Filho de
peixe, peixinho não é.
Na
política tem muito oba-oba, festa,
passeata, música e foguetório. Nossa escolha na hora de votar é muito distorcida,
ao som de uma boa promessa mentirosa junto ao estalar da onça pitada na nota de
real, tem mais poder do que um bom, projeto ou plano de governo, coerente e
justo.
Analisando o que há de mais novo
na Ciência Política no Brasil, e acompanhando as principais notícias da
política brasileira me atrevo a dissertar algumas opiniões fazendo um
comparativo como o momento que estamos vivendo na nossa querida Itapecuru
Mirim, Ma. Brasil.
Em todas as campanhas políticas
durante eleições é sempre o mesmo diálogo. Todos os candidatos são honestos,
competentes, compromissados com o eleitor e acima de tudo, generosos e humanos.
Avaliar tais qualidades nos mais
diversas candidaturas é impossível, uma vez que o eleitor sequer conhece boa
parte desses pretensos representantes do povo. Apesar de todos pensarem: “─ Precisamos de bons políticos”, essa
afirmação é relevante uma vez que precisamos de políticas públicas que atendam
as necessidades essenciais de uma população. No entanto saber quem é bom ou mal
e decidir quem é o melhor é uma tarefa árdua e difícil.
Então, como decidir quem serão os
melhores para nos representar?
Por outro lado, é possível
avaliar o candidato por sua vida pregressa na política, no trabalho e no núcleo
social onde está inserido.
As eleições podem servir para eliminar
os maus políticos dessa função de representar muito mau o “povo”. Mas podem servir para eleger novos políticos que também
escondem suas verdadeiras intenções. E assim a política da corrupção e da má
administração continua. Se o candidato age comprando voto, oferecendo vantagens
aos eleitores, fazendo conchavos com outras lideranças, com certeza esse
candidato será um péssimo representante da população.
Então o eleitor pensa, “as eleições não serve pra nada, pois os
políticos serão sempre passivos de serem corruptos”. O eleitor então encara
seu voto para recompensar os políticos que tiveram boa administração e projetos
bem sucedidos, ou punir os que representaram atraso ao desenvolvimento do
município, em prejuízo da qualidade de vida de seus munícipes. (FEARON, James. Democracy,
Accountability, and Representation, Cambridge University Press,
2009).
O grande problema é que muitos
eleitores são induzidos pela emoção, pela amizade e mesmo pela paixão por
determinado candidato. Este comportamento, o impede de analisar com
imparcialidade e escolher realmente um candidato que poderá vir a ser bom
administrador.
São as paixões que nos impedem de
ver com clareza algumas verdades. Às vezes está tão clara uma avaliação sobre
um candidato corrupto, mas por paixão, o eleitor continua a eleger aquele
cidadão. Esse tipo de político se aproveita dessa paixão para continuar sua
rede de enriquecimento ilícito e corrupção em detrenimento de uma comunidade ou
população de uma cidade.
Segundo Fearon, nos Estados
Unidos, toda eleição começa de certa forma, do zero e busca avaliar a
competência, grau de honestidade e capacidade do candidato transformar os
desejos dos eleitores em políticas públicas, fazendo desses políticos, bons
líderes. O perigo está nos maus líderes se aproveitam dessa ferramenta, para se
vestir com tais qualidades e enganar o eleitor.
Então qual é a saída? Uma das
saídas seria diminuir o número de partidos políticos. Quanto mais Partidos,
maior o grau de corrupção. Outra saída seria fazer leis mais rígidas para
políticos desonestos e que os impedissem de retornarem ao quadro político como
um todo.
Mas, como
quem faz as leis são esses políticos, vimos que esse caminho é o mais difícil.
Então nos resta mesmo é analisar, avaliar e agir com prudência e livre das
paixões. Votar e eleger bons políticos são uma forma de aos poucos ir banindo a
corrupção das administrações públicas do nosso Município, Estado e Federação.
O político não precisa saber de tudo, nem ser santo, mas, é imprescindível
ter algumas qualidades importantes como ser bom caráter, ter compromisso, bons
projetos e associar sua imagem de um bom político a um bom administrador. Então caberá aos eleitores encontrar
verdade em meio a tanta mentira e disfarces, descobrir tantos lobos em pele de
cordeiros. Tarefa nada fácil, mas não impossível. Durante as campanhas eleitorais além dos discursos
e promessas de um bom trabalho, reconsidere o desempenho dos candidatos em outras
funções públicas e privadas e não se iluda: nem sempre filho de peixe, peixinho
é. Cada homem ou mulher pública é único.
Eu estou
fazendo a minha parte. E você eleitor? Está fazendo a sua?
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