segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

 


SÉRIE HOMENTAGENS: ALFREDO MENEZES, O CARA! 


    E para dar continuidade a série de Homenagens a Alfredo Menezes que o Blogger Lagusa.blogspot.com estará fazendo durante esta semana para comemorar seu aniversário de nascimento dia 11 de fevereiro próximo, vamos lembrar um pouco mais sobre esse homem, esse 'cara' do esporte maranhense.




JORNAL O ESTADO DO MARANHÃO

37 ANOS DE UMA VIDA DEDICADA AO ESPORTE AMADOR

 

Trajetória do jornal:

“O Jornal do Dia era um jornal que existia em São Luís na década de 1960. Juntaram-se Clodomir Milet (na época, diretor do Jornal do Dia), José Tribuzi Pinheiro Gomes (Bandeira Tribuze) e José Sarney (na época), e compraram o Jornal do Dia. Somente no início dos anos 70 (1973) é que o jornal sofre alterações, dando uma nova cara ao jornal e transformando-o em Jornal O Estado do Maranhão. O Alfredo se juntou ao jornal quando já era O Estado (eu já cheguei por volta de 82/83). Com a necessidade de melhoria para o jornal, nos mudamos para o Bairro São Francisco, onde foram compradas máquinas modernas e o jornal O Estado do Maranhão se consolidou em circulação e presença física no Estado. E mais recentemente viemos a aprender a lidar com essas novas tecnologias de comunicação, digitalização, no que também o Alfredo acompanhou e se adaptou a toda essa transformação, juntamente com outros jornalistas e repórteres do jornal”.

(Fernando Sarney, Presidente do Grupo Mirante)

 

Fevereiro de 1980. Levado por Edivan Fonseca, redator das notícias do esporte profissional maranhense, Alfredo Menezes passa a integrar a Equipe da Crônica Desportiva do Jornal O Estado do Maranhão. No contrato: captar e redigir as notícias nacionais vinculadas por outras emissoras de rádio de outros Estados da Federação. Acompanhando os ditames do seu tempo, parecia voltar no tempo quando fazia o trabalho de rádio escuta. Tinha que anotar todas as informações. A situação só melhorou quando depois da assinatura do Informativo Sport Press, periódico que enviava os noticiários via telex,  passando a observar melhor as temáticas desportivas no Brasil.

A equipe ainda contava com J. Alves, responsável pelas notícias do esporte amador e o colaborador Garrincha. Em 1883, J. Alves deixa a equipe, saindo do Jornal, e Alfredo Menezes assume a diretoria do Esporte Amador. Novo desafio. Mas quem disse que Alfredo Menezes era de fugir dos desafios?

Sua primeira missão: buscar e conhecer todos os atletas, dirigentes, técnicos e fazedores de todos os tipos de esportes de São Luís (MA). Objetivo? Buscar uma aproximação, criando assim um clima mais familiar ao esporte amador. Essa aproximação lhe rendeu o respeito e a admiração de todos os desportistas. Era o início da sua consolidação na crônica desportiva do Maranhão.

Alfredo Menezes, Editor Chefe do Departamento de Esporte Amador do Jornal O Estado do Maranhão.

Anos mais tarde, juntam-se à equipe no comando da diretoria do periódico do esporte amador, os Jornalistas Márcio Henrique Sales e Flávia Lopes Vieira. Outros profissionais passaram pelo departamento de esporte amador dividindo o comando da diretoria, mas o experiente Alfredo Menezes continuava sempre firme com seu trabalho que era o de levar a informação do esporte a todos. No entanto, muito mais que a informação, Alfredo Menezes levava vida. Não se via ali somente o repórter com o atleta, ele conquistava amigos por onde passava. Alfredo Menezes representava a alma do esporte. Por esta razão ele era tão querido!

Alfredo Menezes acompanhou a transformação do jornal. Participou da criação do Caderno desportivo em forma de tabloide (E+), viu a transição para as plataformas digitais. De foca, rádio escuta, ao extraordinário jornalista sempre em mutação, em transformação para acompanhar as mudanças e o progresso do noticiário desportivo do novo século, o século XXI.

