ao
poder.
Em Curitiba, o filho do dono de uma rede de
televisão não se elegeu a vereador.
5ª. Categoria. A Raridade do Milagre.
Quando acontece este fenômeno a eleição é
favas contadas. É o chamado milagre ou fenômeno na eleição.
Em nosso Estado, dois casos merecem destaque na
categoria “milagre”, e que provam a certeza deste ensaio.
Quando o prefeito Jaime Lerner (ARENA), em 1978 fez
a reforma do centro de Curitiba, o Pedro Lauro, era dono de uma banca de
revistas na Praça Tiradentes e perdeu a concessão. O Pedro Lauro,
inconformado, saiu por toda Curitiba, criticando a gestão de Lerner e, como era
ano de eleição o pessoal do MDB, adversários ferrenhos de Lerner,
lançaram o Pedro Lauro, como candidato a deputado federal, dando-lhe o maior
apoio de mídia.
Era o ano da virada contra a Ditadura Militar de
1964 que mandava no País, e não deu outra, o MDB teve tantos votos de legenda,
a ponto do Sr. Pedro Lauro, se eleger com uns míseros 3.400 votos. Pedro
Lauro foi o candidato do “milagre”.
Outro exemplo foi o do Sr. Osvaldo Alencar Furtado,
que era irmão do famoso deputado federal Alencar Furtado, que fazia uma dobrada
com seu filho (candidato a deputado estadual) pelo PMDB em 1983, o jovem
advogado Heitor Alencar Furtado, militante do então clandestino PC do B,
o qual foi assassinado no Norte do Paraná em plena campanha.
Heiitor, foi substituído na chapa do PMDB, pelo seu
tio o Sr. Osvaldo Alencar Furtado, que se elegeu com expressiva votação nesta carona
de um “milagre”, pela morte de seu sobrinho.
6ª. Categoria. Candidatos do Rebolo.
Em último lugar se elegem os candidatos que
possuem uma parcela de cada um dos itens acima, ou seja; possuem um pouco de
fama pelo menos na sua inserção profissional, aparecem um pouco na mídia.
Possuem ou conseguem alguma grana para sustentar
sua campanha política.
Conseguem se inserir de algum modo em movimento de
caráter social, com proposta ideológica.
Possuem nome de família respeitável na comunidade.
Contam com uma ajuda quase milagrosa, como é o caso
de um candidato que se filia em um partido de médio porte, sem candidatos de
alta votação, e se elegem proporcionalmente com baixa votação, e assim chegam
na disputa das últimas vagas, ou seja, ficam no “rebolo”, quando podem perder a
vaga (morrer) por poucos votos. “Rebolo”, é uma caixa de madeira redonda, com
tampa em cima, onde se colocam dois galos de briga que empataram, até que um
seja morto.
Os demais candidatos que não se enquadram nestas
categorias, seguramente serão classificados como suplentes, e seus votos só
servem para ajudar os privilegiados candidatos encaixados nestes seis
critérios.
É necessário registrar que os já eleitos
e com mandatos, voltam sempre aos seus cargos, na proporção de 60% até 70% da
composição de sua casa legislativa, pois estão em campanha permanente durante
os quatro anos de sua legislatura.
Estas são as variáveis que dão a certeza de uma
eleição em campanha política. É só guardar este artigo e conferir o resultado da
próxima eleição.
Este ensaio esteve rascunhado na gaveta ao longo
dezenove anos, tempo em que continuei a observar os demais resultados das
eleições, e eles continuam balizando para estas seis variáveis de
possibilidades de um candidato se eleger, num País que ainda tem 72% de sua
população classificados como “analfabetos funcionais”, de acordo com os
critérios das Nações Unidas.
Nossos políticos eleitos refletem a média cultural
do nosso povo, o qual ainda vota com critérios de “desconstrução” do exercício
da cidadania.
No momento é o que temos em nossa realidade como
resultado de nosso estágio cultural, em fase de frágil democracia.
OBS: Este é um ensaio de sociologia política.
Comentários:
- Muito animador! Acho que me encaixo no “rebolo”. Sou idealista, sonhador…Mas, com os pés no chão…Obrigado por disponibilizar a pesquisa. Parabéns!
