sábado, 3 de setembro de 2011

AVALIAÇÃO FÍSICA NAS ACADEMIAS



ACADEMIA BEM ESTAR

ARTIGO: IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO FÍSICA
Texto: Professora  Assenção Pessoa
Licenciada e especialista em Biologia.
   
“Avaliar a condição física inicial do cliente é de fundamental importância para a prescrição de uma atividade mais adequada para atender seus objetivos e necessidades, e é nessa situação que a avaliação física mostra-se um instrumento de trabalho indispensável para o professor.” (Costa, 2007)
1.                  INTRODUÇÃO:
A prática de exercícios físicos tem sido uma ação constante nesse novo modelo de sociedade. Surgem novas academias de ginásticas quase que diariamente, e o número de adeptos da atividade física é cada vez maior. Assim como o crescimento do número de academias,  também, a qualidade dos serviços oferecidos.
 Vários os motivos atraem as pessoas para as academias, mas entre eles, sem dúvida alguma, é a preocupação com a estética corporal. Reduzir a quantidade de gordura e/ou aumentar a massa muscular estão entre os anseios de grande parte dos clientes/alunos de academias. Mas, mas atualmente há uma preocupação também com a saúde e a qualidade de vida dos seus frequentadores.
Nesse contexto é necessário que todos os cliente/alunos de academias passem por uma avaliação física antes de iniciar qualquer série de exercícios ou atividade física.  No entanto algumas academias, mesmo sabendo da importância da avaliação física, ainda resistem em não realizá-la.
Quando falamos em avaliação física, muitas pessoas e donos de academia logo pensam em uma quantidade enorme de aparelhos, de difícil acesso e alto custo.  No entanto, é possível oferecer este serviço aos clientes, com qualidade e baixos custos.
 Com um bom planejamento dessa atividade e a utilização de equipamentos básicos a partir de um custo operacional e financeiro viável, a prática da avaliação física, principalmente em academias de pequeno e médio porte (que representam a maior parte desses estabelecimentos), podem representar um retorno imensurável para a qualidade dos serviços oferecidos e a credibilidade social.
“Para que o professor possa responder a questões sobre a condição física e a melhora em meses da prática de exercícios dos alunos de uma forma mais objetiva, respaldada por resultados comprovados por testes, há a necessidade de o aluno passar por avaliações físicas periódicas.” (Costa, 2007)
        Partindo-se desses pressupostos, é que se percebe a importância da realização de um trabalho de avaliação da composição corporal para prescrição de atividades e exercícios dentro das academias.
      Tamanha importância se deve ao fato que o peso corporal por si só, não deve ser considerado parâmetro para identificar excessos ou déficit dos componentes corporais e, principalmente, para identificar alterações nas quantidades desses componentes decorrentes de um programa de exercícios físicos.
      Para compreender melhor a importância da avaliação física, sabe-se que os componentes corporais sofrem grande influência durante a prática de atividades físicas e dos diversos tipos de dietas. Sendo assim, a massa muscular e a gordura, é a grande tendência de objeto de estudos nessa área, e para isso, tem sido fundamental a avaliação física no sentido de fracionar o peso corporal em dois compartimentos: massa de gordura e massa corporal magra, o que atende perfeitamente aos objetivos e necessidades do trabalho realizado em academias.
      O estudo da composição corporal resulta basicamente para compreender o efeito que o exercício físico exerce sobre o organismo.
      Assim sendo, conhecendo-se o peso corporal e utilizando-se de métodos para a predição da gordura corporal, pode-se também identificar a quantidade de massa corporal magra da seguinte forma:
Peso Corporal = Gordura Corporal + Massa Corporal Magra.
Segundo McARDLE, KATCH & KATCH (1981) citado por COSTA, 2007, a lógica para a medida das pregas cutâneas baseia-se no fato de que aproximadamente metade do conteúdo corporal total da gordura fica localizada nos depósitos adiposos existentes diretamente debaixo da pele e essa está diretamente relacionada com a gordura total. A medida da espessura de dobras cutâneas em determinados locais do corpo, desta forma, pode ser um bom subsídio para a predição da quantidade de gordura corporal. EDWARDS (1950), citado por GUEDES (1987), refere que a literatura especializada menciona a existência de aproximadamente 93 possíveis locais anatômicos onde uma dobra cutânea pode ser destacada. Está claro que a utilização de tantas medidas tornaria este método extremamente demorado e inaplicável para o objetivo ao qual se propõe os trabalho em academias, mas normalmente são utilizadas de 03 a 07 locais de medida, que são suficientes para nos dar uma visão significativa do componente de gordura subcutânea.
            As dobras cutâneas mais utilizadas são as localizadas nas regiões do tríceps, subescapular, supra-ilíaca, abdominal, supra-espinhal, tórax e da coxa; além dessas, é comum, também, a utilização da medida de dobras nas regiões do bíceps, axilar medial e da panturrilha medial.