Depois de uma longa história de vida, incentivando, transformando pequenas histórias em grandes histórias no cenário desportivo, Alfredo Meneses se aposenta aos 69 anos, deixando um legado de persistência, perseverança, lealdade, paixão e demonstração de amor verdadeiro. O grande amor pelo esporte do Maranhão. Terminava uma história de 37 anos de dedicação. Era o ano de 2017. Trinta e sete anos vividos somente nas salas da redação e editoração do Jornal O Estado do Maranhão.

Quem diria! O Baixinho torcedor de um dos maiores clubes do futebol brasileiro, o Vasco da Gama Futebol Clube, o pequeno garoto da cidade de Itapecuru Mirim, (MA) iria se tornar um dos profissional mais respeitado e completo do esporte amador do Estado do Maranhão!

Teve no jornalismo uma porta para o sucesso profissional. Sendo um jovem reservado, meio calado, intrínseco, mas um fabuloso observador do comportamento humano. Assim, Alfredo Menezes, o Alfredinho também se tornava um verdadeiro e leal amigo, sempre usando o esporte para demonstrar esse carinho pelas pessoas.

No esporte amador Alfredinho se revela o cara, como diz a própria reportagem Especial de homenagem ao Alfredo Menezes, do Jornal Pequeno, em 14 de fevereiro de 2010, assinada pelo jornalista José de Oliveira Ramos. Ele que em toda sua trajetória teve o privilégio desde o início, ouvir e ler antes de todas as notícias do publicadas nas rádios por onde passou, no jornal o qual fez da sua redação um pequeno universo para desbravar as relações humanas. 


Evento de recepção à Seleção Feminina Maranhense de Basquete, Florianópolis (SC), 2004
Em pé: Caroline Macieira, Poliana Schalcher; ao lado de Alfredo:  Flávia Lopes e Suelen Barros

Flávia Lopes, Alfredo, Ana Sheyla e sua filha Isabella no Niver de 70 anos de Alfredo.

Redação de O Estado, Dia do Jornalista, 2015



Com amigos do jornal e a atriz Maitê Proença, 2001


ALFREDO MENEZES E PHIL CAMARÃO




(Phil Camarão, especialista em Medicina de Tráfego; Membro titular da câmara de Educação e Saúde do CONTRAN, Membro da Câmara Técnica de Medicina de Tráfego do CFM; Superintendente de Política de Atenção à Saúde no Trânsito, da Secretaria de Estado da Saúde).

As pessoas que trabalharam no meio esportivo com Alfredo Menezes, o consideravam em sua maioria como um grande amigo. E foi por causa de uma dessas grandes amizades, por sua dedicação e competência ao esporte que o levaram para a Secretaria de Estado de Desporto e Lazer (MA), a convite do então Secretário (dá época), Phil Camarão, que dentre sua biografia consta a eleição para a Câmara Municipal de São Luís, na década de 1990, cargo que exerceu por pouco tempo, pois logo em seguida foi convidado para ocupar o cargo de Secretário de Desportos e Lazer do Estado, quando Edson Lobão foi Governador do Estado (15 de março de 1991 até 02 de abril de 1994).

O médico e desportista Phil Camarão convidou Alfredo Menezes para ser seu assessor de imprensa na Secretaria, função que desempenhou com zelo, responsabilidade e muito carisma.

Phil Camarão tinha um grande respeito e uma grande consideração por Alfredinho, como era carinhosamente conhecido no meio esportivo maranhense, mais precisamente em São Luís.

            Para Phil, Alfredo era muito mais que um amigo, era um irmão.

"Alfredo foi o maior amigo do desporto Maranhense. Jornalista esportivo competentíssimo, profissional sério, generoso e amigo. Meu amigo/irmão. Não é à toa que na hora em que recebi o Oscar do esporte maranhense, o Troféu Mirante, após eu ter agradecido a todos como de praxe, lhe fiz uma homenagem naquela hora, o chamando de o melhor e o maior amigo que o esporte maranhense teve, e todos os presentes no teatro Arthur Azevedo, lotado, ficaram de pé e o aplaudiram longamente". (Phil Camarão, reportagem de O Estado do Maranhão, 27/04/2020).

E ainda completou seu filho Felipe Camarão: "amigo de minha família. Contou histórias de gerações de esporte amador maranhense, inclusive a do meu pai e de minhas irmãs e tantos outros atletas do nosso Estado".

