quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Artigo de Opinião: Cristo, Confraternização e Fraternidade




Artigo de Opinião: Cristo, Confraternização e Fraternidade


O episódio do nascimento de Cristo, o que se declara como início da era cristã, se deu com vários eventos astronômicos, religiosos e sociais. Os antigos doutores da Igreja por meio de suas práticas e doutrinas criaram o evento da Grande Fraternidade Branca. Para isso, tiveram que criar passagens e princípios relacionados à vida e obra de Jesus Cristo e adaptá-las às cerimônias praticadas por seus patriarcas. Assim, foi consolidada uma nova teologia que firmava algumas novas doutrinas. No entanto, por outro lado, ignoravam-se fatos importantes na vida do povo hebreu e que tornariam suas decisões inconsistentes.
Um dos pontos de discordância foi o fato de que os três pastores que guardavam o menino Jesus, e que saíram direto do campo de onde pastoravam seus rebanhos, para seguir a estrela e visitar o pequeno rei, seria pouco provável, pois os pastores a qual a Bíblia se refere, não poderiam está no campo, já que era inverno nesta época do ano na Palestina.
Outro ponto de discórdia foi a de que Jesus viera ao mundo em abril ou maio.
A data 25 de dezembro teria sido escolhida pelos patriarcas devido ao conhecimento que através dos séculos precedentes de que todos os Grandes Avatares, isto é, Grandes Mestres nascidos de virgens e que eram Filhos de Deus e considerados Salvadores ou Redentores, haviam nascido 25 de dezembro, ou em data próxima. Jesus não foi o primeiro nem o único, a nascer nesta data, e ser considerado o Salvador, filho de Deus, segundo a própria história relata. Podem ser pesquisado e constatado fatos, que confirmam os episódios desde V a.C.. Temos como exemplos o nascimento de deuses egípcios que nasceram dia 25 de dezembro, Osíris, filho da santa virgem e deusa Nut e Hércules.
Na China, séculos antes da Era Cristã, no dia 24 ou 25 de dezembro era celebrado o Solstício de Inverno, onde, fechava-se o comércio. Assim como os antigos persas celebrava grandiosas cerimônias em homenagem a Mitra, cujo nascimento também ocorrera em 25 de dezembro. Na Índia, este período já era comemorado na forma de um festival religioso, durante o qual o povo ornamentava suas casas com flores e as pessoas trocavam presentes com amigos e parentes.
Portanto, 25 de dezembro vêm sendo considerada um dia místico muito antes do nascimento de Jesus por diferentes povos.


De acordo com a mitologia romana, o dia 25 de dezembro seria o aniversário do deus que representava o sol. Com a união dos povos pagãos aos povos cristãos, essa data foi introduzida para celebrar nascimento de Jesus. Fato este propício para os antigos, e ideal na atualidade para o comercio.  No entanto existem  divergências de opinião e são principalmente sobre a confiabilidade de fatos históricos em contra partida com relatos do Antigo e Novo Testamento em relação à interpretação da suas intenções e eventos.
Mas, o mais importante do que comemorar uma data, o Natal, é importante que se reflita que olhemos para dentro de nós mesmos e que os sentimentos natalinos sirvam para alimentar o espírito fraternal por todo o ano vindouro, seguinte, e não apenas no mês de dezembro ou na semana natalina.
Então, onde está o espírito de fraternidade?
Fraternidade, termo oriundo do latim “frater”, que significa "irmão". Por esse motivo, fraternidade significa parentesco entre irmãos. A fraternidade universal designa a boa relação entre os homens, em que se desenvolvem sentimentos de afeto próprios dos irmãos de sangue. A Fraternidade é o laço de união entre os homens, fundado no respeito pela dignidade da pessoa humana e na igualdade de direitos entre todos os seres humanos.
Na fraternidade é praticado a amizade, companheirismo, camaradagem e outros princípios básicos de amor fraterno. Está presente no trabalho em equipe, no respeito ao ser humano, no amor aos animais e à Natureza.
Como conceito filosófico, a fraternidade está ligada aos ideais promovidos pela Revolução Francesa em 1789 embasados na busca de liberdade, igualdade e fraternidade.
No Brasil, a Campanha da Fraternidade (CF), promovido anualmente pela Igreja Católica é um movimento solidário. O objetivo dessa campanha, desenvolvida todos os anos, é a reflexão da população sobre alguns temas problemáticos da realidade social brasileira. A data definida para o anúncio do tema da campanha é sempre a Quarta-Feira de Cinzas.
O Dia da Fraternidade Universal, também conhecido como o Dia da Confraternização Universal ou o Dia da Paz Universal. Nesse dia, as pessoas trocam votos de alegria, de paz e de felicidade para o ano que se inicia. O papa Paulo VI, em 08 de dezembro de 1968, escreveu uma mensagem propondo a criação do Dia Mundial da Paz, para ser festejado no dia 1º de janeiro de cada ano. Mas o papa não queria que a comemoração se restringisse apenas aos católicos, para ele, a verdadeira celebração da paz só estaria completa se envolvesse todos os homens, não importando a religião. Seu desejo de que esta iniciativa ganhasse adesão ao redor do mundo com “caráter sincero e forte de uma humanidade consciente e liberta dos seus tristes e fatais conflitos bélicos, que quer dar à história do mundo um devir mais feliz, ordenado e civil”. Portanto, O Dia da Paz Mundial é um dia a ser celebrada pelos “verdadeiros amigos da Paz”, independente de credo, etnia, posição social ou econômica.

