terça-feira, 13 de setembro de 2016

CIÊNCIA E POLÍTICA: FILHO DE PEIXE, PEIXINHO NÃO É.






      Filho de peixe, peixinho não é.




Na política tem muito oba-oba, festa, passeata, música e foguetório. Nossa escolha na hora de votar é muito distorcida, ao som de uma boa promessa mentirosa junto ao estalar da onça pitada na nota de real, tem mais poder do que um bom, projeto ou plano de governo, coerente e justo. 

Analisando o que há de mais novo na Ciência Política no Brasil, e acompanhando as principais notícias da política brasileira me atrevo a dissertar algumas opiniões fazendo um comparativo como o momento que estamos vivendo na nossa querida Itapecuru Mirim, Ma. Brasil.

Em todas as campanhas políticas durante eleições é sempre o mesmo diálogo. Todos os candidatos são honestos, competentes, compromissados com o eleitor e acima de tudo, generosos e humanos.

        Avaliar tais qualidades nos mais diversas candidaturas é impossível, uma vez que o eleitor sequer conhece boa parte desses pretensos representantes do povo. Apesar de todos pensarem: “─ Precisamos de bons políticos”, essa afirmação é relevante uma vez que precisamos de políticas públicas que atendam as necessidades essenciais de uma população. No entanto saber quem é bom ou mal e decidir quem é o melhor é uma tarefa árdua e difícil.


Então, como decidir quem serão os melhores para nos representar?
Por outro lado, é possível avaliar o candidato por sua vida pregressa na política, no trabalho e no núcleo social onde está inserido.

As eleições podem servir para eliminar os maus políticos dessa função de representar muito mau o “povo”. Mas podem servir para eleger novos políticos que também escondem suas verdadeiras intenções. E assim a política da corrupção e da má administração continua. Se o candidato age comprando voto, oferecendo vantagens aos eleitores, fazendo conchavos com outras lideranças, com certeza esse candidato será um péssimo representante da população.

Então o eleitor pensa, “as eleições não serve pra nada, pois os políticos serão sempre passivos de serem corruptos”. O eleitor então encara seu voto para recompensar os políticos que tiveram boa administração e projetos bem sucedidos, ou punir os que representaram atraso ao desenvolvimento do município, em prejuízo da qualidade de vida de seus munícipes. (FEARON, James. Democracy, Accountability, and Representation, Cambridge University Press, 2009).




O grande problema é que muitos eleitores são induzidos pela emoção, pela amizade e mesmo pela paixão por determinado candidato. Este comportamento, o impede de analisar com imparcialidade e escolher realmente um candidato que poderá vir a ser bom administrador.

São as paixões que nos impedem de ver com clareza algumas verdades. Às vezes está tão clara uma avaliação sobre um candidato corrupto, mas por paixão, o eleitor continua a eleger aquele cidadão. Esse tipo de político se aproveita dessa paixão para continuar sua rede de enriquecimento ilícito e corrupção em detrenimento de uma comunidade ou população de uma cidade.

Segundo Fearon, nos Estados Unidos, toda eleição começa de certa forma, do zero e busca avaliar a competência, grau de honestidade e capacidade do candidato transformar os desejos dos eleitores em políticas públicas, fazendo desses políticos, bons líderes. O perigo está nos maus líderes se aproveitam dessa ferramenta, para se vestir com tais qualidades e enganar o eleitor.

Então qual é a saída? Uma das saídas seria diminuir o número de partidos políticos. Quanto mais Partidos, maior o grau de corrupção. Outra saída seria fazer leis mais rígidas para políticos desonestos e que os impedissem de retornarem ao quadro político como um todo.

Mas, como quem faz as leis são esses políticos, vimos que esse caminho é o mais difícil. Então nos resta mesmo é analisar, avaliar e agir com prudência e livre das paixões. Votar e eleger bons políticos são uma forma de aos poucos ir banindo a corrupção das administrações públicas do nosso Município, Estado e Federação.




O político não precisa saber de tudo, nem ser santo, mas, é imprescindível ter algumas qualidades importantes como ser bom caráter, ter compromisso, bons projetos e associar sua imagem de um bom político a um bom administrador.  Então caberá aos eleitores encontrar verdade em meio a tanta mentira e disfarces, descobrir tantos lobos em pele de cordeiros. Tarefa nada fácil, mas não impossível.  Durante as campanhas eleitorais além dos discursos e promessas de um bom trabalho, reconsidere o desempenho dos candidatos em outras funções públicas e privadas e não se iluda: nem sempre filho de peixe, peixinho é. Cada homem ou mulher pública é único.

Eu estou fazendo a minha parte. E você eleitor? Está fazendo a sua?



                 

                                                                                                Assenção Pessoa
                                                                                                 Professora, pesquisadora e escritora.



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