Phil Camarão, Alfredo, Gafanhoto e Cinaldo Oliveira (extraída do Jornal O Estado do Maranhão) 


Benito Neiva, Alfredo Menezes (Zé Reinaldo Martins, ao fundo), Edvan Fonseca, R Cavalcante, Mário Reis, Demerval Lopes e Étia Vale. Sentados: Flora Dolores e Fernando Oliveira. Foto do acervo do jornalista Fernando Oliveira. (agendamaranhao.com.br)




                                ALFREDO E A FAMÍLIA SARNEY



       

Alfredo Menezes ao ingressar para o Jornal O Estado do Maranhão e ao desempenhar com dedicação e presteza seu perfil jornalístico, despertou no patriarca da família José Sarney um sentimento de respeito e consideração. José Sarney viu naquele jovem a promessa de um grande repórter, um grande jornalista. Aos olhos jornalístico de José Sarney, Alfredo era dotado de um espírito investigativo voltado ao esporte com grande capacidade de crescimento dentro de jornal. Alfredo não o decepcionou. Era sempre muito atencioso, dedicado e principalmente, não perdia a oportunidade de ouvir e aprender com as dicas e experiências do político, literário, jornalista José Sarney.

Essa aproximação pelo jornalismo entre Alfredo e José Sarney extrapolou o campo do trabalho do jornal para o campo social e familiar. Uma amizade que nasceu do respeito entre ambos. Sua filha Roseana Sarney, amante do esporte e que também teve um papel político de grande importância para o Estado, em visita rotineira ao jornal, se agraciou da simpatia e da gentileza de Alfredo, o que a aproximou do repórter do Esporte. Menções de carinho eram sempre retribuídos entre Alfredo e Roseana.

Fernando Sarney, filho de José Sarney e maior acionista do Grupo Mirante, entre outras funções dentro do esporte brasileiro, como por exemplo, o cargo de vice-presidente da região norte da Confederação Brasileira de Futebol ao retornar ao Maranhão, por volta dos anos 80, e ingressar na Presidência do Grupo Mirante de Comunicações, passou a conhecer e conviver com todos os funcionários daquela casa. Ao conhecer Alfredo Menezes se deparou com um jornalista íntegro, super responsável e apaixonado por seu trabalho e pelo esporte amador do Maranhão.

Essa relação entre o esporte, o jornal, a família Sarney e Alfredo rendeu uma bonita e sólida amizade, que mesmo depois de sua aposentadoria, não acabou.

“Meu pai José Sarney, quando visitava o jornal, o caminho sempre era a redação do jornal. E lá ficava ele conversando, interagindo com os repórteres, dando dicas jornalísticas. E essa relação entre o jornalismo, Alfredo e meu pai existia todas as vezes que ele visitava o jornal. A partir de então as relações entre meu pai e Alfredo se estreitara, a ponto de Alfredo frequentar a casa de meu pai. Lembro das festas de Natal, Ano Novo, Aniversário, eu sempre me lembro de Alfredo lá com a gente. Era uma relação de amizade, admiração mútua, de convivência muito forte. E com Roseana que também era admiradora do esporte e desportista bastante atuante, criou-se esse vínculo de amizade e carinho muito forte com Alfredo”. (FERNANDO SARNEY, diretor do Grupo Mirante de Comunicações).

“Alfredo tinha maior zelo, admirava os donos do Jornal, a família Sarney. Alfredo tinha uma verdadeira adoração por Roseana Sarney. Tinha na figura ilustre de José Sarney, seu mestre, com quem aprendeu muito”. (MÁRIO REIS – jornalista, trabalha há 41 anos no O Estado do Maranhão)


MEMÓRIAS DE ALFREDO MENEZES (em vida)

(Da reportagem, Alfredo João de Menezes Filho, o cara, Caderno Especial do Jornal Pequeno, 14 de fevereiro de 2010)

 

Mesmo sem ter uma cronologia específica, Alfredinho costumava lembrar-se dessa época, onde para ele foi uma boa fase.

“A rádio maranhense atravessava uma ótima fase. Conheci Fernando Sousa, comentarista; Mauri Campos, locutor, radialista e repórter de pista; Zé Branco, repórter de pista e comentarista, Alves outro repórter de pista e narrador; Zé Santos, apresentador; e Zé Aroso, foca, e por aí vai”... Grandes nomes se destacando no esporte maranhense”.