O primeiro dia de cada ano, portanto, tem sido reservado à reflexão de como queremos que o mundo seja nos próximos 365 dias que ainda estão por vir. Também é o dia em que são trocados votos de paz, felicidade, saúde e prosperidade para o ano que se inicia.
Tradicionalmente há uma vigília na noite de 31 de dezembro, quando se comemora com muita festa a passagem do ano. Atualmente a palavra francesa Réveillon que significa “acordar”, usada no Sec. XVII, para designar jantares longos e chiques realizados durante o ano. Com o tempo, acabou popularizando-se como sinônimo da festa de passagem de ano.
A comemoração do Ano Novo tem sua origem intimamente ligada à Natureza. Dois mil anos antes da Era Cristã, os antigos babilônios festejavam a entrada de um novo ciclo anual no início da primavera no hemisfério norte, que equivaleria ao dia 23 de março do calendário cristão. Nessa época, era feita a plantação de novas safras, daí a noção de reinício, preservada até hoje.
Já os gregos celebravam o início de um novo ciclo entre 21 e 22 de dezembro, mas o ritual também  representava o espírito da fertilidade. A festa era pelo renascimento anual do deus Dionísio, a quem se homenageava desfilando com um bebê em um cesto. Os egípcios comemoravam o Ano Novo quando a estrela Sírius surgia no horizonte de Mênfis, a cidade dos primeiros faraós.
Diferentes datas e sentidos iguais. Cineses, judeus, islâmicos, independentemente de crença ou data, o começo de um novo ciclo é um convite para que se repense e se qualifique a  relação com o próximo e com o mundo. Esse é o verdadeiro sentido do nascimento de Cristo e sua relação com a fraternidade e um novo ciclo de vida.
A confraternização e a fraternidade ligada ao ciclo da vida, ao nascimento do Salvador e ao renascimento dos corações endurecidos e incrédulos. Confraternizar é brindar um novo recomeço, é promover a paz, uma condição para uma sobrevivência com dignidade para todos nós.
Mas, se continuarmos com essa sociedade de competição, de liberdade só para quem tem poder e dinheiro, de produção da miséria, destruição da natureza, certamente caminharemos aceleradamente para a destruição mútua e geral de todos os seres vivos, incluindo nós. Muitas nações ainda lutam entre si. Às vezes, que ironia, em nome de Deus, Deuses ou Deusas. Tudo o que deveria unir, esse sentimento de obediência e respeito ao Criador, acaba sendo motivo de desunião, de desamor, de não confraternização.
O diálogo entre as nações é de fundamental importância para o caminho de uma cultura da paz. Segundo a ONU, que atua como um centro para a solução dos problemas que a humanidade enfrenta, promover o diálogo e a tolerância é o melhor caminho para uma vida fraterna.
O primeiro dia do ano pode significar uma nova esperança, com uma nova atitude. Será que não é possível que nós humanos nos entendamos definitivamente? A Paz e a Confraternização Universal merecem uma reflexão!
Feliz Ano Novo!
                                                                                  

Assenção Pessoa

30 de dezembro de 2015.

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