LINHAS E ENTRELINHAS – DEPOIMENTO
Projeto “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (09 a
14/08/2013)
Até poucos
instantes, antes do embarque para São Luis, MA., para cumprir a programação do
Projeto “Mil Poemas para Gonçalves Dias”, pela passagem dos seus 190
anos de vida, existiam apenas dois caminhos que me ligavam ao projeto:
primeiro, o fato de ter enviado meus trabalhos poéticos, sem muita expectativa.
O segundo caminho foi à aceitação de minhas poesias para fazer parte do livro
antológico neste projeto.
No entanto, ao
chegar ao hotel, ter me instalado, pude perceber a importância, da minha
participação. Redescobrir a imortalidade de Antônio Gonçalves Dias
por uma trajetória de vida e poesia, secularmente e cultivando uma
revitalização, foi um verdadeiro desafio, creio eu, não só para mim, mas, para
todos os envolvidos: comissão organizadora, parceiros, poetas, escritores e
artistas.
Uma vez inserida na
programação, percebi a alma viva e ingênua de muitos que como eu, ali estava presente.
Enganos e
desenganos. Expectativas. Desejos. Esperança.
A imortalidade viva
do poeta, por meio de seus mil poemas escritos em sua Antologia. A soma de mais
de 700 autores e pensamentos diversos. A riqueza na fala, no expressar, no
ritual de demonstrar nosso amor à “Obra”
mais impressionante do Maranhão para o mundo: Gonçalves Dias.
A apresentação rica
e fervorosa dos alunos e jovens, desconhecidos de São Luis, Caxias e Guimarães
enaltecem a obra de Gonçalves Dias. A mesa redonda na voz de Webersom Grizoste
(Centro de Estudos Clássico e Humanístico - Universidade de Coimbra – Portugal)
e Edmilson Sanches (Academia Imperatrizense de Letras), trazendo à tona “A
vida e obra de Gonçalves Dias” num perfeito sincronismo de idéias e
valores. O lançamento do conjunto da obra: “Mil poemas para Gonçalves Dias –
Antologia/ “Ilha do Amor – Gonçalves &Ana Amélia (milésimo poema)/ “Sobre
Gonçalves Dias”. Tudo isso culminado com a entrega das Comendas
Gonçalves Dias, justa e merecida, pois enaltecer que enalteceu o maior poeta do
Brasil, também merece o reconhecimento valoroso dos organizadores de tão
grandioso projeto, pois sem estes personagens, conhecidos e anônimos, não seria
possível concretizá-lo.
Por fim, a viagem.
Dentro da programação, estava lá, o translado para Caxias e Guimarães.
Viajamos. Um grupo bem menor para somar aos que nos esperavam em suas
respectivas cidades. O ônibus da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA nos
serviu para que nossa “Arca” pudesse
zarpar. Apesar do conforto do ônibus, o que nos uniu foi à acolhida, a amizade,
as perfórmaces poéticas, a história de vida de cada um de nós. O que nos uniu foi
a atenção, a sensibilização afetuosa de Dilercy Adler dispensada a esse grupo
inesquecível.
Primeira parada: cidade
de Caxias. Qual foi nossa surpresa, de ver que a cidade acordou para a poesia de
Gonçalves Dias e nos recebe com primazia, com altivez. A programação local
estava deslumbrante. Se houve falhas? Não percebemos. Tudo estava em seu devido
lugar. Somente a pressa nos desconpensava um pouco.
Mas, ver aquela
gente simples falar de poesia, recitar poesia, a poesia de Gonçalves Dias, foi
um aprendizado muito generoso. O brilho da festa não seria possível sem a
parceria e presença das dignas autoridades e organizadores locais. Mas, também
não seria possível sem a presença da caravana da “Arca de Gonçalves Dias”,
com intitulou nossa escritora Dilercy.
Com o grupo fortalecido,
envaidecido, brincávamos envolvidos pelo toar da musicalidade regional, que nos
encantavam tornando-nos parte desse cenário de música e dança. Nosso grupo se
entranhava por entre os dançarinos que se apresentavam na praça local, dançando
e cantando ao luar de Caxias.
De volta ao ônibus,
mais cumplicidade, mais poesia, mais gargalhadas. Sim, gargalhadas! Pois
tivemos momentos de descontração e lazer. Somos poderosos e poderosas. Somos
descontraídos, contadores de causos, piadas, estórias e histórias de vida. E
foi com essa simplicidade que chegamos à cidade de Guimarães. Cidade simples,
de gente acolhedora, calorosa e alegre. Mais comemorações. Estamos cumprindo a
última etapa da programação do projeto “Mil Poemas para Gonçalves Dias”.
“Não sei se todos os dias são assim
Guimarães dorme.
Repousa.
Descansa.