Lembra-se do Locutor Guioberto Alves um amigo da Rádio Difusora a qual aprendera muito com ele. Lembra com tristeza do acidente que levou o locutor à morte. O radialista conduzia um carro quando voltava de Teresina (PI) para São Luís (MA) após a cobertura de um jogo, juntamente com o comentarista Herbeth Fontenelle e o técnico Schuliber. O carro capotou e Guioberto perdeu a vida (maio de 1972).

É uma recordação triste que trago comigo” – dizia Alfredo em suas memórias.

Alfredo Menezes se lembrava da época em que era correspondente de rádios maranhenses em Itapecuru/MA.

 “Foi o caminho trilhado até chegar a São Luís e trabalhar como rádio escuta de futebol, nos áureos tempos do radialista Guioberto Alves. Tive um grande trabalho ao entrar para o jornalismo e conhecer os detalhes do esporte amador e suas modalidades de infinitas categorias. Vi muitos atletas bons competindo pelo Maranhão”.


Do seu irmão Ribamar

Certa vez, eu assistia TV na Movelaria Imperatriz situada na Rua do Sol, próximo ao Teatro Arthur Azevedo e a sede da ACLEM, ficava localizada a uns 30 m em frente à movelaria. Ai Alfredo veio falar comigo e pediu para esperar por ele que a reunião não demorava. Esperei até 01 hora da manhã. Então pegamos uma carona com o Dr. Jamenes Calado que na época era o Presidente da ACLEM. Seguimos pela Rua da Paz, no canto com a Deodoro tinha um sinal de transito e estava vermelho. O carro parou e aguardamos uns 40 minutos, sinal abril e seguimos viajem. Alfredo faz a pergunta. Dr. A rua está vazia, é madrugada porque parar no sinal. Jámenes sorriu, e disse meu caro Alfredo estamos no silencio e na solidão da noite, mas, se eu passar no sinal vermelho e de repente passa um jornalista atrás de uma noticia, terá um prato cheio. Diretor do DETRAN/MA, passa no sinal vermelho. Ai será assunto para rádio e jornais durante uma semana. Não deixe espaço para que ninguém segure o seu pulso. Isto aconteceu por volta de 1976.

Minhas relações com Alfredo: sendo meu irmão mais velho eu tinha muito respeito e admiração por ele. Quando mudei para São Luís nos encontrávamos sempre nos Natais, cujas ceia ere realizada na minha casa. Teve vezes em que amanhecemos na brincadeira. Ele dizia lá vem o sol, está na hora de ir para casa.

Eu e meu irmão tivemos uma relação muito boa, muito ótima. Mas, foi aquela relação do irmão mais velho com o irmão mais novo. Alfredo exercia uma certa liderança sobre os irmãos. Naquela época, os irmãos mais velhos tinham responsabilidade sobre os mais novos, e Alfredo procurava corresponder com essa responsabilidade, ele procurava responder como se fosse um pai, então a relação entre nós era mais como um relacionamento paterno, do aquela amizade de irmão. Nós sempre levamos a vida com muita seriedade, poucas brincadeiras. Hoje eu me arrependo de não ter tido várias brincadeiras com meu irmão. Jogamos muita bola juntos, brincamos, mas depois de adulto, apesar de morarmos próximo, nós estávamos mais afastado um do outro, por que nós morávamos em bairros diferentes, eu estudava, ele estudava, e essa situação nos afastava um pouco.

Quando comecei a trabalhar fui embora do Maranhão, quando retornei já estava casado. Então as coisas começaram a mudar. Começamos a nos aproximar muito mais, voltamos a fazer brincadeiras, nos visitarmos, sorriamos muito, só que nunca saíamos os dois ara um passeio, uma diversão (no popular, uma farrinha), tomar um pilequinho juntos (mesmo porque quando regressei já não podia mais tomar bebida alcoólica), mas, sair da rotina, do ritmo, isso não aconteceu. Nós sempre tivemos uma relação de muito respeito e muita seriedade um com o outro.

Alfredo foi como um pai. Muitas saudades, muitas lembranças, mas não podemos ficar triste. A tristeza passa, a saudade fica, a amizade continua, mesmo distante, porque a amizade só se acaba quando os dois se não estiver mais nesta vida terrena. 

Em pé: Alfredo, Ribamar, Irisdalva; sentadas: Nhazinha, Cosuelo, Socorro


Assenção Pessoa e Fernando Sarney
Por Fernando Sarney

Proprietário e Presidente do Grupo Mirante de Comunicações, 

Engenheiro Civil, Membro do Comitê Executivo da FIFA.

