Majestosa Itapecuru-Mirim
Assenção
Pessoa
De duas malocas indígenas
Uma ao norte, outro ao sul
Os barbados e os Tapuias
Vivendo em Itapecuru.
Com
os brancos, a “Freguesia”
Rio
abaixo, rio acima,
Pelas
matas se fazia
Ressurgindo
da colina
Vem
do morro uma cidade.
Que
encanta de vaidade.
Lá vieram os portugueses,
Aportar nesse rincão
Pra criar o “Arraial”,
E raízes fixar
As boiadas do sertão
Na feira negociar.
Junto com eles, os
africanos
Os Capuchinhos e outros
humanos
E assim completar a
miscigenação
Nesse pedacinho do
Maranhão.
O
que antes era Ribeira
Um
lugarejo à direita
Do
Rio Itapecuru
Por
ordem áurea, de norte a sul
Surgiu
uma vila inteira
A
vila Itapecuru.
E
de vila, a cidade
Na
história do Maranhão
Uma
terra de prosperidade
E
de muita mansidão.
Da
povoação originária também nasceu
A
primeira igreja: Nossa senhora dos Pretos
Depois
com os jesuítas cresceu
E
tão bela apareceu
A
Nossa Senhora das Dores
Pra
curar nossos clamores
Vem,
contudo a Balaiada
Se
apaziguar nessas fronteiras
Hoje
se busca a remanescência
Restos
de antigas trincheiras
Ainda
com relutância
Lá
pelas bandas da Cachoeira.
E o
Negro Cosme enforcado
No antigo pelourinho
Como a ave, fora de seu ninho
Hoje, é a Praça do Mercado.
Ele era o símbolo da resistência
Da cultura africana
E de sua descendência.
No antigo pelourinho
Como a ave, fora de seu ninho
Hoje, é a Praça do Mercado.
Ele era o símbolo da resistência
Da cultura africana
E de sua descendência.
E
foi nascendo uma cidade
De
grandezas e candura
Do
“palácio municipal”
Hoje
é a prefeitura
A
Câmara, a ponte, o pelourinho
A
cadeia pública, o fardo e o moinho
O
Cais que inspiravam os enamorados
As
praças, ruas e avenidas
Suas
tardes ensolaradas
E
as pessoas mais bonitas
E
foi crescendo, se formando assim
Bela
Itapecuru-Mirim.
Caminhos
de pedras miúdas
Origem
tupy-guarany,
Tens
a imponência de uma graúna
És
tu Itapecuru-Mirim
Também
a doce inocência
Desta
tão bela existência.
Itapecuru
também é arte, é festa, é cultura
Suas
casas já demonstram na arquitetura
A
grande influência portuguesa
Na
língua, na culinária e na literatura.
Os
Grandes vultos da política
A
sua economia e sua nobreza
Enriquecem
essa história
De
tamanha grandiosidade e beleza
O
Teatro, a música e a religiosidade
Buscam
a perfeição nesta cidade
Com
suas lendas, estórias e liberdade.
Tens
um povo hospitaleiro,
E
um rio que ainda é caudaloso,
Um
sol que brilha o ano inteiro
Uma
Natureza ainda vitoriosa.
Mas,
tua fauna, tua flora
Tuas
palmeiras: hoje implora
Choram
de dor por tuas queimadas
Toda
vida entrelaçada,
Em
uma só.
Pelas
mãos de quem sem dó
Só
te causam a destruição.
O
teu rio de tristeza,
Hoje
chora a Natureza
E
agonizando sobre a rocha,
As
suas águas percorrerão.
Contudo...
Carnaval
igual não há
Suprema,
imponente e frondosa
Altaneira,
grandiosa
És
tu Itapecuru,
Essa
árvore primorosa.
Essa
é Itapecuru
Que
de “caminhos de pedras miúdas”
Hoje quase não há nada
É
um corpo escultural
Esculpido
nas estradas,
Avenidas
e pousadas
Ruas
largas e bem aventuradas.
És
tu
Itapecuru
Caminhos
não de mais de pedras
Porém
tua fonte, “a miquilina”
De
águas quase mineral
De
tão pura e cristalina
Hoje
já se esgotou,
Deixando
a triste lembrança
E
no seio uma esperança
De
tuas águas salvar
Pra
que a vida permaneça
Por
tuas terras a brilhar.
O
teu corpo escultural
Hoje
já se transformou
Mas,
mesmo assim,
És
adulta, não mudou
Continuas
majestosa
Com
um povo sem igual
És
tão bela e tão formosa
Como
uma tarde angelical
Essa
é a minha Itapecuru,
De
um povo ordeiro e manso
Essa
é a nossa Itapecuru-Mirim
Nosso
repouso, nosso descanso,
Nossa
paz, nossa esperança
De
singular valor
Do
mais humilde, ao doutor
Um
porto seguro pra você e pra mim.
Assim
é você Itapecuru-Mirim.
Parabéns Itapecuru-Mirim
18/07/2012.
Nota.
Esse poema foi feito para homenagear a Cidade de
Itapecuru-Mirim pela passagem de mais um seu aniversário em 20 de julho de
2012. É um poema que enaltece a cidade, mas ao mesmo faz uma reflexão sobre seu
destino, meio ambiente e a responsabilidade dos governantes. Conta a história
desde a fundação até os dias de hoje. Retrata aspectos culturais, artísticos,
históricos se contrapondo às vezes de forma crítica com a realidade e o descaso
ambiental. Ora é melancólico, ora é sarcástico e ao mesmo tempo doce e suave na
sua escrita e leitura.
E, foi apresentado e interpretado no 1º café
Literário da AICLA pela própria autora.
Está no livro 1ª Antologia AICLA, Academia Itapecuruense
de Ciências, Letras e Arte, organizada pela escritora Benedita Azevedo, 2012.
Desafio: Faça também sua interpretação para este
poema, descubra outras facetas que a autora quis dizer sobre Itapecuru.
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