E nós,
acostumados à rotina dos grandes centros,
Ficamos
a contemplar,
A lua
que crescia no céu de Guimarães.
Na
sua praça central.
Para
nós, normal.
Enquanto sua gente dormia, acalentando corações.”
Não vi sinais de
falta de segurança, intranquilidade ou violência. Aqui percebi que a família
ainda conserva seus valores. Seus alunos e jovens não tem vergonha de
representar sua gente, sua tradição, sua história, sua cultura. Parabéns
Guimarães.
Amanheceu. Seguimos
para o local aonde Gonçalves Dias veio a falecer (se encantou) no naufrágio do
navio “Ville de Boulogue” em Atins, na baía de Cumã, costa de Guimarães.
“190 anos de
História
Contada
por gente singular,
Única,
simples, glamorosa.
190 anos gonçalvino de vida valorosa.
Na terra ou no mar
Em versos e prosa
Guimarães nos faz
reviver e recordar.”
Estamos chegando ao
final da agenda desse maravilhoso projeto. Aprendi que somos todos importantes,
preciosos. Cada um com seu exemplo, sua história, seu testemunho.
Os meus poemas: “Linhas
e Entrelinhas”; “Mil Poemas para Gonçalves Dias”; “A
Terra onde Nasci”; “Poemas Gonçalvino”; “Aplausos”
– incluído na Analogia, me presenteou com a “Comenda Gonçalves Dias” e
o título de “Tupy de Caxias” (em Caxias, Ma.). Também me rendeu a grande
experiência literária, por ser mais uma tripulante dessa “Arca”.
O Instituto
Histórico e Geográfico do Maranhão – IHGM; a Federação das Academias de Letras
do Maranhão – FALMA; a Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão e do
Brasil – SCLM/SCLB; a Academia Caxiense de Letras; a Prefeitura e Câmara de
Vereadores de Guimarães; os demais parceiros: todos foram
muito competentes e felizes ao adentrar nesta “Arca” e realizar um projeto de
tamanha grandeza.
Aproveito para, neste
depoimento agradecer a oportunidade e o privilégio de participar desta “Arca
Gonçalvina”, conhecer pessoas tão diferentes e ao mesmo tempo tão
iguais quando o tema é arte e poesia.
Agradeço a Deus,
sempre. Por tudo que acontece na minha vida. Agradeço a escritora professora Dilercy
Adler, o escritor professor Leopoldo Vaz, pois foram incansáveis na realização desse
trabalho belíssimo, para que todos nós, poetas, escritores e artistas pudéssemos
sonhar o mesmo sonho e com ele viver esta fantástica realidade, até então
inexplorável no Brasil e no Maranhão/Caxias, que foi o projeto “Mil
Poemas pra Gonçalves Dias”. Essa justa homenagem ao poeta único:
Gonçalves Dias.
Ainda registro aqui
o incentivo de meu esposo, Leonidas Pessoa, meus filhos, Hugo, Higo, Junior e
Suyanne. Não posso esquecer a saudade de meus netos, Laiza, Amália, Sarah e
Guilherme.
Esse depoimento é em
homenagem a minha neta recém chegada, que nasceu enquanto viajava nesta
caravana, Alana, e que é uma linda menina especial.
Registro também a
convivência com todos os companheiros da “Arca de Gonçalves Dias”. Não cito
nomes para não cometer esquecimentos, erros, enganos... Mas todos foram
importantes nessa grandiosa caravana e na minha vida.
As “obras” de Deus estão dentro de nós. Não
importa a formação religiosa, o que realmente importa são as “obras” que
construímos e praticamos nessa nossa vida diante do benfeitor maior: DEUS.
Creio eu que, este
Projeto foi uma grande “obra” para além de quaisquer questionamentos, todavia cada um de nós deve seguir firme,
com o reconhecimento de ter feito o seu melhor e o mérito de sermos
personalidades importantes e relevantes e que, ao voltarmos às nossas cidades
de origem estaremos divulgando e enaltecendo o poeta Antônio Gonçalves Dias, Caxiense/Maranhense
(1.823 – 1.864).
DEUS SEJA LOUVADO!
MARIA DA ASSENÇÃO
LOPES PESSOA (1960 - ) – Professora, Licenciada com Especialização em Biologia
e Gestão, Supervisão e Planejamento. Escritora, com 05 Poemas na Antologia Mil
Poemas para Gonçalves Dias. Filha de Maria da Paz de Meneses Viana e Antonio F.
Lopes, Natural de Itapecuru-Mirim, Ma. Tem a cidade de Pirapemas como sua terra de coração. Membro da Academia Itapecuruense de
Ciências Letras e Artes – AICLA, Cadeira de nº 13, Patrono: Manfredo Viana (seu
bisavô).
Nenhum comentário:
Postar um comentário