 

Conheci Alfredo no início dos anos 80, já aqui no Jornal o Estado do Maranhão. Sou engenheiro, me formei em São Paulo, e retornei ao Maranhão. Chegando aqui encontrei o jornal fundado pelo meu pai José Sarney, e comecei a administrar o jornal. Foi aí que conheci o Alfredo. O que nos uniu foi o amor pelo esporte, o fato de eu também ser envolvido por todos os tipos de esporte amador. Foi esse amor pelo esporte que nos uniu. A partir do momento em que dei a devida importância e o prestígio ao esporte amador, fez com que o trabalho de Alfredo ganhasse importância, espaço. Foi essa aproximação que nos fez está sempre juntos.

O trabalho com Alfredo: Eu trabalhava no dia a dia, eu trabalhava nos projetos esportivos, com a divulgação do esporte amador, com as minhas próprias atividades esportivas como futebolista no Narigão, que era sempre presente na Coluna do Alfredo e também quando começamos a realizar eventos esportivos, com Alfredo sempre presente. Foi os jogos de verão que a Mirante organizou durante muitos anos; o troféu Mirante Esporte, que é uma referência até hoje do esporte amador maranhense e o Alfredo sempre participou, não só da organização, da criação, como na indicação dos atletas para receber o troféu e na própria festa.

Homenagens do Jornal: Até hoje quando se fala do esporte amador do Maranhão, o Alfredo é a referência. Essas homenagens são permanentes, pois quem abriu as portas para todas as categorias do esporte amador do Maranhão foi Alfredo Menezes. Tudo que a gente ver hoje, Basquete, Handebol, Xadrez, Dama, Vôlei, Natação, Karatê, Futebol, Futsal, enfim, tudo passou pelas mãos de Alfredo Menezes. (quem não tinha visibilidade na mídia, o Alfredo cobria por meio da sua coluna). O Alfredo não era só jornalista, ele era o conselheiro dos atletas, ou seja, além de dar visibilidade aos atletas que lutavam o ano inteiro para ter alguma visibilidade, ele era amigo, conselheiro, prestigiava, criava amizade, visitava, ficava amigo das famílias. O Alfredinho era assim, amigo de todos, todos esses grandes ídolos do esporte maranhense veneram Alfredo até hoje.

Alfredinho foi um grande amigo, um grande amante do esporte. A gente quando tem gostos em comum, a gente cria amigos. O gosto em comum entre eu e Alfredo era o esporte. O que nos uniu foi o esporte, repito. Nossa amizade foi construída por meio do esporte. Eu continuo militando no esporte até hoje, e posso dizer que muito dessa militância teve sim a influência de Alfredo, por que durante todos esses anos aqui nós pudemos ver o crescimento, não só do esporte amador, mas de modo geral de todos os tipos de esportes. Alfredinho estava sempre presente, apoiando, todos esses atletas que hoje são reconhecidos internacionalmente, atletas que ganharam medalhas olímpicas, atletas que foram campeões, que participaram de seleção nacional, tudo isso, tem o dedo do Alfredo. E a nossa amizade surgiu (repito) desse gosto, dessa paixão em comum pelo esporte.

Também a presença de Alfredo, como falei no começo, nós temos desde 1978, a Associação Atlética Narigão, em homenagem ao um amigo chamado Chico Nariz, em razão de sua doação do terreno onde hoje está construído a associação e o Estádio Chico Nariz. Alfredo frequentava sempre nossa associação dando publicidade aos nossos feitos futebolísticos, o qual se tornou uma referência na cidade porque todos os times do esporte amador queria jogar lá, o Alfredo dizia que a gente era imbatível, fazia referência ao grande artilheiro Fernando S, (que era eu, né, risos). Todo mundo queria ganhar da gente, então nossa amizade surgiu dessa nossa convivência.

A grande motivação do Alfredo sempre foi o esporte, o grande amor, a paixão pelo esporte amador, Alfredinho tinha um amor abnegado.

O dia 27 de abril de 2020 para mim foi um dia muito triste. Eu recebi a notícia do meu amigo Phil Camarão, eu não tive conhecimento de que Alfredo estava doente, não soube de sua internação. Naquele momento estávamos vivendo os primeiros momentos da Pandemia do COVID-19, todo aquele pânico geral, ninguém sabia o que fazer. Então, foi um dia de grande tristeza, e além do fato de não podermos nos despedir dele. Uma surpresa triste, muito grande.