2.                  TIPOS DE AVALIAÇÃO FÍSICA QUE PODEM SER APLICADAS
2.1  Anamnese (Par-q)
   “O PAR-Q tem sete perguntas planejadas para identificar indiví­duos que necessitem de liberação médica antes de fazerem qualquer teste de aptidão física ou iniciarem um programa de exercícios. Se os clientes responderem "sim" a qualquer uma das per­guntas, eles devem ser encaminhados aos seus médicos para obterem sua liberação antes de praticarem atividades físicas. Do mesmo modo, clientes mais velhos e aqueles que não estão de física regular devem sempre consultar seus médicos antes de inicia­rem um programa de exercícios.” (Heyward, 2004)
2.2  Avaliação Postural
    “A avaliação de aspectos posturais dentro da nossa rotina de testes na academia tem a pretensão de diagnosticar desvios posturais com o intuito de prescrever exercícios corretivos ou qualquer tipo de tratamento, pois isso é uma responsabilidade do ortopedista e do fisioterapeuta.” (Costa, 2007)
2.3  Medidas Antropométricas
“Índice de massa corporal (IMC) é a razão entre o peso corporal (Kg) e a altura (m²) que permite uma estimativa grosseira da conveniência do peso para a altura.” (Barbanti, 2003)
“A relação entre peso e altura fornece o valor do índice de Massa Corporal (ICM), utilizado para avaliar se você está acima, abaixo ou no peso ideal. A medida da circunferência mostra o desenvolvimento dos músculos e a dimi­nuição da gordura.” (Barros, 2002)

2.4  Teste de Flexibilidade (Banco de Wells)
   “Um teste simples que consta da maior parte das baterias de testes de aptidão física relacionada à saúde quando a variável a ser avaliada é a flexibilidade, o teste de "sentar e alcançar" proposto por Wells que avalia a flexibilidade da região inferior da coluna lombar e da região posterior da coxa.”  (Passos, Fiamoncini, 2003)
2.5  Teste Abdominal
   “Com este teste mede-se indiretamente a força da musculatura abdominal, através da realização do maior número possível de flexões abdominais em 01 (Hum) minuto. O avaliado deve posicionar-se em decúbito dorsal sobre um colchonete, com o quadril e os joelhos flexionados e com as plantas dos pés apoiadas no solo. Os antebraços deverão estar cruzados sobre o tórax, com a palma das mãos voltadas para o mesmo, onde deverão permanecer durante toda a execução do teste.” (Costa, 2007)
2.6  Teste de Flexão e Extensão dos Cotovelos
    “O avaliado deverá iniciar o teste em decúbito ventral, apoiado nas pontas dos pés e nas mãos que deverão estar posicionadas na linha dos ombros, com os cotovelos em extensão. Ao sinal do avaliador o avaliado deverá realizar flexões e extensões dos cotovelos no plano transversal até que o tórax toque o solo. Para mulheres o teste é realizado com o apoio nos joelhos e nas mãos. Neste teste será levada em consideração a execução dos movimentos em ritmo constante durante o período máximo de 1 minuto.” (Costa, 2007)
2.7  Avaliação de aspectos metabólicos (VO²máx.). Teste de Bicicleta Ergométrica de Ästrand
    “É realizado em 8 minutos, sendo que nos 04 primeiros minutos o avaliado pedalará na carga 1, correspondente a 50 watts para homens e 25 watts para mulheres, e nos 4 minutos seguintes pedalará na carga 2, que é calculada na proporção de 3 watts por kg de peso corporal para homens e 2 watts por kg de peso corporal para mulheres. O ritmo em que o avaliado pedalará será de 50 rpm para bicicleta mecânica ou 60 rpm para bicicleta eletromagnética.” (Costa, 2007)
  1.  DIVISÃO DA AVALIAÇÃO FÍSICA
A avaliação física nas academias costuma ser dividida em quatro grupos:
·         Questionário de verificação da saúde (Par-q);
·         Aspectos Pessoais (Anamnese);
·         Composição Corporal (Antropometria);
·         Testes de forças e testes funcionais, sendo estes, suficientes para identificar o estado inicial do aluno e orientar o trabalho do professor.
  1. CONCLUSÃO
Analisando a importância desse estudo sobre a avaliação física dentro das academias podemos observar os seguintes resultados:
·         A avaliação física é realizada na maioria das academias somente com Anamnese e Medidas Antropométricas.
·         Avaliação Postural, Avaliação de aspectos metabólicos (VO² máx.), Teste Abdominal são aplicadas em apenas parte das academias.
·         Teste de Flexibilidade (Banco de Wells) e Teste de Flexão e Extensão dos Cotovelos é aplicado muito raramente.
·         Constata-se também que as avaliações às vezes não são feitas por profissionais formados em educação física.
 De acordo com esta pesquisa, conclui-se que é necessário o cliente/aluno saber como está sendo avaliado, saber da importância desse momento avaliativo, a seriedade com que as academias tratam a sua avaliação física e o grau de preocupação das equipes de trabalho com sua clientela.
Conhecer os tipos de Avaliação física pela qual vai passar deve ser tão importante quanto saber os objetivos de todas as séries de exercícios trabalhados no seu corpo.
Com saúde não se brinca. O descaso é o que torna possível a ineficiência na prática séries de exercícios aplicados pelas academias de ginástica, musculação e outras atividades correspondentes.
Referências
Barbanti, Valdir J. Dicionário de educação física e esporte. 2ª ed. Barueri. SP: Manole. 2003.
Costa, Roberto Fernandes da. Avaliação Física - A melhor forma de você praticar exercícios físicos - Introdução a Avaliação Física. http://www.fitmail.com.br/si/site, Março de 2007.
GUEDES, D. P. & SOUZA, D. B. Aspectos cineantropométricos no treinamento e futebolistas. In: Futebol: Bases científicas do treinamento físico. Rio de Janeiro. Sprint, 1987.
Heyward, Vivian H. Avaliação física e prescrição de exercício: técnicas avançadas. - 4.ed. - Porto Alegre: Artmed, 2004
McARDLE, William D.; KATCH, Frank I. & KATCH, Victor L.. Fisiologia do Exercício, Energia, Nutrição e Desempenho Humano, 4a ed. Editora Ganabara Koogan S.A., Rio de Janeiro – RJ, 1998.
PASSOS, Rafael; Fiamoncini, Rafaela Liberali; Fiamoncini, Rafael Emerim. Avaliações da composição corporal em clientes de personal training. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 9, Nº 61, Junio de 2003. 

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