- Excelente explanação. 72% da população que lerão este artigo não vão entender o conteúdo. Estas mesmas pessoas talvez continuem vendendo seus votos ou votando em alguém famoso
- Sua explicação para o assunto é excelente, mesmo o Brasil sendo a 6ª maior economia mundial, muita coisa precisamos aprender. Uma delas, das muitas que precisamos aprender a fazer política neste país, deixar de lado os nomes famosos que se apossaram das cadeiras na esfera política e passam de pai para filho o comando político, aprender a votar. Votar na esperança de melhorar o país, o estado o município e não vender ou se vender por uma cesta básica ou uma promessa de emprego. Melhorar o grau de educação das pessoas, melhorar suas vidas para que vivam com dignidade e não de favor.
A esperança é imortal meu nobre.
Um dia isso mudará.
Um dia isso mudará.
- Lineu, gostei da sua analise, concordo plenamente, sou eleitor e observo que a maioria vota em quem conhece, mesmo que seja só através da mídia.Acho que a pergunta: O que leva um cidadão a decidir seu voto por um candidato? Alem do perfil do candidato tem outros fatores, eu como cidadão posso ter dezenas de votos:
- voto de fã (artista, humorista, atleta, radialista,politico, estar na midia)
- voto de gratidão (aquele que já me ajudou)
- voto pela proposta (proposta de trabalho, proposta de governo)
- voto pela religião (faz parte da minha religião)
- voto de amizade e simpatia ( conheço e gosto do candidato)
- voto de família ( é primo,é tio, é irmão e família)
- voto de protesto ( é contra o que esta aí – pior não vai ficar – é pra ficar pior)
- voto de categoria ( luta pelos aposentados, luta pelos metalúrgicos)
- voto calor humano ( ele me cumprimentou, ele me abraçou)
- voto recompensa por perda ( vou dar uma força, coitado, já é a quarta candidatura)
- voto do galã ou musa ( é bonita, é lindo)
- voto de barganha ou troca ( se ganhar eu ganho, vai fazer)
- voto cabo eleitoral ( estou ajudando meu amigo cabo eleitoral, me pediu)
- voto de luta ( a anos vem lutando por esta causa)
- voto de respeito (é doutor, tem dinheiro, é importante)
- voto propaganda (essa musiqueta não sai da minha cabeça, só gravei esse nº)
- voto santinho ( achei o santinho no caminho da votação)
- voto comunidade ( mora no meu bairro, na minha cidade)
- voto partido ( esse é do meu partido)
Sem duvida, cada eleitor busca o
melhor, cada pessoa tem seus valores, e a política cada vez nos decepciona
mais. Na hora de escolher é a soma de vários tipos de voto que ira definir o
candidato ideal.
Espero ter somado.
Espero ter somado.
- Concordo em 90% em relação aos candidatos de acordo com a classificação pesquisada. Em minha opinião, está faltando uma de grande importância, o Candidato da esperteza política e mentiroso. Largamente utilizada pelo atual governador do Paraná. Ou seja registrou em cartório a sua campanha municipal prometendo cumpri-la, e não cumpriu. Assumiu publicamente que não iria privatizar a saúde e foi uma de suas primeiras ações, usou o judiciário para não publicar pesquisas desfavoráveis, ou divulgar as suas atitudes contraditórias, o que levou à ganhar as eleições municipal e estadual.
- Com esta explicação não é difícil notar o a grande falta de conhecimento de nossos eleitores, estes se esquecem muito rápido dos fatos que ocorrem com nossos políticos, estes corruptos, vivem de seus mandatos simplesmente para fazerem suas falcatruas, sou de belo horizonte e creio em toda esta explanação sua.
- Sou candidato a vereador de minha cidade pela primeira vez, disputo contra candidatos poderosas com muito dinheiro dispostos a comprar tudo. Quero abrir os olhos do povo e ajudar minha cidade, mas, como combater o dinheiro, arma fatal em uma campanha? Sou pobre de família humilde, sou destaque na cidade meu apelido e forte todo mundo me conhece; mas como ganhar a confiança desse povo que será comprado com dinheiro????
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