Fato marcante: Alfredo foi uma referencia na minha vida esportiva.


Por Bruna Castelo Branco


Bruna Maria Paixão Castelo Branco, Jornalista. Edição do Jornal O Estado Do Maranhão Desde 2007.

 

“Comecei como estagiária”.

 

Conheci Alfredo na Redação do Jornal. Ele sempre foi uma pessoa gentil. Assim que entrei, ele estava fazendo uma cobertura dos 50 anos do jornal, e eu já saí na coluna dele, uma foto que tínhamos feito, e ele a colocou na sua coluna de forma muito surpresa e foi bacana, pois, assim de cara, como estagiária e já ser percebida por ele e ter o respeito dele, ver meu trabalho já ser valorizado por um companheiro de redação foi muito legal. Eu tinha acabado de entrar, Alfredo já era referência, como colunista... eu lembro que fiquei muito feliz (risos).

Alfredo era uma referência, sempre presenciei as pessoas virem na redação falar com ele, e teve uma vez, alguém relacionada à natação infantil, o procurou na redação. A moça até se emocionou com a recepção de Alfredo, pois foi um dos primeiros a incentivar e falar sobre o tema na coluna dele. Isso me marcou. Uma lição de vida eu presenciei ali. Ele era um grande incentivador do esporte maranhense como um todo. A prova disso é a quantidade de prêmios e troféus que leva o nome dele. Ele era muito respeitado na sua área e aqui na redação. Para mim, o que fica mesmo era a sua gentileza, a forma de como cumprimentava todos na redação. Outra marca de Alfredo era o fato de está sempre muito bem vestido, de roupa social e gravata, impecável. Isso era muito marcante. Tem pessoas que são muito marcantes. Alfredo Menezes era uma dessas pessoas.

 

Embora ele não fosse de muita conversa pelos corredores, ele nutria ato de carinho especial com todos, a prova disso é que mesmo ele já estando aposentado, nós já não tínhamos mais tanto contato, e mesmo assim, ele foi assistir a um filme que tinha feito. O filma tratava da trajetória de José Louzeiro (1932-2017), escritor e jornalista maranhense, colaborador do jornal, e obviamente que Alfredo o conheceu. Achei um gesto tão carinhoso, de tanta consideração, foi realmente muita consideração para comigo.

(Noite de homenagem a José Louzeiro: Academia Maranhense de Letras exibe no dia 13 de junho de 2019 o curta-metragem José Louzeiro: Depois da Luta, da cineasta Maria Thereza Soares e da pesquisadora e argumentista Bruna Castelo Branco).

Uma referência: Dentre tantas referências de Alfredo, a mais marcante era o Vasco. Sempre que nascia o filho de um dos colegas de trabalho aqui da redação, o presente que ele dava eram presentes do Vasco, eram toalhas, redes, independente de a pessoa torcer por outro time ou não, seus presentes eras lembranças do Vasco. Eu me lembro da Carla, ela é flamenguista, e quando seu bebê nasceu ele trouxe uma rede do Vasco, mas ela adorou a rede. Foi um gesto de carinho. Era uma marca dele. Outro fato que lembro muito é quando tinha jogo do Vasco da Gama, (risos) e nós tínhamos a mania de ficar atentando seu Alfredo, principalmente quando o time dele jogava com o Flamengo. Mas quando o Vasco fazia um gol, ele vibrava muito dentro da redação. Era muito engraçado, porque nós já esperávamos essa explosão dele.

Mensagem: Eu acho uma pena para quem está começando não ter mais essa referência aqui no Jornal. Alfredo era um grande nome do esporte e era uma pessoa extremamente solidária a ponto de compartilhar a seu conhecimento com os demais colegas novatos que chegavam à redação. É um nome muito importante da história recente do esporte do Maranhão. Fiquei muito contente que uma das cabines do Nhozinho Santos leva o nome dele. É um nome que não pode ser esquecido. Que seu legado seja eternizado assim, nas referências esportivas mesmo, que era onde ele atuava, e atuava muito bem.


REGISTROS DA COLUNA ESPORTE AMADOR

















Assenção Pessoa, professora, formada em Biologia pela UEMA, escritora, membro da AICLA.


 


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