Igreja N. S. das Dores
ELOGIO
A UMA CIDADE CHAMADA ITAPECURU MIRIM
Itapecuru
Mirim um rio de história, um misto de memória, de cores e raças, um festival de riquezas, esperanças,
risos e vida. Como em todo o território brasileiro, a bela cidade hospitaleira
também carrega uma grande herança cultural dos povos que a formou e que são a
nossa indicação de identidade. Somos todos frutos dessa miscigenação destes
povos europeus, africanos, e indígenas. Cada um de nós herdou um pouco dessa
mistura que teve início a quase quatro séculos. Itapecuru Mirim, a Itapecuru dos
quilombos, das quebradeiras de coco babaçu, dos colonos cultivadores da terra, dos
criadores e vendedores de animais, um povo da cidade e do campo. Somos o
resultado das diferenças sociais, culturais, históricas, geográficas e
particularidades que podem ser percebidas no dia-a-dia, como por exemplo, nas
danças, na culinária, na linguagem escrita e falada, nos costumes.
Aqui
os índios aos poucos foram se aliando aos brancos e negros. Casaram e construíram
suas famílias. Muitos trabalhavam na lavoura e no engenho. Itapecuru Mirim
deixa de ser apenas um núcleo para se tornar um arraial próspero. Com o passar
dos anos, os colonos foram deixando o seu núcleo, antigo Arraial que também era
chamado de Feira, mudando o seu Sítio Urbano para à margem do rio Itapecuru,
conhecido por Ribeira do Itapecuru. E Itapecuru Mirim passa a ser chamada de Freguesia
do Itapecuru. Tinha como Padroeira, Nossa Senhora das Dores, mantida até os
nossos dias. Seu crescimento populacional para a época foi fundamental para o
desenvolvimento da pequena freguesia, sendo a atividade do comércio, o setor
gerador de riquezas e divisas, bem como, o crescimento dos mais diversos tipos
de comércios e de lavouras bem sucedidas
como as plantações de cana-de açúcar, arroz, algodão, produção de farinha de
mandioca, em fim, Itapecuru chega ao seu
apogeu econômico.
Itapecuru
Mirim, a pequena cidade-rio não cabia mais dentro de uma Freguesia, Nesse
contexto, em 20 de outubro de 1818, por ordem régia, deu-se a solenidade para
criação e instalação da Vila de Itapecuru Mirim, desmembrada de São Luís,
constituindo seu próprio Distrito Sede. Á frente desse episódio o representante
do Rei de Portugal, o Alcaide-Mor José Gonçalves da Silva, e sendo o Governador
da Província do Maranhão na época, Paulo José da Silva Gama. Lida em voz alta,
a Provisão Régia de 27 de novembro de 1817, expedida em consequência do Decreto
de 14 de junho de 1817, determinando a Criação da Vila de Itapecuru Mirim e o
povo deu “vivas” a essa conquista.
Itapecuru
Mirim foi evoluindo e crescendo tanto no âmbito populacional quanto comercial. E
seu rio, o Rio Itapecuru, o protagonista dessa história, o jardim do Maranhão: rio
das grandes embarcações, cais e rampas, abraçava o desenvolvimento. E na
sequência de eventos alguns não poderiam deixar de ser citados: a construção da
Capela de Nossa Senhora do Rosário, a primeira igreja de Nossa Senhora das
Dores, a Cadeia Pública, o Bondinho, ponte Flutuante, a Prefeitura, Estrada de
Ferro São Luís-Teresina, iluminação pública a princípio gerida por um motor que
tinha hora para ligar e desligar, Escolas, Mercado Público, Ponte de concreto,
Avenidas e rua exuberantes, melhorias das moradias, dentre muitas outras obras importantes para
chegarmos aos dias atuais com a estrutura que temos, desde 1818 a 2019. Passou
pela Adesão da Independência do Brasil, Balaiada e muitas outras Batalhas
deixando sua contribuição para a história do Maranhão e do Brasil. A exemplo, a
prisão, julgamento, enforcamento de Cosme Bento, o mártir da Balaiada, foi um
evento histórico de suma importância para o Maranhão.
Com
a Lei Provincial nº 919, de 21 de julho de 1870 a Vila de Itapecuru Mirim foi
elevada à categoria de cidade, sendo criado o Município do mesmo nome. Itapecuru
Mirim, sendo uma das cidades mais antigas, foi regida a princípio por um
Conselho de Intendência Municipal. Em 1906, a extinção do Conselho, o panorama
político do município se apresenta por governos de Intendentes, sendo o
primeiro intendente, João Pedro Pereira. Com a proclamação da República, foi
criado os cargos de prefeitos nos municípios. Itapecuru Mirim passou por vários
gestores prefeitos, dentre eles, Bernardo Tiago de Matos que planejou, criando
o Projeto Urbanístico que modernizou o centro da cidade, ruas planejadas,
praças, arborização, jardins e canteiros. Deu personalidade à Prefeitura e ao
povo itapecuruense. Graças a Bernardo Tiago de Matos hoje temos uma das cidades
mais bonitas do interior do Maranhão, além de ser cidade hospitaleira e
receptiva aos seus filhos ilustres e seus visitantes.
Itapecuru
Mirim, terra de Gomes de Souza e Mariana Luz. Ilustres literários, historiadores,
matemáticos, políticos, médicos, jornalistas, professores, cientistas,
lavradores, pescadores, repentistas, dentre dezenas de outras profissões. O trabalho dos negros e dos imigrantes
portugueses, sírios, libaneses, povos de outros estados e cidades do Maranhão e
do Brasil contribuíram muito para o desenvolvimento da nossa Itapecuru Mirim, para
que nós hoje possamos ter orgulho desta terra: TERRA DE AMOR, ITAPECURU!
Por toda a sua trajetória de Freguesia
- Vila- Cidade, construção e reconstrução de vidas de geração a geração é que
devemos continuar promovendo uma sociedade mais justa e igualitária, um governo
para todos, principalmente os menos favorecidos e por uma qualidade social que
respeita os povos e as diferenças literárias, culturais, folclóricas,
religiosas, ideológicas, e principalmente o meio ambiente de nossa bela
Itapecuru Mirim.
Hoje somos quase 70 mil de
habitantes, um povo privilegiado, um povo tipicamente maranhense-itapecuruense
que canta e encanta, mas que também sofre, luta e trabalha. A cidade das
grandes empresas, fábricas, cerâmicas, em evolução efervescente do progresso. Essa
cidade, é a minha, a tua, a nossa cidade: a cidade de Itapecuru Mirim.
Esse é meu
“Elogio” a esse povo, a nós, gente guerreira da nossa bela Itapecuru Mirim, um rio de possibilidades!
PARABÉNS
ITAPECURU MIRIM PELOS SEUS 149 ANOS DE
CIDADE!
Assenção
Pessoa,
Professora,
Bióloga, Escritora, membro da Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e
Artes.
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